quarta-feira, 8 de outubro de 2025

Minhas compilações favoritas de dance: Planeta DJ 2004 (Parte 2)

Olá, caros leitores!. Vocês estão bem?. Espero que sim. Preparados para a sequência do post anterior?. Vamos juntos!. Sejam todos bem-vindos e obrigada pela visita!.

Na parte anterior, contei minha história com a compilação "Planeta DJ 2004", que já tem 21 anose suas faixas. Também destaquei os envolvidos em cada uma delas. Todas as faixas do CD 1 foram relembradas, analisadas e comentadas. Assim seguirá também nesta parte 2. Espero que apreciem. Venham comigo!. 



A compilação da rádio
Jovem Pan trouxe faixas incríveis e, ainda hoje, seguimos apreciando-as com muito carinho. De um total de 32 canções, 16 foram destacadas na primeira parte. Então, há mais 16 do CD 2, e é justamente elas que estarão nesta segunda parte das minhas compilações favoritas de dance


Como já contei todo o meu envolvimento com este CD duplo, lá na outra parte, agora falarei sobre cada uma das faixas, minha relação com elas e um pouco dos artistas/produtores envolvidosApertem os cintos e vamos viajar!OBS: Algumas montagens, no fim de cada faixa, foram feitas antes das atualizações. Relevem, por favor!. 


''PLANETA DJ 2004''
JOVEM PAN
CD DUPLO
GRAVADORA: BUILDING RECORDS
ANO DE LANÇAMENTO: 2004

CD 2


ERIKA - RIGHT OR WRONG (Itália - 2004): Fantastic!. And now, another song...Com as palavras de Tristano de Bonis, começa a primeira faixa do CD 2 do "Planeta DJ 2004". "Right Or Wrong" foi escrita pelo próprio Tristano, irmão de Erika, arranjada e mixada por Rossano Prini, Gianluca Mensi e Trix. Foi lançada pela Time Records, em maio de 2004. Ela poderia facilmente ser o tema oficial do X, antigo Twitter. Sabem por quê?. "Follow me, follow me" (siga-me, siga-me)...Desculpem-me.

Na compilação da Jovem Pan, a canção está na "Live Version", ou seja, na versão ao vivo. O áudio foi retirado da apresentação de Erika no "Planet Pop Festival" daquele ano; na verdade, apresentação do trio. Na época, ouvia o Tristano falar: "Brazil, I want to hear your scream for Erika!", e simplesmente ficava meio "boiando". Eu não sabia do festival àquela altura.
Apesar de ser "lerda" para algumas coisas, creio que para outras, não sou muito. Talvez eu esteja enganada nas palavras a seguir, porém, tenho tal percepção desde o momento em que ganhei o CD "Magic Box, Erika & DJ Ross - Live in Brazil", e já faz bastante tempo. Vocês já compararam a sonorização do show em CD/DVD, com a sonorização do CD "Planeta DJ 2004"?. Há diferenças!. Com certeza, há "n" motivos para tal, mas é importante apontá-las. Na compilação que estamos relembrando, o áudio ao vivo de "Right Or Wrong" está mais "limpo", e não é só isso. Ao ouvi-lo no CD, dá para perceber que: 

1) As vozes de Tristano, Erika e Rossano se sobressaem e o som do público aparece de uma forma "tímida";
2) Parece uma "pré-gravação";
3) Nos instantes finais de "Right Or Wrong", Tristano interage com o público e começa uma sequência de "So!...So!...So!...", pronto para iniciar a próxima música no show, que seria "If You". Logo após, termina a música de Erika, o público enlouquece e é possível ouvir um barulho de algo caindo no chão. Isto sempre me chamou atenção.


Já o áudio no CD "Magic Box, Erika & DJ Ross - Live in Brazil", e no DVD "Planet Pop Festival Vol. 1 - Live in Brazil", é possível notar:

1) As vozes do Tristano, Erika e Rossano ainda se sobressaem, porém ouve-se melhor o público. Está mais claro que trata-se de um show;
2) O som ambiente demonstra a atmosfera real daquela noite de festival;
3) Nos instantes finais de "Right Or Wrong", Tristano interage com o público e começa uma sequência de "So!...So!...So!...". Depois, o som do público "abafa" e Tristano emenda um "And now...are you ready for 'If...?", fazendo a introdução de "If You". Mas, faltou algo que há no áudio do "Planeta DJ 2004": o barulho de algo caindo no chão. Não existe esse barulho, nem no CD do "Trio Itália", nem no DVD. 

Creio que, na compilação, foi utilizada uma versão de ensaio. Sabem quando os artistas vão "passar o som" antes para fazer um show?. Acho que foi esse o caso. Isto explica o barulho de alguma coisa caindo no fim. Algum equipamento, provavelmente, caiu ou algo do tipo. É lógico que o pessoal da Building deu um jeitinho na questão dos áudios, mas quis trazer este ponto para cá. E, cá entre nós, sempre achei que o "Trio Itália" pré-gravou essa apresentação no Planet Pop.

Todo mundo sabe que muitos cantores optam pelo "playback" em seus shows, mas acho que neste caso vai um pouquinho mais além. 
Acredito que até mesmo os gritos de "scream!", "thank you so much" e etc, foram pré-gravados. 

Posso estar falando besteira?. Sim, posso estar falando uma baita groselha e peço perdão a eles se assim for, porém, tenho essa sensação, que vem de tempos. Adoro-os, de qualquer forma. Aqui, a apresentação de Magic Box e Erika, e aqui a do DJ Ross no "Planet Pop Festival", em 2004.
"Right Or Wrong" ainda conta com as versões: "Nu-Beat Version""Radio Remix", "Original Mix" e "Extended Remix". Em 10 de julho de 2004, foi publicado por Stefano Trentadueno site italiano Musicalnews.com, uma pequena entrevista com Erika. Na ocasião, a talentosa cantora respondeu um total de 10 perguntas. Em uma delas, "Right Or Wrong" foi citada. O título do artigo é "Erika De Bonis: O dance mais 'certo' que existe"

"Hit atual, 'Right Or Wrong', é fiel ao gênero 'house comercial', mas não muito aos singles anteriores, 'Ditto' e 'I Don't Know' também aderem...Mas, Erika está mais 'certa' (Right) ou 'errada' (Wrong)?.
Erika: Quando ouço esta pergunta, não consigo deixar de sorrir. Digamos que Erika tente estar 'certa' mesmo quando as circunstâncias não permitem. Abro um pequeno parêntese. Se todos tentassem ser grandes com qualidades positivas, as satisfações se multiplicariam e o mundo seria realmente mais bonito. 
Porque muitos não sabem que o mais difícil é apenas ser justo, especialmente quando tudo parece estar errado. 'You don't stop believing, you can find a way on through another point of view, where right and wrong are blue...Only love is right and wrong' (Você não para de acreditar, você pode encontrar um caminho através de outro ponto de vista, onde o certo e o errado são tristes...Só o amor é certo e errado). Mas duvido que alguém estivesse interessado no significado de 'Right or Wrong."

Além de estar na compilação do programa icônico, no CD "Magic Box, Erika & DJ Ross - Live in Brazil" e no DVD "Planet Pop Festival Vol. 1", a canção de Erika também está presente nas seguintes compilações nacionais: "Comando 97 Vol.5", "Na Balada 9", "Planet Pop Vol. 4", "Só Se For Dance 12" e "Só Se For Dance 13". Na última mencionada, "Right Or Wrong" também está na "Live Version".
Erika também marcou presença na edição de 2005 do "Planet Pop Festival", por isso, a faixa está no CD "Planet Pop Festival Vol. 2 - Live in Brazil" e, claro, no DVD. Por falar em DVD, o videoclipe do single da italiana, está no DVD "Planet Pop Vol. 7". Na revista de mesmo nome, a música também foi citada, como vocês podem observar abaixo:


E por falar no videoclipe de "Right Or Wrong"...minha gente, fico até sem palavras. Na época, Erika ostentava madeixas bem avermelhadas. Por um tempo, até pensei que a cor era rosa, porque no Planet Pop parecia que era isso mesmo. No entanto, era realmente vermelhoMas, voltando ao clipe; o que dizer de tal "obra-prima"?. A cantora está a própria Chapeuzinho Vermelho. No início do vídeo, não conseguimos desviar o olhar do cabelo, da roupa, do batom marcante e das meias; sim, meias!. Tudo exageradamente vermelho. Entretanto, ainda há o famoso "pretinho básico", pulseiras e brincos brancos para combinar com os sapatos. Num primeiro momento não é "tããão" ruim. Fica diferenciado quando ela atravessa o jardim.

Vem uma baitclaridade na nossa cara, que é "só Deus na causa". Ela vai passando por algumas pessoas, enquanto canta e essas pessoas estão "paradas no tempo". Agora, uma coisa que sempre me deixou com a pulga atrás da orelha: em um determinado momento, Erika senta perto de um homem que está devidamente "congelado". O homem está de perfil, no lado direito do vídeo. Sabem com quem ele se parece?.
DJ Ross no clipe da Erika!?

Eu posso estar completamente equivocada, talvez eu precise contatar um oftalmologista com certa urgência, mas parece. Ele mesmo, Rossano Giuseppe Prini, mais conhecido como DJ Ross. Ele já fez uma ponta no clipe de "Carillon"do Magic Box, então não é algo do tipo: "Está louca, Ana?!?".

Como não bastasse nossa querida Erika vestida de branco, depois de passar para o "outro lado", e aquela claridade toda em nossos olhos, eis que o pessoal foi além. A mulher foi duplicadacolocada em um sofá vermelho para cantar em "repeat" quase infinito, o refrão: "Right or wrong, right or wrong, only love is right and wrong...". Meus olhos "gritam" um pouco nessa parte.

Quando vi o vídeo pela primeira vez, pensei que a tinham jogado em um saco gigante de farinha de trigo. Acho que passaram um pouco do ponto na hora da maquiagem. Mas, falando sério, creio que a intenção era realmente essa, deixa-la com o aspecto de "muita luz". Todavia, continuo achando estranho. O visual não a favoreceu. Ela sempre foi bonita e a mulher está acabada nesse vídeo. No início, até que estava aceitável. E o intuito não é ridicularizar nada e nem ninguém, é simplesmente adicionar um pouco de humor por aqui. Quem leu a primeira parte, viu que a pegada é a mesma. Afinal, uma pitadinha de humor não faz mal. Mas acabaram com ela mesmo. 

Por um tempo, a querida Erika "abandonou" a dance music e lançou músicas pop. Seus singles mais recentes são "Crazy For You", "Feelings", e "Who I Wanna Be", faixa em parceria com DJ Ross. Escrevi sobre a música e é possível conferir clicando aquiAssim como Rossano e Trix, ela lançou seu "Essential Tunes", que conta com grandes sucessos.


Recentemente, a cantora também buscou outra forma de mostrar seu talento: atuando. Especificamente no teatro. As duas fotos a seguir, mostram Erika atuando na peça "Os TrêMosqueteiros".

Fotos: Instagram

Como puderam perceber, Erika continua bastante ativa, na música e agora na atuação. Ela continua firme e forte num relacionamento bastante duradouro com DJ Ross. Bacana demais.

Fotos: Instagram

Além do mais, o querido e talentoso trio italiano, veio ao Brasil em 2025 e fez uma pequena turnê pelo país. Magic Box, Erika e DJ Ross voltaram aos palcos brasileiros após 20 anos (a última vez que os três se apresentaram juntos por aqui foi no "Planet Pop Festival", em 2005). Eles estiveram em Manaus-AM, Belém-PA e Valinhos-SP. Foi uma passagem curta, mas emocionou muitos fãs e nostálgicos. 


A página Dance Music Anos 2000 compartilhou alguns vídeos do show no Laroc Club, em Valinhos-SP, que aconteceu em 3 de março de 2025.  

A página da Building Records (sim, ela voltou!) no Facebook, compartilhou algumas imagens (cliquem aqui) e várias fotos do evento em Valinhos-SP. Vejam aqui. Abaixo, três delas. 


O talentoso produtor italiano Gianluca Mensi começou a carreira aos 19 anos e já foi responsável por muitos trabalhos bem-sucedidos. O single "Feelings", da Erika, teve novamente a colaboração de Gianluca. Atualmente, ele ainda lida com música, mas de forma diferente. 
Ele é fundador da empresa Aliseosolutions, atua como editor, sound designer e outras funções. Alisosolutions é uma empresa de produção de vídeoE ele também já fez alguns curtas-metragens que ganharam alguns prêmios em festivais. O italiano reside em San Bartolomé, Ilhas Canárias, na Espanha

Tristano de Bonis lançou vários singles, sendo eles: "Carillon", "If You""4 Your Love", "This Is Better" e "Sorry Marin". Ainda veio "I Love Your Smile"do projeto Mo.Roque consistia em Molella + Rossano. E mais "I'll Make You High"do projeto Very Nice People. Depois desses lançamentos, o cantor simplesmente escafedeu-se. Até que em 2013, ele reapareceu com o novo single "Scream My Name". Passou um tempinho e, em 2018, veio "From Now On"No clipe, o nosso "Trio Itália" aparece. Depois ele gravou para DJ Jump e as canções "Baby Queen" "I Play The Piano" vieram. 

Após 5 anos sem atualizar sua página no Facebook, Trix apareceu nas redes. No Face, ele ressurgiu em 1.º de fevereiro de 2025, para divulgar os shows no Brasil e, recentemente, compartilhou as fotos das apresentações. 
Antes das atualizações, havia feito uma montagem com fotos dos envolvidos em "Right Or Wrong", mas nós já vimos como o trio está. Ainda assim, optei por deixá-la por aqui (como em outros casos no decorrer do post). 

I've been around the world, where good and evil are right, I've seen the end of hope, where good and evil are wrong. But now I will stop looking, for a new place to go, somebody is waiting for me, where right and wrong are love...♫ 
"Já estive ao redor do mundo, onde o bem e o mal são certos, vi o fim da esperança, onde o bem e o mal são errados. Mas agora vou parar de procurar um novo lugar para ir, alguém está me esperando, onde o certo e o errado são amor..."  

Meus agradecimentos ao talentoso time envolvido na produção de "Right Or Wrong".

LMC vs. U2 - TAKE ME TO THE CLOUDS ABOVE (Reino Unido - 2003): There's a booooy, I know...Simplesmente, uma das faixas mais belas de toda a compilação. Uma obra-prima dançante. Vocês não têm ideia do quanto eu ouvi esta música na época. Quase furei o CD. Digo com toda a sinceridade do mundo. No desenrolar do post, apontarei as faixas que são especiais para mim. Mas já adianto, esta é uma delas. 
Ao ouvi-la, sinto uma paz, uma calmaria incrível. Tudo nela é profundo e, sobretudo, bonito. A melodia, a voz da cantora, a batida sutil e a leveza que faz a gente viajar. Lá em 2004, ouvindo-a pela primeira vez, tive uma certeza: sempre irei amá-la. Passe o tempo que passar, ela sempre estará entre as minhas preferidas. 21 anos depois, continuo com o mesmo pensamento.

Várias lembranças passam pela minha mente neste momento. Consigo visualizar as imagens, quase com perfeição. Eu, no meu quarto, com meu inseparável rádio CCE, ouvindo preciosidades musicais, como esta. Também o levava, às vezes, para a cozinha (que tinha uma mesa, obviamente) e para a sala, quando precisava fazer as tarefas de escola. Depois de selecionar o CD, colocava o aparelho na mesa, entre cadernos e livros, apertava o play e começava a trabalhar nos deveres. Um momento tão simples e, ao mesmo tempo, tão satisfatório. 
Lembro-me também que, quando a ouvia, criava cenários imaginários. Uma vez, naquela época, fiquei até tarde da noite assistindo TV. Era um sábado qualquer de 2004. Eu me programei para o momento, pois vi a chamada anunciando-o. Queria assistir ao filme "Moulin Rouge - Amor em Vermelho", que passaria naquela noite. Estaria exausta de sono depois, mas queria vê-lo. E vi. Gostei. Achei lindo, apesar dos pesares. No dia seguinte, ao ouvir "Take Me To The Clouds Above" "Angel", de Dalimas, fiquei pensando: "Estas músicas poderiam fazer parte da trilha sonora daquele filme...". Viajei?. Talvez, porém acreditava na ideia haha. Sempre que penso no filme, lembro das duas músicas e vice-versa. 

As memórias estão aqui comigo, muito bem guardadas, com carinho em demasia. "Take Me To The Clouds Above" é uma música que ficou marcada como uma das mais incríveis daquele ano. E é inevitável a ligação com o CD "Planeta DJ 2004". Não somente pelo fato de ser uma das faixas, mas também pela representatividade que ela tem para mim.
Ainda lembro de ter ganhado, junto à compilação que estamos relembrando, outro CD que era, na verdade, um mix de algumas músicas das 7 melhores. O nome era "O Melhor das 7 Melhores", tinha uma mulher na capa e outras capas de CDs da Jovem Pan. Coisas que somente o "mundo dos pirateixons" pode proporcionar. Trazia um total de 20 faixas, como por exemplo: "Danzel - Pump It Up!", "Lee Cabrera - Shake It", "DJ Lhasa - Together Forever", "Milk Inc. - The Sun Always Shines On TV", entre outros. E é claro, "Take Me To The Clouds Above". Ainda funcionaSão minhas únicas aquisições que contêm a linda canção de LMC. 

"Take Me To The Clouds Above" foi lançada em 2003, em vinil e, como CD-Single, em 26 de janeiro de 2004, pelo trio britânico LMC e conta com os vocais fantásticos de Rachel McFarlaneA segunda faixa do CD 2 foi escrita por George Merrill, Narada Michael Walden, Shannon Rubicam e pela banda irlandesa U2. Apesar do título "LMC vs. U2", esta não é, necessariamente, uma colaboração. U2 nunca esteve no estúdio quando o LMC produziu "Take Me To The Clouds Above". 
O que acontece é que a música tem samples da bela "With Or Without You", lançada em 1987 pelos irlandeses. Mas a referência oitentista não termina aí. A faixa interpola o hit "How Will I Know?" (canção de 1985), de Whitney Houston. Foi usada apenas as primeiras quatro linhas da canção da Diva norte-americana, e foi produzida por Lee Monteverde. A obra-prima saiu pela gravadora All Around The World. 

Alcançou e ficou no 1.º lugar no UK Singles Chart por duas semanas, em fevereiro daquele ano, desbancando a cantora escocesa Michelle McManus, ganhadora do "Pop Idol", de 2003. Ainda alcançou o Top 5 na Irlanda e o Top 10 na Austrália, além de liderar o US Dance Chart
A base (se assim posso dizer) de "Take Me To The Clouds Above", é de 2003. Não é exatamente o que muitos acreditam. Foi antes do lançamento de LMC. No decorrer da leitura, vocês verão um trecho de uma entrevista de um dos produtores envolvidos no projeto, onde ele comenta algo referente a isso. 

No ano de 2003, o grupo alemão The Mash Up Kids, formado pelos DJs Chris Count, Massimo Santucci e Thimo U. Seidel, produziram uma música. A música trazia uma junção de dois clássicos dos anos 80: justamente "With Or Without You", do U2, e "How Will I Know?", da Whitney. Definitivamente, um mashup. A faixa ganhou o título de "To The Clouds Above", algumas vezes sendo intitulada como "Take You (...To The Clouds Above)"

Ela contém samples do U2 e os vocais originais de Whitney, sendo lançada como promo em vinil. Comparando a versão dos alemães com a do LMC, há semelhanças verdadeiramente gritantes. Os caras "entregaram" o trabalho quase feito para o LMC. Será que aquele papo de escola "você faz o trabalho, dou uma ajeitadinha e coloco seu nome depois", se encaixa aqui?. Quando a ouvi, somente pude exclamar: "Meu Deus!". Algum tempo passou e veio a versão incrível que nós conhecemos.

A versão que alcançou o sucesso, trouxe algumas pequenas modificações e novos vocais, no caso, os de Rachel. 
Algumas pessoas não engoliram a ideia de fazer a "adaptação" do mashup dos alemães. Uns viram tal atitude como cópia ou, simplesmente, roubo. Durante o processo de pesquisa, encontrei comentários neste tom de acusação. Os caras do LMC "deram os créditos" aos alemães, colocando a versão "The Mash Up Kids Remix" no CD-Single de "Take Me To The Clouds Above". 


Mas qual é o significado da sigla LMC?. Não tem muito mistério. Trata-se das iniciais dos produtores envolvidos no projeto: "L" de Lee Monteverde, "M" de Matthew "Matt" Cadman e "C" de Cris Nuttall. Daqui a pouco, falarei detalhadamente sobre cada um deles. Numa entrevista com os três na época, foi questionado como surgiu a mistura oitentista, numa canção dançante de 2003. Matt explicou: 
"Inicialmente, havia alguns 'bootlegs' [gravações não autorizadas] voando pela Europa, incluindo algumas faixas da Whitney e do U2. Há milhares de bootlegs circulando pela cena, feitos por pessoas sem rosto e sem nome, que vendem mil aqui e ali para ganhar algum dinheiro. Alguns são bons, outros são ruins. A cena 'bootleg' de que estou falando, chama-se 'mashups'. Estávamos tentando rastrear quem estava fazendo isso, mas não conseguimos, então decidimos fazer nossa própria versão..."
Em 2004, o site da All Around The World, trouxe uma pequena "bio" sobre LMC e finalizou com as seguintes palavras: 
"Houve alguns 'bootlegs' semelhantes, ao longo do ano passado, mas o LMC fornece a única versão oficial."
Passaram-se muitos meses antes que o single chegasse às lojas de discos. Metade dos royalties de publicação foram para os escritores do hit de Whitney, e outra metade para o U2, deixando os royalties da gravação para o LMC. E aproveitando o assunto "bootlegs/mashups", tenho algo a acrescentar.

Durante uma das pausas neste trabalho, fiz algo que gosto muito: ouvir áudios de fitas K7. Amo "gastar tempo" ouvindo este tipo de arquivo. Gravações de programas de rádio, registros incríveis, aquele som de fita usada e antiga...tudo de bom. Fato é que um áudio foi disponibilizado em um canal que acompanho no YouTube
Fui conferir o material que tem duração de 34 minutos. O registro é do programa "Hi Tech", da rádio Universitária FM 104.7, de Vitória, Espírito Santo. Foi gravada em 2004. Estava plena apreciando o arquivo, quando algo chamou minha atenção. No minuto 23:12 da gravação, começou "Take Me To The Clouds Above". No entanto, não era exatamente a faixa (ou melhor, a versão) do LMC. A música do registro não continha a voz de Rachel, mas sim de outra vocalista. Uma guitarra adicional e um "take me to, take me to, take me to, take me to the clouds above", também apareceram na gravação. 

Não há nada disso na versão de LMC. Rachel não canta "take me to..." repetidas vezes. Além do mais, a música estava claramente acelerada e, tal fato, nada tem a ver com a gravação em K7. A faixa foi criada desta forma. Foi possível perceber que a cantora desconhecida canta numa forma, num tom diferente, em relação aos vocais de McFarlane. Ouçam aqui a gravação. Como disse, começa em 23:12.

Gostei muito. Mas que versão é essa?. Difícil descobrir. Extraí a música da gravação original, aumentei um pouco o volume, para deixá-la mais nítida, fiz algumas modificações e testes. Havia a possibilidade de que, por se tratar de uma gravação em fita K7, a música pudesse ser a do LMC com vocais de Rachel, acelerada. Esta possibilidade foi levantada por alguns amigos, mas já estava descartada desde o início, apesar de fazer os testes com ela. E estava certa: não é a voz de Rachel ali. 
Promovi um pequeno debate no meu perfil pessoal no Facebook e pedi uma ajudinha. Uma parte achou que era LMC acelerado, outra não soube dizer qual versão era e outra até encontrou o áudio em melhor qualidade no YouTube. Meus sinceros agradecimentos ao amigo Rodrigo Pereira, que encontrou a versão e a todos que tentaram me ajudar na busca. Ouçam-na aqui. O título, porém, está como "LMC vs. U2". Reafirmo: não é a voz de Rachel. Bem, há uma hipótese de ser uma "versão alternativa" ou até uma "bootleg/mashup". Ser for uma "bootleg"', teremos alguns problemas para desvendar tal mistério: 

1) "Bootleg" significa "cópia ilegal", ou seja, pirataria; 
2) Não se sabe o nome correto da intérprete/projeto, muito menos quem fez a versão;
3) Versão pirata, sem nome e, provavelmente, uma versão perdida.

Complicadíssimo. Creio que realmente seja um caso de "bootleg" e, então, a chance de desvendar esta incógnita, reduz bastante. Eu não a conhecia até ouvi-la na gravação. Viciei-me nela e a achei ótima. Ainda adoro a do LMC, por ser linda e pelas recordações, mas a possível piratinha não deixa nada a desejar. Quem souber e puder ajudar a desvendar esse mistério, apreciarei muito.

Continuando com a faixa oficial, o baixista do U2, Adam Clayton, deu uma declaração sobre o trabalho do trio, e o resultado agradou o músico: "Tem uma boa batida e você pode dançar. Eu amo especialmente a linha de baixo. Muito bem, LMC!". E em um show pela "Vertigo Tour", no ano de 2005, em Londres, a banda tocou um trecho ao vivo de "Take Me To The Clouds Above". 
Foi exatamente no momento de cantar "With Or Without You", e foi a primeira e única vez que isso aconteceu. Vejam o vídeo aqui. O vocalista Bono Vox começa a cantá-la em 4:17. Ele adaptou a letra, trocando o "There's a boy" por "There's a girl", por exemplo. Muito legal e emocionante. 

"Take Me To The Clouds Above" tem inúmeros remixes muito bons e destacarei alguns deles: "Lee S Remix", "Audiolush Remix", "Flip & Fill Remix" e "Scott Brown Remix". Ainda há as versões "Dub Mix" e "Extended Mix"; esta é bastante semelhante (muito mesmo, praticamente igual) à "The Mash Up Kids Remix", e conta com os vocais de Rachel McFarlane. Ainda saiu "The Feeling"e mais uma versão, a "Radio Edit", que está no CD 2 da compilação "Planeta DJ 2004".

E por falar nesta compilação tão especial...há mais uma observação a ser feita. Já fiz algumas observações na primeirparte. Vocês repararam nos créditos?. Quando ganhei o CD 2, observei com atenção o título da música: "Take Me To The Clouds Abone". O outro CD que contém a faixa (e que já o mencionei aqui), também está escrito da mesma forma. Naquele tempo, sem nenhuma referência, achei algo normal. Tempo depois, saiu a revista e o DVD "Planet Pop Vol. 11", com um excelente repertório. Nem comprei, nem ganhei nenhum dos dois na época. 
Título errado no CD "Planeta DJ 2004"

Como sei do conteúdo dele?. Uma colega de colégio, também apreciadora de dance music, emprestou-me o DVD. Tínhamos o hábito de trocar CDs e DVDs. 

Tive uma surpresa quando vi "Take Me To The Clouds Above" nos créditos do DVD. O meu pensamento, de início, foi: "Ah, no CD do 'Planeta DJ' está escrito errado, assim como no outro"Eu pensei que era simplesmente um erro dos "pirateixons". Não eraAnos depois, procurei pelo CD na internet e vi que, até mesmo no original, estava como "Take Me To The Clouds Abone". Exatamente, com "N".
Título correto no DVD "Planet Pop Vol. 11"

Hora de falar sobre o vídeo e meu contato com ele. Em 2006, minha colega me emprestou o DVD "Planet Pop Vol. 11", e foi a primeira vez que vi o clipe. Minha reação?. Lembro-me de dizer, "oh, que clipe lindo!", no meio da sala. Assim como a música, o videoclipe é bem curto, pois a versão "Radio Edit" foi usada nele. Sabem quando o vídeo é simples e bonito ao mesmo tempo?. É o caso aqui. Rachel aparece junto a um grande painel colorido, apresentando "LMC vs. U2". Mas ela não está sozinha. 

Há mais quatro pessoas que aparecem no vídeo. Para ser mais precisa, são dois casais trajados de anjo. Aliás, o branco é a cor predominante no vídeo, para dar uma ideia de "céu", pois o título da música significa "leve-me acima das nuvens". Eu acho o cenário muito bacana, ainda que simples. Provavelmente, 
algumas partes foram feitas no chroma keyporém, o resultado ficou bom, na minha humilde opinião. 
Outra coisa que agrada bastante os meus olhos, cada vez que assisto o clipe, é o figurino. As roupas dos cinco, casaram perfeitamente bem com o visual do vídeo. Rachel está toda estilosa, com um belo vestido e, quando jogam pétalas de rosas vermelhas nela...eu acho lindo demais. Graças à minha ex-colega, pude contemplar essa beleza videoclíptica pela primeira vez. Perdi o contato com ela há bastante tempo. Então, Letícia, se você estiver lendo este post, receba meus agradecimentos

Após o empréstimo, não consegui comprar o DVD, pois não o encontrei nas lojas que costumava frequentar. No entanto, encontrei outro que trazia uns 30 clipes e "Take Me..." estava lá. Adoro o videoclipe, amo a música. 
Videoclipe de "Take Me To The Clouds Above" no DVD "Planet Pop 11"

A canção está presente em diversas compilações europeias, sendo algumas delas: "Bravo Hits 44", "Club Rotation Vol. 26", "Kontor - Top Of The Clubs Volume 22 e 25", todas da Alemanha; "Clubland - X-Treme 2", "Now That's What I Call Music! 57" e "The Annual 2005 - Ministry Of Sound", do Reino Unido. De nacional, além do "Planeta DJ 2004", "Comando 97 Vol. 6"Lembram de mais alguma?. 
"Take Me To The Clouds Above" fez sucesso em vários países, como Inglaterra, Hungria, Escócia, Bélgica e...Austrália!. E encontrei alguns registros desse sucesso na "terra dos cangurus". Na imagem à direita, vemos "Take Me To The Clouds Above (Extended/Mash Up Kids Mix)" entre as músicas dançantes da ARIA (Australian Recording Industry Association), associação comercial que representa a indústria fonográfica australiana.

"ARIA Club Tracks - Semana começando em 29 de março de 2004" e logo abaixo da mesma imagem, "Semana começando em 5 de abril de 2004", seguido de um pequeno texto: "No.7 TAKE ME TO THE CLOUDS ABOVE - LMC vs. U2. Se você ainda não sabe, este é um remix de duas músicas de sucesso. Whitney Houston - How Will I Know? e U2 - With Or Without You. Coloque os dois juntos e o quê você ganha?. 
Um single n.º 1 no Reino Unido, uma estreia n.º 1 no Australian Dance Chart e um n.º 3 no ARIA Club Chart. Esta faixa está definida para ser grande!"Na imagem abaixo, "ARIA Dance - Semana começando em 5 de abril de 2004", vemos a faixa no topo

E a próxima imagem mostra a música no topo dos charts de singles do Reino Unido, datado em 2 de fevereiro de 2004, e no Eurocharts de 4 de fevereiro, aparecendo na 4.ª posição entre os singles mais vendidosComo podem perceber, este é um registro da revista Billboard, de 14 de fevereiro de 2004; datas são escritas ao contrário nos EUA. Lembrando que a canção chegou à liderança na US Dance Chart, a parada dance americana.

No YouTube, há a performance ao vivo de "Take Me To The Clouds Above". Rachel simplesmente fantástica mandando ver no gogó e, junto com ela, no lado direito do vídeo, nos teclados, Lee Monteverde. Sempre que vejo essa apresentação, sinto arrepios profundos (no bom sentido, claro). Vejam aqui a performance no "Top Of The Pops". Antes de falar sobre LMC, bora falar sobre a dona da voz poderosa que ouvimos na faixa: Rachel McFarlane.
 
Nascida e criada em Manchester, Rachel começou a cantar aos 12 anos de idade pelo exigente percurso dos corais gospel e isso lhe deu a oportunidade de se apresentar em vários palcos, inclusive em um anúncio da Coca-Cola no St. Georges Hall, em Liverpool e em programas de TV, como o "Stars in Their Eyes" e "Songs Of Prais".

O primeiro contato com a indústria da música pop, aconteceu aos 15 anos, quando ela foi convidada a gravar com MC Buzz B em seu EP "How Sleep The Brave". Pouco depois, Rachel gravou com a Family Foundation, um grupo da 380 Records, de Pete Waterman. O talento vocal gospel da cantora casou bem com a batida de house e isso não passou despercebido. Logo ela se tornaria a vocalista mais requisitada de Manchester. 
Em 1994, ela gravou "Let The Music Lift You Up", do Lovelandque alcançou a 16.ª posição nas paradas do Reino Unido, entregando ao projeto, seu primeiro hit no Top 40. Rachel passou a gravar o álbum deles, "The Wonder Of Love"que gerou 5 hits no Top 40 do Reino Unido. McFarlane também trabalhou com N-Trance no mesmo ano e gravou "Turn Up The Power", sendo o primeiro single Top 20 do projeto. E, seguindo a tendência da época, ela não aparece no vídeo. Pouco depois disso, ela se juntou ao Urban Cookie Collective e gravou "Champagne Supernova", um cover de Oasis.

Em 1998, Rachel lançou "Lover", seu primeiro hit solo a entrar no Top 40. Este foi um feito incrível, considerando que teve pouca publicidade ou vídeo para promovê-lo. A faixa acabou sendo pirateada e foi unida com "For An Angel", de Paul Van Dyk. É mais um caso de "bootleg", "mashup", como queiram dizer. 
Foi feito por JPS Project e intitulado como "Found An Angel". É excepcional. A versão original, no entanto, permitiu que Rachel fosse aceita como uma compositora e artista credível por direito próprio. 
Retrabalhado e relançado em janeiro de 2005, "Lover" entrou no Top 40 novamente. Em 2000, a cantora desenvolveu a Doença de Graves, uma forma grave de hipertireoidismo. Incapaz de se apresentar, ela voltou suas forças para o ensino de oficinas de música para jovens nas áreas centrais da cidade de Manchester e Cheshire. Após esse surto de doença, que durou mais de 2 anos, Rachel foi abordada por Lee Monteverde para gravar "Take Me To The Clouds Above", que para ela foi um triunfo pessoal, depois de problemas na tireoide que levaram a dificuldades respiratórias e palpitações cardíacas

Assim, a carreira de Rachel foi retomada. A arte de McFarlane a viu se diversificar em diferentes aspectos da indústria do entretenimento, incluindo palco e musicais, culminando com ela estrelando a peça multipremiada "Rent", tanto no West End, região de Londres, quanto na extensa turnê pelo Reino Unido.

Rachel voltou ao West End em 2011, como membro do elenco original da produção britânica de "Rock Of Ages", interpretando o papel de Justice Charlier. Mais uma vez, ela buscou oportunidades para retribuir à sua comunidade e assumiu o cargo de capelã (feminino de capelão, que é um ministro religioso que presta assistência espiritual e realiza cultos em diversos contextos) no Kings College Hospital, em Londres. Após seu retorno a Manchester, Rachel ingressou na All FM 96.9 como apresentadora de rádio e desenvolveu um programa chamado "Our House", celebrando a house music vocal. Em 2016, ela gravou seu single "Let Nothing", uma infusão da gospel house lançada pela Defected Records, com o colega DJ, Nick Hussey.
Os talentos vocais de Rachel lhe renderam muitos elogios e prêmios, entre os recebidos, foi o "Music Week Dance Single Of The Year 1994", por ''Let The Music Lift You Up'', do Loveland. É possível citar ainda "Malibu Female Singer Of The Year 1997" e a prestigiada indicação ao "Brit Awards" de Melhor Single de 2004, junto a um disco de prata para o single "Take Me To The Clouds Above". Abaixo, vemos a artista com o disco de prata: "BPI (British Phonographic Industry), associação comercial da indústria da música gravada britânica. Certificado entregue a Rachel McFarlane em reconhecimento às vendas no Reino Unido de mais de 200.000 cópias do single 'Take Me To The Clouds Above' da All Around The World, 2003."

Ela se formou em 2018 com o Mestrado em Teologia, o que naturalmente a levou de volta ao seu amor eterno pela música gospel. Em 2020, saiu seu primeiro álbum solo, "Evolution", celebrando suas raízes no gênero. Rachel também formou sua companhia musical IKonic Music, para lançar música gospel/soulful house, cumprindo seu mandato de lançar um som de amor, esperança e liberdade. E complementando com uma frase escrita em um blog que falava sobre a cantora: "Toque Rachel McFarlane e deixe-se levar pela música. Ela irá levá-lo (a) acima das nuvens!". Referência total ao hit de LMC.

Rachel McFarlane continua cantando, fazendo shows e segue envolvida no universo da música cristã. Abaixo, uma foto de McFarlane com Rozalla, em 2024. Que registro!. 

Foto: Página de Rachel McFarlane no Facebook

Depois de falar sobre a faixa e um pouco sobre a talentosíssima Rachel McFarlane, chegou a hora de falar dos caras do LMC.

Vamos saber um pouco mais sobre o três?. Bora lá!. 
Como já foi citado, LMC são as iniciais de cada produtor: Lee, Matt e Cris. Começo pelo primeiro. Lee Monteverde é tecladista, programador, compositor e principal produtor do trio. Ele sempre esteve entre os maiores sucessos de alguma forma, tendo também ajudado A Guy Called Gerald, do grupo eletrônico 808 State, Urban Cookie Collective, Flip & Fill e Lucid em uma carreira de mais de 20 anos"Hungry Eyes", um cover dançante do hit de Eric Carmen, do projeto Eyeopener, tem envolvimento de Lee. O cara já fez diversos remixes sob o nome LMC. Cito alguns: "Love Inc.- Broken Bones (LMC Mix)", "Lasgo - Alone (LMC Extended Version)" e "Lasgo - Surrender (LMC Remix)". Ele já trabalhou com muita gente, então, aqui vai alguns exemplos de músicas que tiveram Lee Monteverde na produção/composição
. Confiram abaixo:

"Open Your Eyes" Koko, 1997;
"Santa Maria" — Excelente cover de Tatjana, na versão de DJ Milano & Samantha Fox, 1997;
"Against All Odds" — Cover dançante de Phil Collins, na versão de Flip & Fill, 2006;
"So Under Pressure"  Dannii Minogue, 2006.

Matthew "Matt" Glyn Cadman e Cris (John Crispin) Nuttall: Matt nasceu em Urmston, Greater Manchester, Inglaterra, em agosto de 1965 e é um dos produtores envolvidos no LMC; é  o "M" da sigla. Responsável por produzir um número considerável de artistas, o cara é um dos grandes da dance music e, junto a Cris, fundou a gravadora All Around The World. Cris Nuttall é de Blackburn, Inglaterra e é o terceiro membro do LMC, sendo o "C" da sigla, apesar de seu primeiro nome ser John: Jonh Crispin Nuttall
A gravadora AATW foi formada em 1991 no cenário da cena rave do norte, no caso, em Blackburn e tornou-se sinônimo de festas de armazém da época. Cris trabalhou anteriormente na Phonogram e era o proprietário da maior loja de discos de Blackburn. Então, ele se tornou um ímã para jovens talentos que procuravam lançar sua música. Juntando-se a Matt, ex-funcionário da A&M e BMG, eles assinaram com alguns artistas que tiveram sucesso no Top 20 naqueles primeiros dias. 

Na virada do milênio, Cris e Matt começaram a entrar no mundo das compilações com uma série de álbuns feitos para estações ILR (Independent Local Radio - Rádio Local Independente), coletivo de estações de rádio comerciais no Reino Unido. Estes eram específicos para as regiões locais no norte e apresentavam um estilo de dance music que estava forçando seu caminho para as cenas dos clubes locais. 

Depois de lutar constantemente para conseguir que as rádios nacionais apoiassem as faixas da AATW, devido às suas bases no norte, e em um mundo onde 95% da indústria musical do Reino Unido estava em Londres, Cris e Matt decidiram parar de se concentrar naquela avenida e simplesmente assinar faixas que eles sabiam que eram grandes em seu mundo. Esta provou ser uma jogada inteligente e foi o começo do que se tornaria o maior movimento dance no Reino Unido nos próximos 10 anos: ClublandEsse sucesso alimentou a ambição da dupla de lançar uma série de álbuns de compilação que venderiam 20 milhões de unidades sob o nome de Clubland. 
Em 2008, a AATW montou seu próprio canal de TV, o ainda bem-sucedido Clubland TV, inicialmente fruto da frustração com a falta de suporte de rádio e TV para a música da gravadora. Em 2012, Matt e Cris foram convidados a assumir funções como diretores administrativos da divisão de compilação da Universal, UMTV, uma função que eles cumpriram por 2 anos e lhes permitiu ter sucesso com outros estilos de música. 

Em 2017, foi acordado que a ex-parceira da AATW desde 2008, a Universal, assumiria sua opção de comprar a AATW e isso se concretizou com Matt e Cris sendo obrigados a permanecer na gravadora de dance music até 2018, para garantir uma transição suave. Assim, a AATW tornou-se parte do enorme portfólio da Universal Music. Foram mais de 20 anos de sucesso com a AATW, mais de 20 milhões de álbuns vendidos, 35 compilações que alcançaram o 1.º lugar, incríveis 90 singles no Top 20, 12 singles no n.º 1 e mais a criação de toda uma cultura de dance music. 

Os remixes do LMC também ajudaram artistas como Erasure, Speedway, bem como uma série de artistas de dance. Foram fornecidos remixes para muitos discos de sucesso, como de Scooter, Lasgo, Flip & Fill, Robert Palmer e outros. 
Antes de "Take Me To The Clouds Above", saiu "Everything U Need", com vocais de Karen West. Porém, ela foi lançada como faixa promocional e trata-se de uma versão cover da dupla australiana Madison Avenue. Ao ouvi-la, percebemos uma grande semelhança com o hino "Played-A-Live (The Bongo Song)", de Safri Duo; provavelmente, foram usados samples. Alcançou o Top 10 na parada de clubes local. 
"You Get What You Give" saiu como promo em novembro de 2005 e, em janeiro de 2006, como single. A canção traz, mais uma vez, os vocais de Rachel McFarlane, além de ser uma versão cover de New Radicals. Melhoraram uma música que, na minha opinião, é bem chatinha; a original, óbvio. A faixa, embora tenha alcançado apenas a 30.ª posição, se tornou o 9.º single de Rachel no Top 40 do Reino Unido, seja como artista solo ou como vocalista de um grupo. Outras músicas de LMC, são:

"In & Out" vs. Speedway, 2004;
"Little Bird" vs. Trick Babies, 2005;
"Grapevine" vs. Marvin Gaye (promo), 2007;
"Time To Groove" vs. Mark McCabe, 2018. Mais um caso de "mashup/bootleg". A faixa é uma junção de "I Searched Around" (1979), de Kinsman Dazz, "Time To Move" (1984), de Carmen Clayton. O DJ e produtor australiano Mall Grab foi o responsável pelo bootleg e é possível constatar que é idêntico ao som de LMC vs. Mark McCabe. Ouçam-a aqui. Mais uma polêmica;
"Te Amo" 2019. Versão cover da canção de Rihanna;
"Do You Mind" 2019;
"I Don't Know Why I Love You" 2020. Contém samples do cover de Thelma Houston, da canção de Stevie Wonder;
"Cruel Summer" feat. Xenara Cadman, 2022. Cover de Bananarama;
"Run To You" feat. Bryan Adams, 2023;
"I Believe In Miracles" — & Majestic, 2025.

Lee também esteve envolvido na produção de "Stay With Me", de RedScope; Matt e Cris em "Castles In The Sky", de Meziah, cover do clássico de Ian Van Dahl. A partir de "Te Amo", em 2019, as músicas produzidas pelo trio passaram a ser lançadas pela Xploded Music. Eu conto mais sobre isso.

Das cinzas da AATW, surgiu a Xploded Music, com Cris e Matt ainda no comando, ao lado do gerente de A&R James Hill, além de uma série da equipe original da anterior. A Xploded Music é uma gravadora com sede no Reino Unido, distribuída pela Universal Music Group, criada no final de 2018 por Cris Nuttall e Matt Cadman, ex-fundadores da All Around The World, uma das gravadoras independentes de maior sucesso do Reino Unido nos últimos 30 anos.
Lee Monteverde segue buscando talentos, trabalhando e produzindo. Matt é diretor da empresa, gerente, continua como parceiro de Cris nos negócios e segue ativo musicalmente. Cris Nuttall, idem. E Rachel McFarlane segue ativa (como já falado) e também é diretora da Amplified Voices CiC, uma organização que promove saúde mental positiva e bem-estar, através da música e do canto. Logo abaixo, Lee em ação, em 2018 e Rachel em 2021 (anteriormente, já vimos a foto atual dela).


Bônus: Chris Count (The Mash Up Kids)
Ouvir música, colecionar e tocar discos foi uma parte importante de sua vida desde o início da adolescência. Passar muitas horas em lojas de discos com o melhor que a indústria musical tinha a oferecer nos anos 90 é sua espinha dorsal musical. Não é um negócio normal para Chris. É, na verdade, uma válvula de escape para produzir música como DJ, para processar ou compreender a vida cotidiana. Nos últimos anos, ele lançou diversas faixas e remixes para clubes pelas gravadoras de Carl Cox, Kenny Dope, Tiesto, Roger Sanchez, K Alexi, só para citar algumas. 
Nada se encaixa perfeitamente aqui; sintetizadores de ponta ou samples brilhantes e cortados dos anos 70 tornaram-se sua marca registrada, e faixas como "Disco Dancer", "Bad Habit""Beltram" e "Love And Happines" causaram grande repercussão e conquistaram forte apoio de pessoas do cenário musical ao redor do mundo. Seu selo digital Counton Music foi lançado em 2011 e conta com playlists de diversos DJs de renome mundial. Chris também produz e cria as artes de todos os lançamentos desde a fundação do selo, sempre em busca de novidades, quase obcecado por assumir o controle de tudo para criar um lançamento. 

Massimo Santucci (The Mash Up Kids) é um músico italiano radicado na Alemanha. Ele descobriu sua paixão pela música ainda jovem. Por mais de 10 anos, tocou bateria, começando como baterista de punk e grunge, e se tornou um baterista sério de jazz-rock. Em meados dos anos 90, ouviu pela primeira vez techno, trance ou psytrance e observou artistas tocando música em computadores e uma máquina chamada TB303. Imediatamente, comprou um ATARI 1040ST, um mixer e alguns sintetizadores. Depois de alguns anos, em 1997, ele se apresentou ao vivo no lendário clube alemão "Die Grube". Entre 1999 e 2003, foram lançados alguns álbuns, como "Al Dente""Phantom", de Prototyp (Santucci esteve envolvido no projeto), alguns singles e uma dúzia de lançamentos de coletâneas. Ao mesmo tempo, ele excursionou com centenas de shows ao vivo por toda a Alemanha, Europa e algumas partes do mundo, como Índia, Israel ou México

O diferencial de seus atos ao vivo era a bateria ao vivo, incluindo percussão. Durante os anos seguintes, seu som mudou de psytranceprogressive trance para trance, house, progressive house, tech house e techno, dependendo das influências e do projeto para o qual trabalhava. Durante 2004 e 2014, ele lançou cerca de 65 lançamentos por gravadoras como Armada Music, Bonzai Records, Flashover Recordings, Baroque Records, Spinnin' Deep, Juicy Music, etc. Ele colaborou e fez remixes com/para artistas como Steve Angello, Sergio D'Angelo, Andrea Love, Solomon Burke, Sergio Fernandez, Daniel Portman, Racheal Starr e alguns outros. Há alguns anos, ele retornou às raízes e trabalha em seu primeiro projeto ao vivo, Analogue Dream

O DJ Thimo U. Seidel (The Mash Up Kids) lançou algumas faixas, como "Drumrush" (2002) "Discotrack" (2003)Seidel é o fundador/CEO da DJTunes, uma loja de música online multinacional, com sede na Alemanha, especializada em todos os gêneros de dance music. A loja não existe mais. Além disso, ele teve um cargo anterior como CEO e fundador da eCollect AG (uma agência de cobrança de dívidas que se concentra em fornecer soluções de cobrança para empresas de tecnologia). 

Thimo U. Seidel reside em Zug, na Suíça

There's a boy I know, he's the one I dream of. Looks into my eyes, take me to the clouds above...
"Há um garoto que eu conheço, ele é aquele com quem eu sonho. Olhe nos meus olhos, leve-me acima das nuvens..." 

Meus mais sinceros agradecimentos a todos os envolvidos na criação e produção desta incrível e primorosa canção.

HARLEM HUSTLERS - LOVE IS THE ANSWER (Italia - 2004): ...Reach out for me, we've got to stay together...Mais uma das mais belas desta compilação. A terceira faixa do CD 2 é um house delicioso de curtir, com melodia e vocais em perfeita sincronia, além de uma vibe sutil e fantástica. "Love Is The Answer" é uma excelente canção lançada em agosto de 2004 pelos italianos do Harlem Hustlers, pela gravadora D:vision Records. Foi escrita e arranjada por Massimo Berardi, Roberto "Mas" Masutti e Igino Bianchi, no Penthouse Studio, em Roma. O romano Massimo Berardi nasceu na bela cidade italiana em 1960 e é considerado um dos grandes produtores e DJs de house music.

Entre os maiores especialistas italianos da disco music, devido à sua longa experiência de DJ e à sua valiosa coleção de discos, Massimo apaixonou-se pela música desde muito cedo, ficou fascinado e seduzido entre 1977 e 1978 pelas fitas disco mix do lendário clube italiano Baia degli Angeli. A partir destas sonoridades, ele iniciou sua própria busca por discos, vindos direto dos EUA e direcionados aos mais conhecidos DJs da época, mas muito difíceis de encontrar na Itália
Conheceu o DJ e produtor Roberto Masutti em 1996 e, com ele, fundou o Harlem Hustlers, iniciando um projeto musical que há muitos anos os leva a criar produções e remixes de destaque para os melhores artistas de dance internacionais, trabalhando ativamente com a gravadora italiana D:vision e com as principais gravadoras de house do mundo.

Em 2021, Massimo concedeu uma entrevista a um blog italiano, na qual abordou sua paixão por discos de vinil, música, carreira e seu parceiro de "estrada", Roberto Masutti. A seguir, um trecho dessa entrevista: 
"Minha primeira paixão, na adolescência, foi a música italiana e as canções de amor, graças ao toca-discos. Muitas vezes, nas tardes de sábado, nos reuníamos na garagem [da casa] de nossa melhor amiga, Daniela, já que seu pai trabalhava no ramo de filmes e trazia para casa uma enxurrada de 45s, incluindo tudo, desde pop a rock, disco, funky e música italiana. Lembro-me de um em particular que fotografa bem aquele período despreocupado, 'Rock The Boat', do The Hues Corporation, um dos primeiros discos de 7' que passaram pelas minhas mãos. Acho que tenho entre 7000 e 8000, entre LP e 12'. Também tenho uns 500/600 CDs, e também possuo uma boa quantidade de 7's, cerca de 400, que adoro..."
Ele comentou sobre o processo de produção, seu trabalho na D:vision e como o Harlem Hustlers foi formado: "Usar vários pseudônimos ao mesmo tempo era normal. Ter pelo menos duas novas produções por mês, que na maioria das vezes se tornaram três ou quatro, obrigou a uma escolha semelhante para não inflar o nome em que mais se destacava. Então, produzi para D:Vision.

Harlem Hustlers nasceu por puro acaso com o desejo de tentar mudar o status quo do house, na segunda metade dos anos 90. Conheci Roberto Masutti através de um amigo em comum. Até hoje já fizemos, entre remixes e produções, quase duzentas músicas. Ele é 10 anos mais novo que eu e tem um gosto musical muito bom. Após os primeiros trabalhos realizados em diferentes estúdios, decidimos montar um só nosso, o Penthouse Studio, que ainda existe, localizado no último andar de um edifício. Escolhi o nome 'Penthouse' também em virtude de um popular programa de rádio na rádio Centro Suono. Nosso relacionamento foi além da simples colaboração de trabalho. Para nos manter unidos, além de uma sólida amizade, sempre houve um grande respeito mútuo. 

Ouvimos a música a ser remixada, decidimos o rumo a seguir e, uma vez encontrada o sample certo para combinar, nos dedicamos à bateria e ao arranjo, e então a redação e mixagem final, para ser ouvida após alguns dias de folga. Algum tempo atrás, Domenico Scuteri, da Lemon Records, na minha opinião um dos melhores músicos, compositores e engenheiros de som italianos, definiu o Harlem Hustlers como os arquitetos do 'cut off sampler'. 
Não sei se fomos realmente os primeiros, mas quando ouço um novo disco que funciona com filtro e automação, não posso deixar de lembrar que já fazíamos isso 20 (e contando) anos atrás. Mesmo com o A&R das várias gravadoras com as quais trabalhamos e colaboramos, sempre houve um profundo respeito. Uma vez, Bob Sinclar nos pediu partes do remix que fizemos para seu hit de 2006, 'World, Hold On (Children Of The Sky)', ele queria editar nossa versão e melhorá-la com algumas correções no rascunho; o resultado, Bob Sinclar vs. Harlem Hustlers Remix...".

Chegarei à faixa em breve. Antes, citarei algumas canções em que Massimo esteve envolvido na produção, usando seu nome. Em 1992, ele produziu "Make It Right", usando as iniciais de seu nome, MB; a música saiu em vinil pela X-Energy Records. Em 2016, saiu "I Feel My Heart", como promo; assim como "Oh Love", de 2018. As duas últimas citadas são total nu-discoEm 2024, ele lançou "Who I Am", com Sheree Hicks.
 
Assim como Massimo, Roberto Masutti é de Roma e, além de ser conhecido como Roberto Mas, também é chamado de "Cyclone", "Joker Juice", entre outros. O produtor e DJ nasceu em 21 de junho de 1973. Conheceu Massimo Berardi em 1996 e, a partir daí, deu início ao Harlem Hustlers. Além da faixa do CD 2 do "Planeta DJ 2004", lançou, com o amigo, outras canções. Segue algumas do Harlem Hustlers: 

"My Lover's Forbidden" 1998. É ótima. Há samples de "Chic - My Forbidden Lover", de 1979;
"Reach For The Sky" 1998. Mais uma com samples, desta vez de "Delegation - Stand Up (Reach For The Sky)", de 1979;
"Together" 2000;
"U Can Do It" feat. Orlando Johnson, 2005;
"Feelin" 2007;
"All About The Paper" feat. Linda Lee Hopkins, 2009.

Além de suas próprias canções lançadas, esses dois talentosos italianos remixaram uma grande quantidade de músicas para outros projetos/artistas/DJs. É complicado colocar todas aqui, por razões óbvias, então vamos com algumas delas:

"Be My Baby (B.O.S. Mix)" Whigfield, 1999;
"Here I Am (Harlem Hustlers Vocal Dub)" Bobby D'Ambrosio presents Kelli Sae, 2000;
"Dance Police (Harlem Hustlers Club Mix)" Houseless feat. K.T.N., 2000;
"Happy (Harlem Hustlers Club Mix)" Square Heads, 2001;
"Bittersweet Melody (Harlem Hustlers Club Remix)" Alex Gaudino feat. Ultra Naté, 2003;
"Sexy Dancer (Harlem Hustlers Dub)" Bob Sinclar, 2004;
"Enough (Harlem Hustlers Dub Mix)" Crystal Waters, 2008.

"Catch Me" é do "projeto" Cyclone, um dos nomes usados por Massimo e Roberto. É de 2004 e contém os mesmos vocais de "Love Is The Answer". Mas quem é a cantora? Já já falarei sobre ela. 

"Love Is The Answer" conta com as versões "Vocal Mix", "Dub Mix", "Harlem Hustlers Radio Edit""Francesco Rossi Club Mix""Francesco Rossi Radio Edit""Harlem Hustlers Vocal Club Mix" "Instrumental"Bom, há uma incógnita. Durante 21 anos, ouvi esta faixa maravilhosa no CD. Quem tem a compilação ou já ouviu ela por aí, deve saber que no CD, a música tem 3:54 de duração; é uma versão curta. E vocês viram que há uma "versão curta" da faixa, que é a "Harlem Hustlers Radio Edit". Entretanto, ela não tem a mesma duração da versão que está no "Planeta DJ 2004", além de ser um pouco diferente da que ouvimos no CD da Jovem Pan.

Pausei o player para destacar a duração da música

A "Radio Edit" tem 10 segundos a menos, ou seja, 3:44, e apresenta uma introdução com uma voz masculina. Essa mesma voz também aparece na "Harlem Hustlers Vocal Club Mix", mas está ausente na versão do CDAo ouvir a "Club Mix", que é a versão "Extended", observamos que ela tem 8:50 de duração. Se prestarmos atenção, a versão da compilação brasileira começa com uma transição bem calma, exatamente no minuto 2:07 da "Club Mix"; e a parte final no CD aparece no minuto 7:36 da versão expandida. 
 
Para resumir, a faixa, como apresentada no CD, não existe. Entre todas as versões, as que mais se aproximam são a "Radio Edit" e a "Club Mix", que é mais longa. Muito provavelmente, trata-se de mais uma faixa especialmente editada para a compilação. 

Depois de falar sobre a música e um pouco sobre os dois produtores, chegou a hora de abordar a cantora. De quem é a voz em "Love Is The Answer"?. Embora não esteja creditada no "Planeta DJ 2004", a voz potente que ouvimos na música é de Yvonne Stevens, conhecida pelo nome artístico de Taka Boom. Yvonne nasceu em 8 de outubro de 1954, em Chicago, Illinois, Estados Unidos, e é conhecida por trabalhos no R&B e na dance music. E aqui vai uma perguntinha: vocês conhecem a cantora e compositora Yvette Stevens?. Não?. E se eu disser Chaka Khan, melhora?. Sim, a Diva americana de sucessos como "Ain't Nobody" "I Feel For You".

Por que estou falando de Chaka Khan no momento "Love Is The Answer"?. É simples, meus caros: Yvonne "Taka Boom" Stevens é irmã de Chaka. Além dela, Yvonne tem mais três irmãos: Mark Stevens, também músico, conhecido por integrar o grupo de R&B/soul dos anos 80, Aurra e The Jamaica Boys; Tammy McCrary, uma bem-sucedida empresária e Kathleen Burrel. Seus pais são Charles Stevens e Sandra Coleman. Ela vem de uma família bastante musical, como puderam perceber. 
Ela trabalhou ao lado de Chaka localmente em sua cidade natal, Chicago, até sua irmã se juntar a banda Rufus
A cantora foi vocalista de estúdio do The Gap Band e de Carl Carlton, no início dos anos 70, além do Brides Of Funkenstein. George Clinton foi o idealizador do grupo Parliament e Yvonne fez backing vocals para vários álbuns deste grupo, que foi formado no fim dos anos 60. Taka Boom, às vezes creditada como "Takka Boom", tem um nome com significado. "Taka" significa "amor ao meu povo" na língua suaíli, idioma falado em países como Tanzânia, Quênia, Uganda e CongoEntão, Yvonne combinou esta palavra com o apelido de seu ex-marido. Vou explicar. Cerca de 2 anos após de Chaka se mudar de Illinois para Los Angeles, Yvonne fez o mesmo. Lá conheceu e se casou com o saxofonista John Brumbach, assumindo depois o apelido dele: "Boom".

Mais tarde, Yvonne se casou novamente, mas manteve o apelido. Ao ser questionada sobre este fato, ela explicou: "Ele costumava explodir o solo, porque construía piscinas. Isso foi em Illinois, então o apelidaram de 'Boom'. Ele tocou sax com muita gente, trabalhou com Rufus, The Gap Band, Bloodstone, Dennis Coffey e Parliament...", e assim surgiu o nome artístico da cantora.
Ela também foi membro do grupo The Undisputed Truth e os liderou em seu hit disco de 1976"You + Me = Love". Em 1979, assinou com a Ariola e iniciou sua carreira solo. O álbum de estreia, o homônimo "Taka Boom", foi lançado no mesmo ano, e o single "Night Dancin'' se tornou um hit. "Red Hot" foi extraído do mesmo álbum e os irmãos, Chaka e Mark, fizeram backing vocals neste trabalho. "Bring It Back", embora lançada em 1979, não integra este álbum solo, pois saiu em outra gravadora.  

Depois, ela se juntou ao grupo Dream Machine, produzido por Norman Whitfield, resultando no álbum homônimo, lançado pela RCA em 1981. Em 1983, vieram "Ride Like The Wind", um bom cover da canção de Christopher Cross, "To Hell With Him" e "Love Party"; todos extraídos do álbum "Boomerang", do mesmíssimo ano. Em 1985, lançou "Middle Of The Night", single que leva o mesmo nome do álbum, também de '85. A faixa recebeu alguma atenção, porém o álbum teve um sucesso modesto.

Após mudar-se para Londres em meados dos anos 90, ela iniciou sua carreira como cantora de estúdio, realizando apresentações ao vivo de forma consistente. Nesse período, a cantora também começou a colaborar com o DJ/produtor Dave Lee, anteriormente conhecido como Joey Negro. Ela é amplamente reconhecida pela vasta quantidade de canções que gravou para o músico inglês. Em 1996, como artista solo
, lançou "Feel Good All Over", um house delicioso de ouvir. Vai mais um pouquinho aí?. 
No ano de 2002, a envolvente "Taka's Groove" foi lançada. No mesmo ano saiu "Groove Like That", faixa que conta com Chaka Khan. 4 anos depois, "Treat Me Right". Em 2004, ela se juntou aos italianos do Harlem Hustlers, resultando na produção e lançamento de "Love Is The Answer". No mesmo ano, a faixa "Catch Me", do Cyclone, também foi produzida por eles, contando com os vocais de Yvonne. 
Creio que a escolha por Taka tenha sido feita por Massimo Berardi, não somente pelo talento da cantora, mas também pelo fato de ele estar "entre os maiores especialistas italianos de disco music, devido à sua longa experiência como DJ e à sua valiosa coleção de discos". 


Além de o próprio produtor ter iniciado buscas por vinis vindos direto dos EUA. Em 2 de abril de 2012, uma nova versão de "Love Is The Answer" foi lançada e, claro, com os vocais dela. A faixa recebeu novos remixes, incluindo o "Masutti & Monaco Remix", que é absurdamente boa e foi intitulada "Love Is The Answer 2012". Em janeiro de 2022, Yvonne usou sua conta no Facebook para compartilhar e relembrar a música. Legal demais!.

A talentosa cantora gravou para muitos produtores. Se eu for enumerar as parcerias de Taka Boom, terminarei este post somente em 2035. Na sequência, porém, citarei alguns de seus "feats".
 
"Lost In The Rhythm Of Love" The Grove, 1996;
"Clouds" The Source, 1997;
"Can't Get High Without U" Joey Negro, 1997;
"Does It Feel Good 2 U?" Foreal People, 1998;
"Wannabe" DJ Disciple, 1999;
"Must Be The Music" Joey Negro, 1999;
"Keep Doin' It" Black Connection, 2000;
"Saturday" Joey Negro, 2000. Faixa das compilações "House Definition Vol. 4 - By DJ Ricardo Guedes", da Energia 97 FM, "Planeta DJ" (o primeiro da série) e "Celso Portiolli Faz A Festa Vol. 3";
"The Third Pleasure"  Morris T., 2001;
"Surrender" Prospect Park, 2001;
"Just Can't Get Enough (No No No No)" Eye To Eye, 2001Há samples de "Can't Get Enough" (1998), de Soulsearchere "Stop The Rock (Gigolo Instrumental)" (1999), de Apollo 440. Ótima e viciante;
"Everybody Movin' Around" Supersonic, 2004. Faixa do CD "Planeta DJ 2005"

Os compositores Mark Bell e Jamie Petrie formaram o projeto FOMO. Mark é vencedor do "Mercury Prize" e responsável pelos sons de M-People. Jamie já trabalhou em estúdio com nomes muitos nomes da música, como Jean Michel Jarre. Em 2016eles se reuniram para lançar o single "House Of Love". A música é bem bacana de curtir e conta com os vocais dos três irmãos: Taka Boom, Chaka Khan e Mark Stevens.

Em 2022, o DJ e produtor brasileiro Lucas Frota lançou "The Night", faixa que traz Taka Boom nos vocais. "Taka Boom é uma lenda do R&B, uma cantora única e cheia de autenticidade", comentou o artista sobre a cantora. Além de cantora e compositora extremamente talentosa, Yvonne é chefe de cozinha e profissional de saúde mental. "Quero dar energia à música que estou cantando, mas não quero passar por cima. Eu prefiro ter muito de qualquer coisa, do que não o suficiente", palavras de Taka, ditas numa entrevista.
Taka continua trabalhando com música?. A resposta é sim!. Em maio de 2024, foi lançada "Misti Blu Two", faixa de Amillionsons, um trio de Nottingham, Inglaterra, e é, mais uma vez, um trabalho que tem o envolvimento dos irmãos Chaka e Mark. Em fevereiro de 2025, foram lançados vários remixes para a faixa "Groove Like That", incluindo o "Sacha Robotti Remix"

E Massimo Berardi e Roberto Masutti?. Os caras continuam na ativa, lidando com aquilo que fazem de melhor: música!. Em 2021, a dupla postou uma foto, que está à direita, na página do Harlem Hustlers no Facebook, anunciando o retorno do projeto, após longos anos: "Mesmo lugar, mesmas pessoas, mesma paixão, a única mudança é na cor do cabelo e nas tecnologias disponíveis. Estamos de volta depois de 10 anos. Os Harlem Hustlers estão de volta, prazer em vê-los novamente. Faixa em andamento: Finishing Touch - Don't Put Me Down - HH 2022 Re-Builded Mixes"Foto muito legal para comparar com aquela do início, tirada em 2001, exatamente 20 anos antes desta. O single "U Can Do It", com Orlando Johnson, lançado em 2005, foi retrabalhado e saiu recentemente como "You Can Do It (HH 2023 Rework Mix)"No início de 2025, eles lançaram "Right Back", com Sheree Hicks. Em maio, foi a vez de "Take Me Higher", com Woody Bianchi 

Além de produtor e DJ, Roberto Masutti é CEO e fundador da GMS Beauty Group, empresa com experiência consolidada no setor da Medicina Estética em Roma, que fornece produtos de beleza

Ainda falta alguém, não é!?. O cara que escreveu "Love Is The Answer" com Berardi e Masutti: Igino Bianchi. 

Igino Bianchi
(conhecido também como Woody Bianchi e Gino Bianchi) é um DJ, produtor e remixador italiano de disco, soulelectro e house. Ele nasceu em 29 de agosto de 1961, em Roma. Iniciou sua jornada musical bem cedo, em 1975. Ele se diz um colecionador de música. Bianchi é considerado um dos DJs, produtores e remixadores mais importantes no cenário da house music e do funk'n disco, com uma coleção de vinis e uma cultura musical inigualáveis. Suas colaborações internacionais com Bob Sinclar, Todd Terry, Arthur Baker, Full Intention, Eric Kupper, Jocelyn Brown, Marshall Jefferson e muitos outros consolidaram seu perfil de campeão. Ele realizou mais de 300 produções, incluindo o grande sucesso "Stand Up (If You're Ready)", de Electroluv, lançado em 2003. Como DJ, é eclético, devido à sua vasta experiência. São precisamente esses seus dons que lhe permitiram tocar ao lado de grandes como Frankie Knuckles, David Morales, Louie Vega, Martin Solveig e muitos outros. Lançou diversos trabalhos com os Harlem Hustlers. 

Abaixo, alguns de seus trabalhos, usando o nome Woody Bianchi, outros projetos e composições: 

"Stand Up"Delicious, 1993;
"The Way Of Love" Urban Gypsy, 1994
"Some People" Karen Jones, 1995
"Give Me Rhythm" Black Connection, 1997. Lançada inicialmente pela Lemon Records como "Rhythm", a canção tornou-se "Give Me Rhythm" após ser licenciada para a Xtravaganza Recordings
"I'm Gonna Get Ya Baby" Black Connection, 1998;
"EverSince You" Groovelvet feat. Tafuri, 1999;
"Move Your Feet"Base On Space, 1999;
"Music" Disconnection feat. Sabrynaah Pope, 2001;
"All Right" Woody Bianchi feat. Connie Harvey, 2004;
"I Feel Love" Nuances feat. Linda Lee Hopkins, 2005;
"Turn Up The Music" Woody B & Karis feat Kevin Ettienne, 2006;
"Waiting For Your Love"Woody Bianchi & Andrea Carissimi feat. Brent St. Clair, 2007;
"Holdin' On" Woody B. feat. Brent St Clair2007;
"You Got What I Want" Woody Bianchi2010;
"Just Dance" Woody Bianchi & Re-Tide, 2016;
"Beautiful" Woody Bianchi, 2017;
"Light On The Path" Woody Bianchi & Pietro Nicosia feat. Brent St. Clair, 2023.

Na imagem a seguir, os quatro (que seguem ativos na música), em 2024: Massimo Berardi, Roberto Masutti, Yvonne "Taka Boom" Stevens e Igino "Woody" Bianchi


Got to find the way somehow, nothing's gonna stop me now, everybody needs sometimes the answer, love is the answer. Love is the answer, reach out for me, we've got to stay together...
"Tenho que encontrar o caminho de alguma forma, nada vai me parar agora, todo mundo precisa às vezes de resposta, o amor é a resposta. O amor é a resposta, estenda a mão para mim, nós temos que ficar juntos..." 

Meus agradecimentos a eles por esta produção maravilhosa. 

RYTHME FATAL feat. REDD-ANGEL - MAN IN THE MIRROR (Itália/África do Sul - 2004) : ...I'm starting with the man in the mirror, I'm asking him to change his ways...Na na na, na na na, na na, na nah. Confesso que, ao dar o play pela primeira vez nesta canção, pensei: "É uma música lenta!". O início é bem tranquilo, o cantor faz a introdução à capela, e por isso a achei lenta naquele momento. Eu não poderia estar mais equivocada. Na sequência, a quarta faixa do CD 2 do "Planeta DJ 2004" embala numa vibe dançante e deliciosa de ouvir. 

Ela é uma daquelas que você pode até não esperar nada, mas ela entrega tudo. É, sem dúvida, mais uma bela faixa desta excepcional compilação. Curto muito. 
"Man In The Mirror" é uma excelente versão cover da canção de Michael Jackson, que foi escrita por Glenn Ballard e Siedah Garrett. Foi produzida pelos italianos Marco "Highpass" Brugognone, Luca Moretti e Riccardo "Ricky" Romanini, no Mutant Studio Deluxe e Highpass Studio, na Itália. 

Perceberam a presença de "Highpass"?. Quem acompanhou a primeira parte do post, sabe que o cara já apareceu em outra faixa da compilação: "Spankox - To The Club". Quem não a viu, corra para conferir, pois há informações interessantes. Continuando. O vocais foram gravados no Eleven Studios, em Midrand, Gauteng, na África do Sul e o responsável pela gravação foi o produtor de Joanesburgo, Verny Scholtz.

Por que a África do Sul está envolvida em uma produção italiana?. Porque o "Redd-Angel", intérprete de "Man In The Mirror", é sul-africano!. Em breve, falarei sobre ele em detalhes, não se preocupem. A canção foi lançada pela Motivo Productions s.r.l., em 2004, com diversos remixes e versões, sendo eles: "Club Mix", "Original Pop Mix""Club Mix (No Crowd)", "Original Version""Club Mix (With Crowd)""Kenny Hayes Dub Addiction", "Live PA" e "Radio Edit/No Crowd"Para a nossa alegria, a versão está creditada no "Planeta DJ 2004": é a "Radio Edit". Mas vocês sabem quem é o "Rythme Fatal"?. Moretti é o titular do projeto e é sobre ele que falarei agora. 

Luca Moretti é um talentoso DJ e produtor, nascido em Milão, Itália. Além disso, o cara é empresário, um dos fundadores da Motivo Productions e dono da IHU Music Group; e co-fundador da Made In Etaly, que é uma distribuidora digital. É considerado um cara de "visão de futuro" e de uma personalidade altamente aventureira. E, assim como boa parte dos produtores, usou diversos pseudônimos ao longo da carreira, como "Black Mushroom", "Motivo", "Plaything", "Triple X" e "Antillas"

O italiano começou a tocar ainda na adolescência, aos 16 anos, além de ter participado de várias competições de DJs. Conseguiu um emprego em uma rádio local e teve seu próprio programa; teve acesso a inúmeros vinis graças a várias lojas da região, que patrocinavam a rádio onde ele trabalhava. Depois de experimentar o que hoje chamamos de "mashups", ele decidiu que queria criar sua própria música.

As tentativas para criar algo, eram iniciadas em um lugar bem peculiar: um quarto. Como o começo nunca é fácil, Luca economizava cada centavo que ganhava para comprar qualquer equipamento que encontrasse. E não é que tal "sacrifício" valeu a pena!?. 
Suas primeiras produções foram de hardstyle. O primeiro lançamento foi em um selo italiano independente, chamado Brainstorm, no início dos anos 90

Para quem está começando no ramo, é quase sempre difícil, principalmente no momento de assinar um contrato com uma gravadora. Além de talento, é necessário mostrar determinação e apostar naquele método de "vou vender meu peixe". No caso de Luca, não houve tanta dificuldade, porém determinação e "venda do meu peixe", sim!. Ele foi aos escritórios da gravadora com uma boa fita demo, à moda antiga, e ela foi escolhida imediatamente. Os responsáveis pela gravadora chamaram Luca para ir ao estúdio mixar e mostrar serviço. A fita demo foi literalmente feita em casa, trabalhada com poucos recursos, mas isso não impediu o triunfo de Luca. 

A gravadora ficou simplesmente impressionada com o resultado final e, com a "boa vibe" que ali foi criada, o dono entregou as chaves do estúdio para que ele pudesse trabalhar em sua própria música. Até hoje, Luca é extremamente grato por essa atitude. A Motivo Productions foi a primeira empresa de Moretti, empresa esta que rendeu bons frutos. Grandes produções da dance music foram feitas por lá. A Motivo, que foi distribuída pela Sony e depois pela Universal, era líder na Itália. Muitos artistas "passaram" pela gravadora, como por exemplo David Guetta, Snap!, Michael Gray, Tom Novy, Milky, Danzel e muitos outros.
Embora a gravadora fosse de Luca, ele não trabalhava sozinho. Riccardo Romanini uniu-se à Moretti e permaneceu como seu parceiro de negócios por longos 10 anos. Já já, falarei sobre esse outro cara talentoso, aguardem aí!. Continuando. Ser ativo artisticamente em estúdio e, simultaneamente, focado em negócios no escritório e em tudo o que isso implica é algo desafiador. E para Luca não foi diferente. Porém, com anos de experiência como produtor, ele sentia a necessidade de criar algo para expressar sua identidade.

Numa entrevista para um site de uma rádio, Luca afirmou: "Também é revigorante poder assinar e lançar, não apenas o que você realmente produz, mas também músicas de vários gêneros diferentes. Para mim, nunca foi difícil conciliar os dois aspectos, na verdade sempre foi uma maneira fantástica de interagir com outros artistas, novos talentos, pessoas inspiradoras, empreendedores e ícones do negócio. Isso foi fundamental para me ensinar muito e não me arrependo de uma única noite sem dormir".

Moretti criou então a IHU Records, gravadora dedicada a electro-disco, indie e nu. Iniciando como um hobby, lançou faixas trance que alcançaram grande aceitação do público e sucesso nas paradas. Naquele período, Luca integrava a Armada Music, cofundada por Armin Van Buuren. Diante disso, a transformação da IHU em uma gravadora de trance foi um passo natural para ele. Seu envolvimento com a Armada começou antes mesmo da fundação da lendária gravadora, pois Luca já era amigo de Maykel Piron, um dos seus fundadores. O músico sonhava em trabalhar em uma grande gravadora que investisse no estilo musical que o interessava na época. Um ajuste perfeito. Luca permaneceu na Armada Music por cinco anos, que, segundo ele, equivaleram a trinta. Ele deixou a gravadora para se dedicar à IHU Records, sua própria empresa.
Luca Moretti é um DJ experiente que já fez diversos shows em todo o mundo, como por exemplo "Ultra Music Festival", "A State Of Trance", "600 Beirut", "ASOT Ibiza" e "Armada Nights". Passou por Rússia, Malásia, EUA e Hong Kong, além de ter aberto a turnê de Armin Van Buuren nos EUA e Canadá, em maio de 2013. Ainda na entrevista, o artista falou sobre as habilidades que um DJ/produtor precisa ter, para se tornar bem-sucedido: "Eu realmente não sinto que tenho nada para ensinar a ninguém, mas penso que de um lado você tem grandes produtores que precisam se tornar DJs porque os fãs querem associar um rosto à música. Por outro lado, você tem DJs 'puros' que começaram como tal e são extremamente educados em seu gênero e sempre se mantêm, oferecendo sets muito longos que são uma verdadeira jornada para a parte de DJs. 

Para mim, estes últimos são os verdadeiros DJs. Há também uma terceira categoria: todos os caras que não são produtores nem DJs, não têm ideia de como trabalhar no estúdio, não sabem como usar um toca-discos ou CD player e assim por diante, mas têm dinheiro para gastar. Ver o quanto os festivais pagam a mais é simplesmente adorável. É assim que se estraga tudo de bom que foi criado no mundo da música/show business nos últimos anos"

Ainda na mesma entrevista, Luca foi questionado sobre algo que eu sempre quis saber de um italiano, porém nunca pensei em perguntar: "Existe alguma razão pela qual a Itália e os italianos são tão bons em produzir música, particularmente eletrônica?". Eles são fantásticos mesmo. Ele respondeu: 
"A Itália é um país com uma história muito longa, onde a arte e a criatividade sempre foram uma parte importante da vida das pessoas; os altos e baixos dessa história contribuíram para inspirar ainda mais as mentes criativas. A música também faz parte do DNA italiano, então sim, temos alguns produtores de música eletrônica incrivelmente talentosos, mas isso não para por aqui. A música italiana tem inúmeras estrelas incríveis e brilhantes em tantos gêneros. Pense em Ennio Morricone, Giorgio Moroder, Ludovico Einaudi, Franco Battiato. Quando você nasce ouvindo estes gênios, começa com uma base sólida.". Para ele, as gravadoras Energy Productions, Media Records, Time Records, Do It Yourself, Expanded Music e DWA Records, fizeram a história da música eletrônica italiana no mundo. Moretti também trabalhou como A&R e como produtor na Time Records.

Outro ponto que concordo com Moretti é sobre a diferença do antigamente e o atualmente no mundo da música. Como um produtor renomado, ele tem total propriedade para falar: "Antigamente, você ganhava reconhecimento independentemente do sucesso de suas produções. As pessoas olhavam para a qualidade real da música de alguém, e isso por si só era suficiente para conceder respeito, em geral, novos negócios. Se eu olhar para o mercado atual, tenho a sensação de que ele se move mais com base em quão popular é um nome, em quantos fãs de mídia social ele tem e em uma torrente interminável de lançamentos que um artista é forçado a fazer para se manter relevante.". Confiram aqui a entrevista completa em inglês.

E eu, mais uma vez, utilizando o método cara de pau, me dediquei a tentar abordar o próprio Moretti. Meus questionamentos foram inteiramente focados em “Como foi o processo de produção da música?” e “Como foi trabalhar com músicos sul-africanos?”. Para a minha surpresa, obtive respostas em poucos dias:
"Olá, Ana. Que recordações!. Se bem me lembro, criamos a faixa de fundo e usamos um cantor temporário, mas não suficientemente forte. Então, mantivemos a faixa em espera por um tempo até que um de nossos parceiros na África do Sul nos sugeriu envolver Jerome na faixa. Honestamente, não me lembro exatamente de toda a história por trás desta faixa ou do momento, porque acho que produzi cerca de 500 faixas na minha vida ou mais...Mas, obrigado por perguntar."
Quis saber um pouco mais sobre o "cantor temporário" e ele explicou:
"Nesse meio tempo, você tem a visão de uma faixa e está trabalhando nela. Você precisa de qualquer maneira da linha vocal, então, você chama um cantor 'temporário' que possa cantar a faixa apenas para uma demo, não para o lançamento oficial. Até encontrar o vocalista certo que se encaixe perfeitamente na sua faixa para que você esteja pronto para lançá-la."
Na sequência, algumas músicas que foram produzidas e remixadas por Luca Moretti:

"Brainstorm Party Vol. 1" Luca Moretti & Fabio Locati, 1994. Um set com 13 músicas, que saiu em 1994, pela gravadora independente que Luca mencionou na entrevista, a Brainstorm;
"Clap On Top Of Me" M.U.T.E., 1996;
"Don't Clap Anybody" — Black Mushroom, 1997. Música que saiu pela Italian Style Production/Time, e o projeto teve, além de Moretti, Massimo "Max" Boscolo, Gianluca Mensi e Rossano Prini (DJ Ross) envolvidos;
"Feel The Same" Triple X, 1999. Foi licenciada para a gravadora Ministry Of Sound, alcançou o 1.º lugar no UK Club Chart e 32 no UK Official Singles Chart. A música traz samples de "You And I", de Delegation e vocais de J.D. Braithwaite. No mesmo período, Luca e Ricky remixaram "Get Get Down", de Paul Johnson, um grande sucesso mundial. Esta versão logo se tornou a mixagem favorita dos DJs e, em vários países, como a França, foi lançada como versão principal. A partir desse momento, todos os remixes do Triple X ocuparam um lugar de destaque no cenário dance mundial, colaborando com os maiores nomes do ramo; 
"Into Space" Plaything, 2000. Projeto/pseudônimo de Luca Moretti e Riccardo Romanini. A música tem samples de "Spacer", de Sheila & B. Devotion, de 1979. "Into Space" é, por exemplo, faixa do CD "Planet Pop Vol. 3" e seu videoclipe está no DVD "Planet Pop Vol. 5";
"Do You See The Light" Snap! vs. Plaything feat. Niki Haris, 2002;
"The Power (Of Bhangra)" Snap! vs. Motivo, 2003. Motivo é Luca Moretti e Riccardo Romanini. Sem esquecer que Agostino Carollo, o Spankox, também tem envolvimento nesta música;
"I Will Find You (2002 Remix)"  Antillas feat. Clannad, 2002;
"Damaged"  Antillas feat. Fiora, 2012;
"Evolution"  Antillas & Dankann, 2012;
"Top Of The World" Antillas & Blinders feat. Jenson Vaughan, 2012;
"If I Run"  Antillas feat. Anki, 2015;
"The Love" Antillas & Alpha Force feat. Lauren Evans, 2015.

Remixes:
"Just Be (Antillas Club Mix)" Tiësto feat. Kirsty Hawkshaw, 2004;
"A Beautiful House (Antillas & Dankann Remix)"  Reflekt feat. Kim Wilde, 2012;
"No More I Sleep (Antillas & Dankann Radio Edit)"  Chicane feat. Senadee, 2014.

É hora de falar rapidamente sobre Marco Brugognone, o Highpass, mais um dos envolvidos em "Man In The Mirror". Temos aqui, mais um talentoso músico, DJ e produtor italiano. Marco nasceu em 30 de junho de 1974 e foi responsável por muitas produções dançantes e remixes excelentes. Ele é outro que colaborou para a realização deste cover incrível. A seguir, alguns exemplos do ótimo trabalho feito por Marco e sua contribuição para a dance music:

"Where Is Ylenia" Taty J, 1994;
"Memories" Coolblood & P.D.L., ‎1994;
"Hot Stuff"  Shamiira, 1996;
"This Is House Music" Up 2 Date, 1996;
"Say Goodbye" Alex Raimondi present Real Love, 2000. Uma excelente faixa house que contém samples de "Give Me Tonight", de Shannon"Easier To Love", de Sister Sledge. 

Remixes:
"No More Tears (Highpass vs. Triple X Remix)" Modjo, 2002. Triple X é Marco Brugognone, Luca Moretti e Riccardo "Ricky" Romanini;
"Alive (Highpass Vs Triple X Dub Mix)" Alive feat. D.D. Klein, 2001. Novamente, os três no remix e, nesta faixa, na produção;
"Radio (Highpass vs. Triple X Remix)" Who Da Funk feat. Cindy Torres, 2003.

Riccardo Romanini é outro talento envolvido na produção da quarta faixa da nossa compilação especial. "Ricky" é um produtor e compositor nascido em Bréscia, Lombardia, em 1975. Ele produziu e compôs para diversos projetos, utilizando vários pseudônimos, como "Plaything", "House Corporation", "Quasimodo", "Triple X""Alive" e "Antares" (àquele mesmo!).Trabalhou como produtor na lendária Time Records por três anos, de 1995 a 1998. Além disso, é um dos fundadores e CEO da Motivo Productions e, durante muitos anos, trabalhou ao lado de Luca Moretti. Pippo Polara, produtor e sócio da Distar Records, definiu Riccardo em algumas palavras: "Ricky é um cara fantástico, engenhoso e curioso. Ele está sempre em busca de algo novo. É uma grande pessoa e ele sabe como fazer boa música também.".


Algumas das produções, composições e remixes de Ricky Romanini:

"I Wonna Be With You" Missis Scarlet, 1994. Vocais de Maria Caprì, a "Martine"
"You Belong To Me" Antares, 1995. Vocais de Clara Moroni;
"Memories" Quasimodo, ‎1995;
"Wanna Be With U" Jinny, 1995. Vocais de Sandy Chambers;
"My Romance" R. To R., ‎1995. Nem preciso dizer o significado desse "R" aí, né?!?. Mentira, vou dizer sim!. Um "R" é de Romanini e o outro de Rizzi (Marco Rizzi);
"You And I" Luna, 1996. Vocais de Sandy Chambers;
"Thinkin' About You" Discover, 1997. Vocais de Simone Jay. Belíssima!. Dispensa comentários;
"All I Need Is Love" Celine, 1997. Vocais de Sandy Chambers. Mesmo ano da anterior, mesma beleza musical;
"Open Your Mind '97 (T.S. Triponphunky Remix)" U.S.U.R.A., 1997. Remix de Riccardo Romanini e Alex Gaudino;
"Get Get Down (XXX Remix)" Paul Johnson, 1999. O remix que supera a versão original. Minha opinião, claro. Bravo!. Muito melhor;
"You Don't Know Malik (Last But Not Least Mix)" Malik, 1999. Sim, Malik é àquele "mano" do The Outhere Brothers;
"Talk To Me (M.U.T.E. Remix)" D.E.A.R., 2000. Vocais de Melody Castellari;
"The Bomb (Triple X Club Mix)" Love Connection, 2000;
"Need You Tonite (La La La) (Hit Extended Mix)" Quik feat. Charlotte, 2000;

É hora de falar sobre o dono da voz que ouvimos em "Man In The Mirror", do Rythme Fatal. Redd-Angel é o pseudônimo usado por Jerome Martin Krwaqa, um popular vocalista sul-africano de R&B. Ele ficou conhecido internacionalmente pela versão cover de Michael Jackson, com o Rythme Fatal e o reconhecimento colaborou ainda mais para o surgimento de um apelido ao jovem artista: Michael Jackson de Langa. Langa é um município na Cidade do Cabo, África do Sul. O apelido surgiu não apenas pelo excelente cover do pop star americano, mas também porque Jerome costumava usar uma jaqueta de couro vermelha com muitos zíperes, da qual raramente se separava.

O cantor foi criado em Langa, mas morava em Mitchell's Plain. Um tempo depois foi revelado que Jerome adotou o sobrenome de solteira de sua mãe, que era Martin, para se matricular em uma "escola negra" durante os anos do apartheid. Jerome também participou e venceu um concurso de talentos. Mas vocês sabiam que, no início, Redd-Angel era uma dupla?. Sim!. O "Redd" era Ricardo Wessels, parceiro de Jerome, e o "Angel", o segundo citado. 
Em 2001"Fabulous Day" foi lançada como Coolfunk feat. Redd Angel; em 2002, a música ganhou novos remixes e passou a ser intitulada apenas como "Redd-Angel - Fabulous Day". A canção foi escrita por Jerome, Adreil Samuels e Ricardo Wessels e tornou-se um grande sucesso na África do Sul. Contudo, nem tudo correu bem. Surgiram rumores de um possível rompimento da dupla, o que desgastou o nome "Redd-Angel". No fim, os rumores se confirmaram e a dupla deixou de existir. Entretanto, isso não foi motivo suficiente para Jerome desistir, pelo contrário. 
O jovem cantor seguiu firme com o mesmo nome e deu certo. "Fabulous Day" havia se tornado um hit em seu país, o que ajudou o artista a ter mais visibilidade e a se apresentar em vários programas. O videoclipe foi gravado em Veneza, na Itália, em 2004. Há outra versão de vídeo com um remix, intitulado "Ibiza Edit", e vocês podem conferi-la aquiUm blog descreveu a faixa como "uma música ensolarada de um país ensolarado" e comentou que ela "parece ter sido tema de muitas mixagens diferentes, algumas para ouvir em casa enquanto se passa roupa, outras para uma noite em Ibiza"

Segundo uma matéria, Jerome passou a maior parte do novo milênio se preparando para dominar as paradas mundiais com o lançamento de seu aguardado álbum de estreia, o "Fabulous Vol. 1". Unie Moller, dono da Sexy Records UK, se comprometeu com Redd-Angel de uma forma que fez com que os dois construíssem coletivamente um grande repertório e criassem alianças no Reino Unido, em toda a Europa e no coração da Ásia com o enorme single “Fabulous Day”. “A música foi um grande sucesso na África do Sul e foi até escolhida por uma das maiores editoras do Japão, Johnny Music e JVC Victor Records.”, ressaltou Unie em uma entrevista.

Em vez de apressar o álbum, Unie fez contato com sua rede de produtores/compositores de discos com quem Jerome poderia colaborar no Reino Unido e na Europa para trabalhar no "Fabulous Vol. 1". O álbum é uma mistura bem equilibrada de canções club e baladas tradicionais de R&B e Jerome se adaptou extremamente bem aos diferentes estilos. "Fabulous Vol. 1" foi lançado em 13 de agosto de 2004 e foi o primeiro álbum completo de Jerome. 

Uma outra matéria que saiu na época, disse o seguinte: "O álbum é muito mais que um simples álbum, é também o esforço que Martin fez para salvar o nome Redd-Angel. É uma tentativa valente. Em vez de criar uma identidade totalmente nova, Martin lutou para manter o nome e seguir em frente como um ato solo. É neste contexto que 'Fabulous' é lançado. 
Muitas das canções foram escritas pelos dois juntos, mas é apenas Angel quem as canta. Então, somos apresentados à Redd-Angel, menos o rap de Redd. Como ato solo, Redd-Angel diz que é capaz de criar o som que deseja. Isto se traduz em um R&B suave e lento, com uma pitada de canções pop sobre garotas. 'Fabulous Day', a faixa que é merecidamente tocada no volume máximo nos aparelhos de som de carros de todo o país, está lá, assim como a balada de sucesso pedindo perdão, 'I'm Sorry'. Este 'anjo' pode cantar tão docemente quanto qualquer um de seus amigos celestiais".

"She's All That" e "What You Want" foram lançadas como "promo". Mas voltando à nossa faixa especial...Com a ótima "Man In The Mirror", Jerome se tornou o primeiro artista da África do Sul, a entrar nas paradas do Reino Unido. Alcançou 1.º lugar no Music Week Coolcuts Chart, 5.º no Top 40 UK Club Chart e 3.º no Commercial Pop Top 30 ChartNo chart controlado pela mídia francesa (French Media Controlled Chart), na Maxima FM e Flaix FM da Espanha, atingiu o 1.º lugar
O mesmo blog que citei anteriormente, também deixou algumas palavras sobre o cover de M.J.: "Ele não soa como Michael Jackson, mas ele tem aquele tipo de silêncio sussurrante em seus vocais pelo qual M.J. também era famoso. Seu cover de 'Man In The Mirror' mostra uma correspondência mais próxima nas vozes e ele certamente tinha a sensibilidade Pop". Tinha?. Daqui a pouco falarei sobre isso.

Existe um videoclipe deste ótimo cover?. Sim, e digo mais, há dois!. Bom, vi o vídeo pela primeira vez em 2006, quando comprei o DVD "Planet Pop Vol. 12". Em 2004, quando a música e a compilação que estamos relembrando foram lançadas, eu não tinha ideia de quem eram os artistas, muito menos que se tratava de uma produção italiana/sul-africana. Dois anos depois, conheci um dos rostos envolvidos nesta faixa.

Eu tinha uma visão específica do vídeo, anos passaram e fui surpreendida. Explico. Assistia o clipe no DVD com bastante frequência e gostava do que via, apesar de achar o visual muito escuro. O vídeo foi todo trabalhado em cores, dando a impressão de que se usou uma quantidade significativa de filtro (peço perdão se "filtro" não é a palavra correta). Nele, Jerome aparece numa espécie de picadeiro de um circo, rodeado de dançarinas e espelhos, muitos espelhos, fazendo alusão ao título da música, "Homem no Espelho". Entre muitos comentários no vídeo disponibilizado no YouTube, um me chamou atenção. Uma pessoa de nome Morgan Lopes (usuário: @Belerethon), contou que participou da produção do videoclipe e compartilhou alguns detalhes interessantes e, então, resolvi trazê-los para cá. A pessoa escreveu:
"Para os fãs. Eu trabalhei neste videoclipe naquela época. Eu era engenheiro em uma empresa que trabalhava com a indústria cinematográfica, e nós construímos os cenários usados ​​aqui, como os espelhos que você vê balançando ao fundo às vezes.
Esta filmagem foi feita no Coca-Cola Dome e levou um dia inteiro. Começamos cedo, por volta das 6h, e terminamos só por volta da meia-noite. O diretor é um cara chamado Rudi Louw."
Realmente, Rudi Louw é um diretor/cineasta, da Cidade do Cabo, África do Sul. Que trabalho bem feito!. Continuando...

Na minha opinião, os espelhos deram um efeito muito bonito ao vídeo. Apesar do excesso de filtro e das cores escuras, acho que é um belo clipe. Essa é a minha visão, que sempre tive dele até um tempo atrás. Achava que existia somente um vídeo para "Man In The Mirror", ou seja, o que está no DVD. Não poderia estar mais equivocada: existem dois vídeos!. 

Bem, posso dizer também que há edições nele (o que é o mais provável). O outro contém cenas do vídeo que vemos no DVD, porém há outras "inéditas" também. A versão editada apresenta cores mais "limpas", mais nítidas e Jerome aparece com outro figurino, além do já conhecido. Os espelhos permanecem, dando um efeito maravilhoso, fazendo dele um clipe ainda mais bonito. Outra coisa que é possível observar é que, assim como no outro vídeo, o cantor está cercado de mulheres; contei 4 e depois desisti. 
Se não estou confusa, são 2 loiras e 2 morenas, porém nesta outra versão, há mais 2 morenas de perucas (?) curtas. Não tenho certeza se são perucas ou cabelo natural das moças; pode ser um efeito de luz, pois em certos momentos vejo azul no cabelo delas. Fato é que a versão "mais limpa" e com extras, passou a ser minha favorita. Agora, a pergunta de milhões: qual será a versão oficial?. Parafraseando Glória Pires, "não sou capaz de opinar". Comparem, tirem suas próprias conclusões e elejam a favorita. Vejam aqui a versão com extras, e aqui a versão que está no DVD "Planet Pop 12".


O bom de mergulhar profundamente em cada faixa é poder encontrar registros raros e, com "Man In The Mirror", não foi diferente. Trata-se de um vídeo que traz um mix de apresentações de Jerome cantando a música de M.J. O vídeo foi disponibilizado no canal da Sexy Records, gravadora que contratou Jerome, no YouTube. Arrepiei-me, sorri e dancei junto ao assistir. A qualidade do áudio não é muito boa, mas isso não é um problema. 


A Sexy Records Ltd., do Reino Unido, foi criada especialmente para os lançamentos de Redd-Angel e, como já foi citado antes, Unie Moller foi o responsável por ela. Todos apostavam em um futuro brilhante para Jerome, justamente pelo potencial dele. Sua voz se encaixava perfeitamente em qualquer gênero musical e o “Michael Jackson de Langa” poderia ter ido longe. Anteriormente, questionei o uso da palavra "tinha", na análise de um blog, lembram?. "...Ele certamente tinha a sensibilidade pop". Pois é, ele tinha mesmo, no passado
Na primeira parte deste post, que apresentou as 16 faixas do CD 1, houve um momento triste. Ocorreu na décima quarta faixa, "Spankox - To The Club", que, coincidentemente, tem o mesmo cara envolvido em "Man In The Mirror", Marco Brugognone, conhecido como Highpass. Infelizmente, não é a única coincidência: na música de Spankox, trouxe uma informação lamentável e prestei uma homenagem. Tina Leiu, responsável pelos vocais de "To The Club", faleceu em 2005. E agora...

Em 10 de junho de 2006, Jerome, a esposa Carina (às vezes seu nome aparece com "K") e o filho Zachariah, voltavam de carro para casa dos pais dela, em Bonteheuwel, Cidade do Cabo. Por volta das 21h daquele dia, ocorreu um acidente na esquina da Vanguard Drive com a Oliver Tambo Street. Jerome e sua esposa foram internados no Hospital Groote Schuur, enquanto o filho, que tinha 2 anos na época, foi levado para o Hospital Infantil da Cruz Vermelha. Carina machucou o quadril e o filho fraturou o fêmur. Jerome foi sedado pelos médicos desde o momento do ocorrido, para permitir que seu corpo se recuperasse. 
O cantor teve graves ferimentos na cabeça e precisou ser ligado à uma máquina coração-pulmão, que mantém o fluxo sanguíneo e oxigenação durante intervenções cirúrgicas cardíacas complexas. Além disso, uma de suas mãos e uma das pernas, foram gravemente atingidas pelo impacto do acidente. Até que sua condição piorou, piorou e continuou piorando após a operação, a qual pinos foram inseridos em sua perna.

Todos os esforços foram, infelizmente, em vão. Jerome perdeu a batalha pela vida, poucos dias após o acidente. Como todas as histórias de "pontas soltas", há uma certa confusão em relação às datas. Um site de notícias da Cidade do Cabo, informou sobre o falecimento do artista, em 21 de junho de 2006: "Jerome Martin, mais conhecido como Redd-Angel, morreu no Hospital Groote Schuur, pouco depois das 13h de terça-feira". Assim, a data do falecimento é 20 de junho de 2006, dez dias após o acidente.

Entretanto, o mesmo site publicou outra matéria sobre o ocorrido, em 22 de junho de 2006: "O popular cantor da Cidade do Cabo, Redd-Angel, morreu no hospital dez dias após um acidente de carro no qual ele e sua família ficaram feridos. Ele morreu por volta das 13h de quarta-feira...". Assim, a data do falecimento é 21 de junho de 2006. Mas a mesma matéria cita que a morte aconteceu dez dias depois do acidente e o ocorrido foi em 10 de junho, segundo a própria esposa de Jerome. 
E, não havia mencionado ainda, mas a esposa do cantor disse "quarta-feira" para a reportagem do site. Com base na informação da cônjuge, é possível afirmar que o rapaz faleceu em 21 de junho. Jerome tinha apenas 29 anos. A esposa, que é de Mitchells Plain, tinha 23 na época e os dois foram casados por 4 anos. "Ele sempre foi um lutador, mas no final desistiu", disse ela para o site. Declaração forte, emocionante e impactante. Carl Delport, que iniciou um projeto em escolas carentes de uma comunidade e oferecia aos alunos a oportunidade de refinar seus talentos, afirmou para o mesmo site que Jerome havia se juntado a eles em abril de 2006; o artista apoiava projetos humanitários. 

Irma G, veterana DJ e radialista da Cidade do Cabo e amiga de Jerome, declarou na época: "Sua música era muito enérgica e ele foi uma inspiração, especialmente para as crianças de Cape Flats. Ele era extremamente talentoso e amado por todos na indústria [musical]". Outro amigo próximo, Andy Heynes, na época gerente do Nighclub Galaxy, disse que ficou chocado ao saber da notícia: “Ele foi um dos melhores artistas da Cidade do Cabo”.
Jerome foi velado e centenas de familiares e amigos se reuniram na igreja cristã His People, em N1 City, para prestar homenagens. Ele foi enterrado em 27 de junho de 2006, no cemitério de Maitland. O primo, Lucky Krwaqa, descreveu o cantor como uma pessoa leal e divertida: "Nós compartilhamos tudo. Ele sempre encontrou o humor e o prazer da vida". Jerome deixou a esposa, Carina, o filho, Zachariah, os pais, Ntobeko e Lucina Krwaqa, as irmãs, Michele e Carmen Krwaqa, e a avó. 

Todos os links das matérias estarão no fim do post, em "Referências".

Soube da notícia em 2007, num dia em que fui fazer uma pesquisa em uma lan house para um trabalho do colégio. Na pausa, procurei pelo título da faixa e a informação apareceu. Minha primeira reação foi de choque, seguida de tristeza. Um rapaz tão talentoso e jovem, com tanto tempo pela frente e grandes oportunidades a aproveitar…Que pena!. 
O blog Aninhahy Dance presta uma singela homenagem ao "Michael Jackson de Langa" e agradece pela música, como um todo, mas principalmente por "Man In The Mirror", canção que sempre me trará lindas lembranças e na qual emprestou sua bela voz. Seu talento será lembrado cada vez que ouvirmos esta incrível faixa. Descanse em paz, Jerome Martin Krwaqa. Descanse em paz, Redd-Angel. 🙏🌷


Luca Moretti, Riccardo "Ricky" Romanini e Marco "Highpass" Brugognone continuam trabalhando com música. Verny Scholtz é produtor musical, engenheiro de som e editor de vídeo. É dono da Eleven Entertainment.

...I'm starting with the man in the mirror, I'm asking him to change his ways and no message could have been any clearer. If you want to make the world a better place, take a look at yourself and then make a change...
"...Estou começando com o homem no espelho, estou pedindo a ele para mudar seus modos e nenhuma mensagem poderia ter sido mais clara. Se você quer fazer do mundo um lugar melhor, dê uma olhada em si mesmo e, em seguida, faça uma mudança..." 

O meu muito obrigada a cada envolvido na criação e produção deste excelente e dançante cover de "Man In The Mirror".

MR. SATO - ROCK IN DA HOUSE (Itália - 2004): ...And you shook me all night long...Quinta faixa, e há uma boa pitada de rock nela. Preciso confessar que ela tem uma levada envolvente e é boa, porém, na época, eu a pulava algumas vezes. Posso classificá-la como uma faixa rara, pois não existem muitas informações sobre ela. Mas vamos tentar. A música saiu em vinil em março de 2004 e, como vocês poderão observar na imagem a seguir, logo abaixo à esquerda, consta apenas o título e o nome "Vangok".

Quem é "Vangok"? Não seria "Mr. Sato"? Eu também me fiz essas perguntas. Bom, tudo leva a crer que se trata do nome do compositor. Ao ler esse nome, tive a sensação de já o ter visto em algum lugar: não era um nome tão estranho. Ah, um pequeno detalhe: "Rock In Da House" foi lançado pela Takuma Records, da SAIFAM, gravadora tão icônica e que me deu tanto trabalho com a "cantora misteriosa". Só os fortes sabem disso.
Mas, voltando ao nome, ele é, na verdade, um pseudônimo usado por alguém. Meio óbvio, não é?. No mundo da dance music, com certeza. Quem seria esse "alguém"?. Dicas: SAIFAM + gênio + lendário + "the boss" + o dono da coisa toda. Já sabem?. Sim, "Vangok" é um dos pseudônimos que o digníssimo Sr. Mauro Farina usou.
Falei que tinha rock no meio, não é?. E tem mesmo, além do título, é claro. "Rock In Da House" é uma versão cover de "You Shook Me All Night Long", lançada em 1980, pela banda australiana AC/DC. Não podemos esquecer que Farina gosta de rock, então tá tudo "em casa". Sacaram?. Casa, house, rock...perdão!. A versão de Mr. Sato contém as versões "House Mix" e "Tribal Mix", sendo esta última a versão creditada na compilação.

Porém, a versão citada por último tem pouco mais de 5 minutos de duração, enquanto no CD ela tem 03:20. A dúvida persiste: Mr. Sato é alguém real ou apenas um pseudônimo?. É apenas Mauro Farina ou também há um DJ envolvido?. Como disse antes, há poucas informações sobre a música e o projeto, então ficarei devendo esta, amigos.
Além de estar no "Planeta DJ 2004", da Jovem Pan, "Rock In Da House" marca presença em outra compilação nacional: "Vibe 97 Vol. 3", da Energia 97 FM. Não conheço outra compilação que inclua esta música, além das citadas. E vocês?. Difícil de encontrar, portanto, é rara. Mauro Farina continua à frente da SAIFAM, junto com o filho, Simone. Vida longa ao genial Mauro. 
Farina em 2018

DESPINA VANDI - OPA OPA (Grécia/Alemanha - 2004): ...Oh, oh, oh passion, yeah passion...Uma das minhas favoritas e também uma das faixas que mais ouvi nesta compilação. Se quase estraguei o CD 2, ela é uma das culpadas: mais um caso de "amor à primeira ouvida". A sexta faixa é daquelas que você ouve, começa dançar e, quando termina, aperta o "repeat" para ouvi-la de novo. Fiz isso inúmeras vezes e, acreditem, nunca enjoei.
 
"Opa Opa" tem uma pegada envolvente, até sensual, que facilita muito a vontade de sair dançando. Quem nunca pegou a escova de cabelo, fez "carão" e saiu balançando os quadris?. Ninguém aí?. Er...eu já!. Mas vocês sabiam que esta ótima faixa é uma versão cover?. Eu não tinha ideia na época, soube alguns anos depois. 

"Opa Opa" é uma música composta pelo artista grego Giorgos Alkaios e gravada em 1992 pelo cantor Notis Sfakianakis, sendo lançada como single do seu segundo álbum "Ise Ena Pistoli", do mesmo ano. A versão original é uma canção dançante do gênero laïko e, embora soe diferente aos nossos ouvidos, é agradável. A música foi regravada por diversos artistas, o que impulsionou seu sucesso internacional. Em julho de 1999, a dupla grega-sueca de eurodance Antique lançou um excelente cover da música como single principal de seu álbum de estreia, "Mera Me Ti Mera". A versão alcançou o Top 10 na Suécia, Escandinávia, Dinamarca, Noruega e RomêniaA dupla, formada por Helena Paparizou e Nikos Panagiotidis, fez um cover de uma canção de Notis, Despina Vandi, a de Antique. Trata-se de um cover do cover


Despina Vandi incluiu uma letra em inglês em sua versão. Com o sucesso do álbum "Gia", de 2001, na Grécia e mercados vizinhos, a cantora iniciou uma carreira internacional com remixes e versões em inglês de suas canções, principalmente "Gia", que alcançou as paradas de diversos países. Lembro-me de ouvi-la nas rádios em 2003, no "Na Balada", algumas vezes. Foi meu primeiro contato com a música de Despina. A título de informação, a faixa está presente no CD duplo "Planet Pop Vol. 3", no DVD "Planet Pop Vol. 6", e em "Começar De Novo Internacional", trilha sonora da novela exibida pela Rede Globo em 2004.

Despina seguiu com "Come Along Now", do álbum de mesmo nome. Phoebus compôs a música para a Coca-Cola, que foi a patrocinadora dos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004. A faixa foi ouvida em todo o mundo, nos anúncios da famosa e bem-sucedida marca de refrigerante. Mas quem é Phoebus?. Daqui a pouco, falarei sobre ele.

Dando sequência, "Opa Opa" foi usado como segundo single do álbum mencionado e da edição internacional de "Gia". 
Para seu lançamento, as letras foram reescritas em inglês e elementos dance-pop foram adicionados ao arranjo grego. Como foi previamente dito, a música original é de Giorgos Alkaios, porém, a versão em inglês foi escrita por Ian Nelan Freeman, Wolfgang Boss, Henning Reith e Reinhard Raith. Giorgos também foi devidamente creditado entre os compositores. Henning e Reinhard produziram a versão juntamente com Phoebus Tassopoulos. "Quem é Phoebus?", perguntei anteriormente. Além de ter produzido Despina por longos anos, ele é um dos compositores gregos mais populares e influentes, e de maior sucesso nos anos 90 e 2000.

Nascido em 1.º de janeiro de 1971, ele também é conhecido como Foivos/Fivos/Fobos Tassopoulos. Com suas composições únicas e estilo musical diferenciado, que combina sonoridades tradicionais com elementos modernos de pop, rock e dance, Phoebus renovou a cena musical grega, criou sucessos que ultrapassaram as fronteiras de seu país e escreveu canções que se tornaram atemporais. Ele também é bastante conhecido no Chipre
O produtor e compositor é muito premiado; uma alta porcentagem dos álbuns que compõe recebe alguma certificação. Em 2009, fundou sua própria editora discográfica, The Spicy Effect, e assinou com vários artistas, muitos dos quais já havia colaborado no passado. Na imagem a seguir, vemos Despina e Phoebus em estúdio. A foto não é necessariamente de 2004, acredito que seja de um tempo anterior; trouxe-a para que fique registrado. Apesar da decisão de Despina de trocar de produtor, os dois continuam amigos.


"Opa Opa" foi lançada em julho de 2004 pela gravadora grega independente Heaven Music, do Grupo ANT1 (sim, a mesma do canal). Como notaram no início, há envolvimento de alemães na produção. Foi lançada pela Mach 1 Records Gmbh em 2 de agosto de 2004 na Alemanha, e pela Ministry Of Sound na Austrália, em 10 de agosto. A música se tornou um sucesso e marcou presença no Top 20 de vários mercados europeus e norte-americanos. Alguns exemplos abaixo:

Espanha 15.º lugar;
Dinamarca  14.º lugar;
Bélgica  5.º lugar;
Grécia  1.º lugar;
Estados Unidos (Billboard Hot Dance Radio Airplay)  1.º lugar.

Por falar em Billboard, segue um breve registro da parada musical grega na revista americana, seguido do relato do sucesso da faixa. Edição de 27 de novembro de 2004.
"VANDI NO PARAÍSO: A vocalista pop grega Despina Vandi está seguindo uma descoberta nos Estados Unidos no início deste ano com outra fatia de dance music com fusão étnica. Vandi assinou contrato com a indie Heaven, com sede em Atenas. A faixa-título de seu álbum de 2001 'Gia', licenciada para a Ultra nos Estados Unidos, liderou a parada de Airplay da Billboard Dance Radio em 31 de janeiro. O seguinte single 'Opa Opa' alcançou o 1.º lugar nas paradas em 30 de outubro.
O apelo pop de Vandi e os talentos de seu produtor/compositor de longa data Phoebus, estão valendo a pena para a Heaven. O diretor-gerente George Levendis diz que a gravadora planejou uma estratégia para Vandi causar impacto em todo o mundo há três anos, quando 'Gia' foi lançado na Grécia. O álbum vendeu 180.000 cópias na Grécia e está licenciado em 35 territórios, de acordo com Levendis. Um novo álbum em inglês, 'Come Along Now', será lançado internacionalmente até dezembro."

Antes de falar sobre os outros envolvidos na produção, vou tratar dos remixes. E há muitos!. Além da "Original Mix", usada no vídeo, outras versões foram lançadas. Acompanhem-me: "Milk & Sugar Vocal Club Mix""Milk & Sugar Dub Mix" (e "Milk & Sugar Radio Mix/Milk & Sugar Bonus Beats"), "Armand Van Helden Dub""Armand Van Helden Club Mix""Bass Bumpers Video Edit/Club Mix" "Bigworld Radio Mix".

Nelan Freeman é um dos envolvidos na produção da música. Vocês conhecem ele?. Bom, ele é conhecido também como Ian Freeman e E. Mello. O rapper e dançarino inglês foi um ex-membro do musical britânico "Starlight Express"; quem acompanhou o "Especial London Boys", sabe que já citei o musical por aqui. O descrito "dançarino educado", ficou conhecido por fazer parte do grupo de eurodance, Bass Bumpers. O grupo alemão lançou as canções "Get The Big Bass", de 1991"The Music's Got Me!" e "Move To The Rhythm", ambas de 1992. "Runnin" veio em 1993, seguido de "Good Fun", em 1994, e "Keep On Pushing", em 1995.

Além de compor partes de rap, Ian também criava as coreografias para os shows do grupo; os vocais foram feitos por Felicia Uwaje. Em 2001, saiu "The Music Turns Me On (Ladadi Ladada)". Em 2015, lançaram,
 com North2South, uma nova versão do clássico "The Music's Got Me", tendo os remixes: "North2South Remix""Massimo Nocito Mix", "La Chord Single Mix""Retro House Single Mix", "Township Rebellion Remix" e "La Chord Extended Mix". No ano seguinte, um novo single foi lançado: "Big Girls's Mouth", além de uma bacana nova versão de "Good Fun"Vocês sabiam que Bass Bumpers é mais que um grupo de eurodance alemão?. Bass Bumpers é uma equipe de DJs e produtores com estilo que varia entre dance e techno
Os membros são Caba Kroll, Andreas "CJ Stone" Litterscheid, Akira Yamamoto, George Dee, e os outros dois envolvidos na produção de "Opa Opa", Henning Reith e Reinhard Raith. E estes sobrenomes?. Dá para confundir. A equipe tem uma grande quantidade de colaborações, produções e remixes. Os produtores estiveram, por exemplo, envolvidos na produção de um álbum de Amanda Lear e também contribuíram para o projeto Damage Control. Também remixaram para muitos outros grupos, como Masterboy, Real McCoy e Maxx. Alguns de seus remixes são:

"Life (Bass Bumpers Remix)" Haddaway, 1993;
"Happy People (Bass Bumpers Remix)" Prince Ital Joe feat. Marky Mark, 1994;
"Macarena (Bass Bumpers Remix)" Los Del Rio, 1995.

A página do Bass Bumpers no Facebook compartilhou uma triste notícia: Ian Freeman faleceu dias atrás. A publicação não trouxe detalhes, sendo assim, a causa é desconhecida. Descanse em paz, Ian. 🙏🌷

Henning Reith é um produtor, tecladista e compositor multitalentoso. Foi ele quem compôs, por exemplo, "I Can't Stand It", do Twenty 4 Seven. Com Caba Kroll e CJ Stone, emplacou grandes sucessos no Bass Bumpers e contribuiu para outros projetos.


Uma perguntinha para vocês: lembram-se daquele "Sapo Maluco" que ganhou as pistas e paradas musicais em boa parte do planeta em 2005?. Sim, estou falando do icônico "Crazy Frog". Por que estou mencionando isso aqui?. Bom, porque Henning tem envolvimento na produção do Crazy Frog. Todas as faixas foram produzidas por ele e por Reinhard Raith. Na sequência, uma foto de Henning e Reinhard com o mascote. 

Já que chegamos em Reinhard, bora falar um pouco sobre ele. Reinhard Raith nasceu em 21 de janeiro de 1971, na cidade de Ratisbona, Baviera, Alemanha. É conhecido como DJ Voodoo e faz dupla com Tommy Serano, formando assim, Voodoo & Serano. Juntos, lançaram grandes trabalhos, como "Blood Is Pumpin", de 2000; a música que aparece no filme Blade 2. "When I Rock" "Slide To The Vibe", ambas de 2001, também foram lançadas. Ainda teve a ótima "Overload", de 2002 e "Transatlantic Blow", de 2008.

Durante os últimos 20 anos, Reinhard teve um grande histórico de sucesso como produtor; já trabalhou para Shaggy e Lumidee, como gerente de A&R e DJ. Além de fazer parte do Bass Bumpers, ele também atuou como acionista da Ministry Of Sound Germany, onde também foi chefe de A&R.
Outro que teve envolvimento em "Opa Opa" e no Crazy Frog, é Wolfgang Boss. Bem, o cara tem "Boss" no nome e isso faz muito sentido, é literal. Não entenderam?. 
"Boss" quer dizer "Chefe" em inglês. Há outro significado em alemão?. Não tenho ideia. Porém, em inglês, se encaixa perfeitamente na situação. Vamos lá!. Wolfgang entrou no mundo da música durante seus estudos universitários. Depois de trabalhar como DJ, tornou-se gerente de clube e fundou seu próprio clube de house music, o MACH 1.

Isso o colocou em contato regular com DJs e artistas internacionais da cena house. Em 2003, sua empresa Mach 1 Records GmbH, com sede em Berlim, tornou-se parceira do recém-fundado selo da casa, Ministry Of Sound Germany. Em 2005, Boss se juntou ao produtor Reinhard Raith para criar a música para seu projeto Crazy Frog. "Axel F" se tornou o single mais vendido em todo o mundo, em 2005, liderando as paradas em mais de 30 países.
Em 2007, aceitou uma oferta da Universal Music e fundou a B1 Recordings, como uma "joint venture" com a Universal Music Germany; assim, lançou diversos sucessos e frequentemente liderou as paradas. Inclusive, o lançamento da B1 Recordings do single "Ai Se Eu Te Pego!", do brasileiro Michel Teló, alcançou o 1.º lugar na Alemanha, Áustria e Suíça; foi a música mais baixada na Alemanha na época. 
Wolfgang firmou uma parceria de longo prazo com a Sony Music Entertainment e, desde então, seu selo B1 Recordings e a Sony têm trabalhado exclusivamente juntos em novos lançamentos. Ele também ocupa o cargo global de vice-presidente executivo de A&R da Sony Music. Com mais de 100 certificações de Ouro e Platina, Wolfgang Boss é um dos executivos de A&R mais bem-sucedidos das últimas duas décadas. O cara é, realmente, o "Boss".

O videoclipe de "Opa Opa" foi dirigido por Kostas Kapetanidis e filmado em seis cenas, com Despina trocando de roupa num total de sete vezes. O vídeo começa com um flash do logotipo de Vandi, enquanto ela pode ser vista vagamente em um biquíni vermelho através do vidro translúcido de uma sauna; a mesma imagem foi usada para criar a capa do single.

O vídeo retorna a essa cena inúmeras vezes, ora com outras mulheres, ora com Despina e um homem. Mostra também ela e amigos sentados e, em seguida, dançando em uma boate e em um iate. Há ainda duas cenas da cantora cantando sozinha em frente a um fundo, em uma das quais ela aparece em cima, do que parece ser, um jet ski (ou é uma motocicleta?). Durante o clímax da música, ela quebra o vidro, e eu realmente acho que é um momento de empoderamento (não gosto desta palavra, mas não encontrei outra apropriada para usar) total. edições diferentes, pelo menos pude observar cenas distintas em dois vídeos. Um deles apresenta a versão "Original", enquanto o outro, além de cenas adicionadas, traz a ótima versão "Bass Bumpers Video Edit"Com ou sem edições, seja a versão "original" ou a do "Bass Bumpers", é um belo clipe. 

A primeira vez que pude assisti-lo foi em um DVD com 84 clipes de dance, no fim de 2005. O DVD continha os primeiros 7 volumes da série "Planet Pop", e o videoclipe de "Opa Opa" está presente no Vol. 7.
Adquiri-o individualmente, algum tempo depois. Como sabem, cada DVD do "Planet Pop" vinha acompanhado de uma revista; na verdade, cada revista vinha acompanhada de um DVD. Se no DVD a gente curtia os vídeos e dançava com eles, na revista ficávamos sabendo um pouco mais sobre cada intérprete e cada canção. A edição n.º 7 trouxe informações sobre Despina e "Opa Opa", como podemos ver na imagem a seguir:

Agora, dividirei com vocês um sentimento de frustração. Estava acostumada com a versão superanimada que está no "Planeta DJ 2004". Quase furei o CD justamente por gostar dessa versão. Quando vi o vídeo no DVD, fiquei feliz e decepcionada: feliz por ver pela primeira vez o rosto da cantora e decepcionada pela versão escolhida para o clipe oficial. Não me levem a mal, ela é boa, porém não supera a do CD. Assim começou a minha "caçada" pela versão desejada.
Mas aí, vocês me perguntam: "Ana, no próprio CD está creditado. Por que ficou procurando, sua doida?". Ah, meus caros... No nosso adorado "Planeta DJ 2004", está creditada a "Original Version" e, aparentemente, tudo certo, não é mesmo?. Nem tanto!. Se vocês voltarem à leitura, verão que já citei a "Original". O problema é que essa seria, no caso, a versão que foi usada no videoclipe oficial e, como disse, fiquei frustrada por não ser a do CD. E então?.

No CD Maxi-Single, a versão "Original" não aparece. Além do "Planeta DJ 2004", que credita a "Original Version", a canção surge com a versão "Original Club Mix" em vinil, lançada pela alemã Hedonism Music. A seguir, podemos ver "Opa Opa" na compilação que celebra seu 21.º aniversário em 2025, no vinil da Hedonism, e nas versões que saíram no CD Maxi-Single. Notem que a "Original" não aparece em nenhum momento no CD-Single. 

Imagem à esquerda: versão creditada no "Planeta DJ 2004" (destaque superior); versões no vinil da Hedonism Music (destaque inferior);
Imagem à direita: versões lançadas em CD Maxi-Single (destaque superior e inferior)

Por muitos anos, acreditei que a versão creditada na compilação era a correta e talvez isso tenha contribuído bastante para a "longa caçada". Bom, e se eu disser que a versão tão procurada está ali, entre as versões no CD-Single, com outro nome?!?. Ouçam a música no "Planeta DJ 2004" e a "Chippe Mix"; perceberão que a diferença entre elas é mínima, com pequenas modificações, provavelmente um trabalho de masterização na versão da compilação brasileira. Porém, o que é?. É a mesma!. No CD, a faixa tem 03:42; e a citada anteriormente?. Surpresa!. Tem 03:43, duração que aparece no CD-Single, mas ao ouvi-la, percebe-se que ela tem os mesmos 03:42. Conclusão: a versão do "Planeta DJ 2004" não é a "Original Version", como está erroneamente creditada, mas sim a "Chippe Mix".


A excelente versão, bastante procurada por mim, foi feita por músicos suecos. Na guitarra, Esbjörn Öhrwall; na mixagem, Fredrik Andersson; na produção, Andreas Unge e Christer "DJ Chippe" Carlsson; nos backing vocals, Alex Panayi e Maria Deiphuis. Que trabalho impecável!. Um dos sons da minha pré-adolescência. Obrigada. A música também é faixa do CD "Vibe 97 Volume 3" e do CD "Planet Pop Vol. 4". O vídeo está no DVD já mencionado, "Planet Pop Vol. 7".
Despina obteve grande sucesso com "Opa Opa" e se apresentou em alguns programas de TV, tanto na Grécia, quanto fora do país. Um exemplo é sua performance no "Ballermann Hits 2004", do canal alemão RTL 2. A cantora também esteve no "Gala Melhores do Ano 2004", premiação organizada pela portuguesa Rádio Nova Era, em que foram distinguidos os melhores em várias categorias musicais, por votação direta dos ouvintes. Vandi levou o prêmio de "Best Dance" do ano

Buscando mais coisas, encontrei este vídeo de uma apresentação de Despina. Minha reação foi de pura euforia. Por quê?. Simples: por dois motivos. É um vídeo raro e a versão tocada é a "Chippe Mix". O ponto ruim?. É um vídeo curto. Fica um gostinho de quero mais, mas vale o registro. 


Pensem comigo: há envolvimento de alemães em produções de Despina e ela se apresentou várias vezes na Alemanha. Seriam apenas estes fatos que ligam a cantora ao país germânico?. Não, a ligação vai muito além, pois Despina nasceu na Alemanha!.

Despina Vandi (em grego: Δέσποινα Βανδή), cujo nome verdadeiro é Despina Malea (em grego : Δέσποινα Μαλέα), nasceu em 22 de julho de 1969, em Tübingen, no estado de Baden-Württemberg, sudoeste da Alemanha, perto de Stuttgart. Embora tenha nascido no país, ela não aprendeu alemão. Sua família é de origem pôntica. Pontus é uma designação histórica para a região na costa meridional do Mar Negro, que atualmente se situa no nordeste da Turquia e que foi colonizada pelos gregos na antiguidade. Quando tinha 6 anos de idade, se mudou com eles para Kavala, na Grécia. Vivendo em uma família de classe baixa, ela sabia que deveria ter uma educação básica. Então, lá, Despina passou a juventude e estudou Filosofia, Pedagogia e Psicologia, na Universidade de Thessaloniki, mas não concluiu os estudos. 

Por quê?. Porque já estava almejando começar uma carreira na música; já desde esses anos de estudante, ela começou a cantar profissionalmente. Ela sempre sonhou em ser cantora ou atriz. Despina tem um irmão e uma irmã mais velha. Iniciou a carreira em 1991, após frequentar aulas de canto e vocal. Durante vários anos, trabalhou em discotecas de Salónica. A cantora mudou seu sobrenome para Vandi, para esconder de seus pais que ela estava cantando; eles não aprovavam o emprego da filha.

Em 1993, ela deixou Salónica e mudou-se para Atenas. Sua rápida ascensão à fama começou quando ela chamou a atenção do famoso cantor grego Vassilis Karras, que lhe deu a oportunidade de se apresentar com ele todas as noites em seu clube, em Thessaloniki. Ao mesmo tempo, ela recebeu ofertas para assinar seu primeiro contrato com a gravadora Sony Music e com a gravadora rival, Minos-EMI; Vandi acabou assinando com a Minos. Suas primeiras músicas foram lançadas em 2 compilações; a primeira foi um cover de "Ftei O Erotas/Φταίει Ο Έρωτας" (em português: "O amor É O Culpado"). A música é de Angela Dimitriou e saiu na compilação "Τα Σουξέ Τώρα". Vale ressaltar que, neste CD, Despina está creditada como "Maria Roditi/Μαρία Ροδίτη"
Sua próxima música, "Gnorimia/Γνωριμία", entrou na compilação de Alexis Papadimitriou, "Ο Κύκλος Του Έρωτα". Nesta compilação, ela é creditada como Despina Vandi/Δέσποινα ΒανδήSeu álbum de estreia, "Γέλα Μου" (em português: "Sorria para Mim") foi lançado em 1994 pela Minos-EMI. O disco vendeu mais de 20.000 cópias. Em 1996, Despina lançou seu segundo álbum, "Esena Perimeno/Εσένα Περιμένω" e, entre os sucessos do álbum, estão: "Esena Perimeno""Den Petheni I Agapi/Δεν Πεθαίνει Η Αγάπη" "Efiges/Έφυγες". A maioria das canções foi escrita por seu amigo e produtor musical, Tony Kontaxakis. O disco vendeu mais de 25.000 cópias.

Em 1997, Despina colaborou pela primeira vez com o compositor e letrista Phoebus, que escreveu as canções do álbum "Deka Entoles", e que ganhou disco de platina duplo com 100.000 cópias. A colaboração provou ser um sucesso nos anos seguintes. Mais tarde, em 1999, foi oferecido a ela, um papel de atriz convidada (que ela aceitou e recebeu críticas positivas por sua atuação) na série de TV "Δύο Ξένοι" (em português: "Dois Estranhos"). Ainda em '99, foi lançado o álbum "Προφητείες", que significa "Profecias". Ganhou disco de ouro no mesmo dia do lançamento, depois platina tripla.
Em 2000, Vandi lançou a dançante "Ipofero/Ypofero/Υποφέρω". A música ganhou 6 Discos de Platina e foi premiada como o single de maior sucesso de todos os tempos na Grécia por Richard Branson, do Grupo Virgin. Em 2001, ela e Phoebus decidiram assinar um contrato com a Heaven Music, na época uma nova gravadora, membro do Grupo ANT1. Seu hit e álbum duplo "Gia/Γεια", com 21 faixas, ganharam 4 discos de platina. Muitas das canções se tornaram sucessos não só na Grécia, mas também em países vizinhos, como Turquia e Líbano. Desde o lançamento, foi relançado várias vezes e se tornou um dos álbuns mais vendidos de todos os tempos na Grécia. 

No ano seguinte, Despina foi homenageada com o prêmio de "Artista grega mais vendida de 2002" no World Music Awards, em Monte Carlo. Foi a primeira vez que este prêmio foi concedido a um artista grego que vive e trabalha na Grécia. No mesmo ano, saiu "Ante Gia/Άντε Γεια", que ganhou disco de platina duploAo mesmo tempo, "Ante Gia", com alguns remixes adicionais, foram incluídas no relançamento do álbum "Gia". Ganhou discos de platina.
"Gia", com letra e música de Phoebus, estourou no cenário musical internacional e em 2003 alcançou as paradas dos EUA e do Reino Unido, segundo dados oficiais da Billboard e da Music Week, enquanto "Opa opa" foi lançada também como CD-single na Europa, EUA, Austrália, Turquia e norte da África, além de ter sido incluído em mais de 120 compilações em todo o mundo. Seus três primeiros singles internacionais, "Gia", "Opa Opa" e "Come Along Now", alcançaram sucesso mundial. Estes sucessos foram selados com o lançamento de um álbum completo em vários países do mundo com o título "Gia", que incluía, além dos 3 singles, outros sucessos. Seu trabalho foi remixado por DJs e produtores conhecidos, incluindo Armand Van Helden, Milk & Sugar, Roger Sanchez e Junior Vasquez. "Gia" e "Opa Opa" fizeram parte da lista de "Records Of The Week" da BBC Radio 1 e, em agosto de 2004, a cantora fez um concerto como parte do "Beatstock Festival", em Nova York.
Despina (à esquerda) e Danzel (à direita)
Artigo da revista Billboard de 18/09/2004, sobre o Beatstock Festival

"Opa Opa" começou a ganhar popularidade quando Despina estava na América para o "Beatstock Festival", e estações como a KTU, já a adicionavam às suas playlists. Ela apresentou a faixa ao vivo para o público americano durante suas apresentações agendadas no outono do mesmo ano. Em 2006, foi lançado o single "Kalanta/Κάλαντα". Além de envolvente, o videoclipe prende a atenção do início ao fim. O CD-Single foi o mais vendido por uma artista feminina na Grécia naquele ano. No ano seguinte, lançou o álbum "10 Χρόνια Μαζί", em comemoração aos 10 anos de parceria com Phoebus, recebendo disco de platina e, em 2008, relançou o álbum com a faixa "Destiny"em colaboração com o projeto alemão SchillerEm 2009, Despina fez seu retorno, após um ano de abstinência de gravações, com a música "Iparhi Zoi/Υπάρχει ζωή". A ótima canção pop rock, escrita por Phoebus e, que em português significa "Há Vida", também foi um sucesso e alcançou as primeiras posições nas paradas gregas. Em novembro do mesmo ano, a artista deixou a Heaven e seguiu para sua nova gravadora, a Spicy Music, fundada por Phoebus; a antiga gravadora ainda lançou "Despina Vandi - Greatest Hits 2001-2009", que incluiu todos os seus maiores sucessos.

Em 2010, lançou "Koritsi Prama part 1/Κορίτσι Πράμα" e a música tem duas partes. Em junho do mesmo ano, saiu o álbum "C'est La Vie" e, na excelente "Sunday", ela colaborou mais uma vez com Schiller. Em novembro de 2011, as ótimas canções "Mou 'His Perasi/Μου 'χεις περάσε" e "Girismata/Γυρίσματα", foram lançadas como precursoras de seu décimo álbum, intitulado "Allaxa/Άλλαξα". Foi o último álbum produzido por Phoebus. Ainda foram lançadas as canções "To Nisi/Tο νησί""Katalavaino/Καταλαβαίνω" "T'Asteri Mou/Το αστέρι μου" como singles. Em 2013 e 2014, a cantora se apresentou junto com o ator Giorgos Kapoutzidis no Eurovision. Ainda em 2013, Despina foi um dos 4 jurados da versão grega do "The Voice".

Em 2014, ela retornou à Heaven Music após cinco anos, com o single "Kalimera/Καλημέρα". Simultaneamente, foi lançado o álbum "De Me Stamatises/Δε Με Σταμάτησες", o primeiro em 17 anos sem a assinatura de Phoebus. O álbum foi bem recebido pelo público e tornou-se um sucesso. Sobre o fim de sua colaboração com Phoebus, ela declarou:
"Foi uma decisão muito consciente, foi fácil tomar tal decisão, mas difícil de aceitar. Quando você está acostumada a trabalhar com uma pessoa por tantos anos, é complicado superar isso. Eu cantei canções muito bonitas escritas por Phoebus, ele escreveu músicas atemporais e para mim isso importa. Houve uma inspiração incrível e um vínculo tremendo entre nós. O fato de em algum momento eu ter decidido cantar para outros compositores e produtores, não significa que me cansei dele ou de repente não gostei de suas músicas. Eu só devia isso a mim mesma. Artistas devem renovar."

Em 2015, ela lançou a música "Mia Anasa Makria Sou/Μια ανάσα μακριά σου" como primeiro  single do álbum intitulado "Afti Ine I Diafora Mas/Αυτή είναι η διαφορά μας". Em janeiro do ano seguinte, lançou "To Maxilari/Το Μαξιλάρι", além de "Gia Kaki Mou Tihi/Για κακή μου τύχη", "Perasa Na Do/Πέρασα Να Δω" "Ta Klidia/Τα κλειδιά". Em dezembro do mesmo ano, Despina estrelou o musical "Mamma Mia", que durou dois anos consecutivos com grande sucesso e shows continuamente esgotados. A cantora foi premiada por seu papel principal, marcando sua estreia no mundo musical.

Em dezembro de 2018, lançou "Agkalia Mou/Αγκαλιά μου", e a música fez parte da trilha sonora de uma série de TV. Com este lançamento, a talentosa artista mudou para a Panik Records. Em janeiro de 2019, saiu "I Kathe Nychta Fernei Fos/Η Κάθε Νύχτα Φέρνει Φως". Em março, estreou um programa de viagens chamado "My Greece", na Open Beyond TVDespina também protagonizou mais uma peça de teatro musical, chamada "Το Δικό μας Σινεμά", que significa "Nosso Cinema" em português, e foi um sucesso.

Em julho, lançou o álbum de mesmo nome da peça, que inclui canções do espetáculo teatral em que protagonizou e algumas outras da época do antigo cinema grego; foi o primeiro lançado pela Panik Records. E, em novembro, veio a canção dançante "Esto Ligo Akoma/Έστω Λίγο Ακόμα". 

Em outubro de 2020, foi lançado "Ena Tsigaro Diadromi/Ένα Τσιγάρο Διαδρομή""Uma Rota do Cigarro", em português; música de Giorgos Theofanous e letra de Nikos Moraitis. Em abril de 2021, foi a vez de "Petra/Πέτρα" ser lançada; em dezembro, "Pou Les/Που Λες". Em 2022, saiu "Ta Kalokairia Mou Misa/Τα Καλοκαίρια Μου Μισά" e "O Fílos/Ο Φίλος"Em 2024, ela colaborou com o artista de rap Mente Fuerte, e juntos alcançaram o primeiro lugar na parada oficial de Airplay da IFPI pela Media Inspector com a música "Panselinos/Πανσέληνος". A faixa também alcançou sucesso significativo no domínio digital, tornando-se platina dupla em vendas digitais. Em março de 2025, Vandi lançou "Exo Emena/ Έχω Εμένα" e, em junho, a canção "Fainomeno/Φαινόμενο"

Despina casou-se com Demis Nikolaidis, ex-jogador de futebol internacional, com quem teve Melina, nascida na Espanha em 8 de fevereiro de 2004, e Giorgos, nascido em 21 de agosto de 2007. O casal anunciou o divórcio em 15 de julho de 2021. Desde então, ela mantém um relacionamento com o ator Vasilis Bisbikis.
Despina Vandi é uma das cantoras gregas mais populares da Grécia e uma das artistas de maior sucesso na história da música grega. Em 2014, quando era jurada do "The Voice", estima-se que a cantora tivesse vendido 1.500.000 cópias de discos em todo o mundo. É provável que, onze anos depois, esse número tenha aumentado.

Despina Vandi durante um show em Atenas, em junho de 2025

Ela continua na "estrada". Phoebus Tassopoulos também continua lidando com música, assim como Henning Reith e Reinhard Raith; este está baseado no Riverside Studios e administra duas agências de eventos e reservas de artistas de sucesso em Berlim
Wolfgang Boss vai muito bem, obrigada. Em 2019, a B1 Recordings expandiu sua atuação para novos mercados, como França, Reino Unido e Rússia, que passaram a ter seus próprios selos locais B1, integrados à estrutura da Sony Music. Em 2022, a B1 Recordings lançou o single de verão "Deep Down"do DJ brasileiro Alok, Ella Eyre, Kenny Dope feat. Never Dull, que liderou as playlists globais do Spotify e foi adicionado a várias paradas do Top 50 em airplay, comercial e shazam, tendo o Reino Unido como mercado líder.

...Oh, oh, oh passion, yeah, passion, I feel it deep inside when you're so close to me. Passion, yeah, passion, take me in your arms and I will make you see...
"...Oh, oh, oh paixão, sim, paixão, eu sinto isso lá no fundo quando você está tão perto de mim. Paixão, sim, paixão, pegue-me em seus braços e eu vou fazer você ver..." 

Meu profundo agradecimento aos geniais profissionais envolvidos nesta incrível faixa. Ouço "Opa Opa" e lembro da compilação da Pan, e vice-versa. Ela marcou um tempo bom. 

 LAURENT WOLF - SUNSHINE PARADISE (França - 2003): Ouvi esta compilação tantas vezes, na época e depois, que ela ficou marcada em minha memória. Sempre que ouço "Opa Opa", e quando a canção termina, em qualquer momento ou lugar, o trecho "hearing sunshine paradise" surge logo na mente. 

A sétima faixa vem lá da França e tem seu valor. Às vezes, eu a pulava, mas é boa. "Sunshine Paradise" foi escrita por Laurent Wolf e Soni Dee, foi produzido pelo próprio Laurent com Christian Lester; os vocais foram feitos por Soni Dee, nome artístico de Sonia Maryse Deroche
A faixa foi gravada, mixada e masterizada por Pompon Finkelstein no Wolf Project Studio, cujo nome já indica que é de propriedade de Laurent Wolf. A produção contou também com os músicos Jean-Noël Arturo, no violino, e Mike Clinton na guitarra e baixo. "Sunshine Paradise" saiu em 2003 pela Darkness, gravadora de Laurent Wolf e Christian Lester, em parceria com a Sony/ATV Music Publishing France. A faixa também foi promovida pela Royal Flush Records, um dos subselos da extinta Cyber Production, companhia independente francesa de house music. No mesmo ano, Laurent lançou seu primeiro álbum, homônimo e duplo, com 24 músicas.

A faixa foi lançada com as seguintes versões: "Radio Remix", "Original Club Mix", "Pacha Remix""Extended Original Club Mix", "Dub Mix" e a versão que está na compilação, a "Radio Mix". Com "Sunshine Paradise", ainda veio a faixa "Sunshine (Laurent Wolf Remix)", além da "Radio Edit" da última citada que veio depois, em 2004. Em 2005, saiu a versão "Hott 22 Remix", feito pelos americanos Chris Malinchak e Greg Bahary.

E que tal falar sobre Laurent!?. Vamos nessa!.

Laurent Wolf, cujo nome verdadeiro é Laurent Debuire, nasceu em 16 de novembro de 1970, na bela Toulouse, sul da França. O artista dedica sua vida à música eletrônica desde os 12 anos de idade. Em 1992, enquanto fazia seus primeiros sets sob o pseudônimo de Laurent Décibel, ele foi descoberto no prestigioso clube parisiense Le Queen. Lá, ele teve a oportunidade de tocar uma vez por semana, depois, 3 noites. O clube foi um "trampolim" para sua carreira de DJ; ele ficou lá como residente por 10 anos. 

Graças aos seus remixes, que fizeram sucesso nas discotecas, a notoriedade de Laurent Wolf afirmou-se timidamente em âmbito nacional e, após alguns anos produzindo remixes para gravadoras, Wolf decidiu montar seu próprio estúdio de gravação. É autor de várias compilações que contêm suas faixas e também seus remixes. Lançou seis álbuns e inúmeros singles.

Em 1995, lançou "House Train", que alcançou o 1.º lugar nos clubes; a faixa permitiu revelar seu talento como produtor de house music. Em 1996, esteve envolvido na produção de "Là-Bas Dans Le Noir", de Dalida, usando seu nome verdadeiro Laurent Debuire, junto a outro DJ francês: Antoine Clamaran. Em 1998, saiu "Respect For The French DJ's", assim como "Wake Up". Também esteve envolvido em "The Party Scream", do House Scream, de 1999. Já em 2001, foi a vez de "Octopussy" e, no ano seguinte, vieram "Energy", com Michael Kaiser, "Oriental Dream""Hear A Friend / Planar", "Together""Pump It Up", "Right All", novamente com Michael Kaiser, e "Bomba / Feel My Drums".
Ainda em 2002, veio uma faixa que se tornaria um clássico; mais do que isso, o início da consagração de Laurent. Estou falando da poderosa "Saxo", que saiu sob o nome de "Afro-dynamic III By Laurent Wolf". Em 2003, já com a voz de Mary Austin, a faixa alcançou sucesso internacional. E eu lembro, tocava em absolutamente todos os lugares; celebrações de aniversário, casamentos, batizados, carros de telemensagem, carros do sonho e por aí vai. No "Na Balada", por exemplo, era presença constante. E, meu Deus, eu entendia que a mulher dizia claramente "cabides" na música. Relevem, eu tinha 11 anos!. "Saxo" tem samples vocais de "Flesh-N-Bone - Reverend Run Sermon".

O ano de 2003 reservou bons momentos para o DJ. O som "Work", saiu nesse ano e também seu outro hit, "Calinda", sob o nome "Ritmo-Dynamic By Laurent Wolf". Quando ouvi pela primeira vez, lembro de ter comentado: "O quê?. 'Essa boca linda, tua boca linda'?. É isso mesmo?". E não é que era?!. A faixa tem sample de "Maracaibo", da cantora italiana Luisa "Lu" Colombo. Foi nesse período, graças ao seu sucesso, que o DJ adotou pseudônimo de "Laurent Wolf", em referência ao personagem Sniper Wolf, do videogame Metal Gear Solid, lançado em 1998. Na época, vendeu mais de 250.000 maxi vinis em 50 países; paralelamente, Laurent criou o selo Darkness em 2001, seguido pelos selos musicais Afrodynamic e Ritmodynamic

Outros trabalhos do DJ:
"Iyo"  Afro-Dynamic IV By Laurent Wolf, 2003;
"Dancing" Darryl Pandy vs. Laurent Wolf, 2004;
"Rock Machine" 2004;
"Saxo Revenge" Laurent Wolf & Fred Pellichero, 2004;
"About That" feat. Soni Dee, a mesma de "Sunshine Paradise". 2004;
"Another Brick" feat. Fake, 2005;
"It's Too Late" 2006;
"The Crow" 2007;
"Short Dick Man" feat. Marilyn David, 2007;
"Come On" feat. Emilio Vega, 2007.

2008 também foi um ano bastante especial para ele. Laurent lançou seu single "No Stress", que foi o primeiro single de seu sexto álbum, "Wash My World". A música, com vocais de Eric Carter, alcançou grande sucesso em vários países, incluindo França e Bélgica, onde liderou as paradas; é o seu maior sucesso. Laurent também gravou outra versão da faixa com a cantora indonésia Anggun, para a "Deluxe Edition" do álbum.

O segundo single de trabalho, "Wash My World", também foi um sucesso, porém moderado. Eu acho uma pena, pois "WMW" é melhor que "No Stress", na minha opinião. Bom, é minha favorita, depois de "Saxo". Ainda em 2008, saiu "Walk The Line", uma versão loucamente dançante da música "I Walk The Line", lançada originalmente em 1956, pelo cantor americano de música country, Johnny Cash. Mais um excelente trabalho do francês.

Outros singles, do mesmo álbum, foram lançados: "Seventies", com Mod Martin, e a ótima "Explosion". Quando comentei que 2008 foi um ano especial para Laurent, não menti. Ele foi um dos DJs mais requisitados do mundo naquele tempo. O cara foi o vencedor da categoria "DJ" no "World Music Awards 2008" e se apresentou lá, em Mônaco, com a cantora Anggun. Vejam aqui
Na ocasião, ela cantou "No Stress". Na época, ele ficou em 67.º lugar no Top 100 da DJ Mag, o famoso ranking mundial de DJs. Ainda fez diversos remixes para outros artistas, como Beyoncé, além de ter aberto shows da Madonna. No ano seguinte, ele continuou colhendo os bons frutos de 2008.

Depois vieram 4 singles extraídos do álbum "Harmony", de 2010"Love We Got", com vocais do cantor americano Jonathan Mendelson; "Survive", "Love Again", ambas com vocais do inglês Andrew Roachford e "Suzy", de novo com Mod Martin. Em 2014, o DJ lançou "Kill The Beast", um trabalho que, além de ter mais uma vez os vocais de Eric Carter, tem sample de "Saxo". 
No ano seguinte, ele lançou, com os DJ's holandeses Lucas de Wert e Steven Jansen, "Calinda 2K15", seguido de "What Is Good", com F4DERX. 2018 veio e Laurent trouxe "Hello TK8". Em 2021, ele nos presenteou com a suave "Escape" e "Totem", ambas em parceria com Anton Wick, assim como "I Pray Orchestra", lançado em 2022. "Hello" ganhou uma nova versão, intitulada "Hello 2K22", do mesmo ano. Em 2024, saiu "Calinda 2024", com Ahoona e uma nova versão de "No Stress", com Faustix

Christian Lester colaborou muito com Laurent, em uma parceria de muitos anos que resultou em grandes trabalhos. Ele, obviamente, junto com Wolf, estava por trás dos nomes Afrodynamic e Ritmo-Dynamic, pseudônimos que ficaram bem conhecidos e alavancaram a carreira de Laurent. Mas, muito antes da parceria de sucesso com o DJ, Christian já se estava na estrada. No ano de 1988, ele lançou uma música, intitulada "Voyageur", pela gravadora francesa Surf, usando seu próprio nome. É um pop rock bem característico dos anos 80 e agradável de ouvir.


Não há informações sobre trabalhos atuais, nem de Christian, nem de Sonia Deroche. Laurent Wolf continua em atividade e está em turnê. 

Oh, everybody love the sunshine, forget all the bad times, remember all the good times
"Oh, todo mundo ama a luz do sol, esqueça todos os momentos ruins, lembre-se de todos os momentos bons" 

Merci beaucoup, Laurent Wolf, Sonia Deroche e Christian Lester por esta ótima faixa.

ARMAND VAN HELDEN pres. SAHARA - EVERYTIME I FEEL IT (Estados Unidos - 2003): Everytime I feel it, I just can't let go, I just move my body and I'm out of control. Esta é a oitava faixa e já adianto que é deliciosa de ouvir. E também ótima para sair dançando. Ela tem um ritmo cativante, um "tchan" que envolve o ouvinte.
"Everytime I Feel It" é uma excelente faixa do grande DJ e produtor Armand Van Helden, lançada pela gravadora do artista, Armed Records, em maio/junho de 2003. A canção foi escrita por Van Helden e Tekitha Washington, com produção de Armand. A voz suave e poderosa que ouvimos na música é de Tekitha. 

Na compilação brasileira, o título aparece como "Armand Van Helden pres. Sahara". No entanto, também é possível ver a faixa intitulada como "Armand Van Helden feat. Tekitha Presents Sahara - Everytime I Feel It"
As duas formas de escrita estão corretas. 
Mas quem é Sahara?. É um projeto?. Uma outra cantora?. Uma colaboração com outro DJ/produtor?. Bom, Sahara é, simplesmente, Armand Van Helden na produção e Tekitha nos vocais. Sem muito segredo. Sob este nome, lançaram outras duas tracks: "Wasn't The Only" "Stay Here""Everytime I Feel It" saiu com as versões: "Vocal Mix", "Instrumental""Richard Grey Club Edit""Original Mix""Dr. Kucho! Disc Doctor Remix", "Syke'N'Sugarstarr Remix" "Gaudino's Destination Remix"A faixa dançante de Van Helden tem samples de "El Remo", de Touch Of Class, originalmente lançada em 1979.

No CD "Planeta DJ 2004", não consta a versão de "Everytime I Feel It". Ao ouvir a "Original Mix", percebe-se que se trata da mesma, com a diferença no tempo de duração: a versão da compilação tem 03:51, enquanto a "Original Mix" tem 09:16. Provavelmente, a faixa foi editada, como ocorre em muitos casos. Ouçam a "Original Mix" e, depois, a versão do CD, observando a cronologia da faixa. Os trechos a seguir correspondem à versão original, em contraste com a versão editada da compilação:

02:01 - Neste ponto na "Original", começa a "Versão editada" no CD;
04:44 - Aqui ocorre uma pausa e a sequência não aparece no CD;
07:12 - Este ponto equivale aos 02:42 na "Versão editada" no CD;
08:19 - Tempo em que termina na "Versão do CD", mas continua na "Original".

Deu para entender?. Eu espero que sim. Continuando...Que tal falar sobre os envolvidos nesta ótima faixa!?. Vamos lá!. Começando por Van Helden.

Armand Van Helden é um DJ, produtor musical, remixer e compositor americano de Boston. Nasceu em 16 de fevereiro de 1970, filho de pai indo, holandês-indonésio, e mãe franco-libanesa, mas viajou pelo mundo quando criança. Ele é considerado uma das figuras mais reverenciadas da house music há três décadas. 
Os singles mais conhecidos de van Helden são "You Don't Know Me", "I Want Your Soul""My My My" com Tara McDonald "Bonkers" com Dizzee Rascal, todos os quais se tornaram 1.º lugar na parada de dance do Reino Unido e chegaram ao 2.º na parada de dance da Billboard. Em 2009, Van Helden formou a dupla de DJs Duck Sauce com o DJ canadense A-Trak , recebendo uma indicação no "54.º Grammy Awards" de "Melhor Gravação Dance" por sua música "Barbra Streisand", que liderou as paradas em 12 países. A dupla também lançou os singles "aNYway", que alcançou o 1.º lugar na parada de dance do Reino Unido, "Big Bad Wolf" e "NRG".

Embora muito do seu sucesso nas paradas tenha sido na Europa, particularmente no Reino Unido, Van Helden tem sido intimamente ligado à cena de música eletrônica de Nova York desde o início e meados da década de 1990, onde foi considerado um dos melhores remixadores do ramo e foi indicado ao "Grammy" de "Melhor Gravação Remixada", em 1998. Van Helden frequentemente remixa e usa samples de funk, soul, R&B e hip hop. Ele também usa filtros e progressões de dub, como em samples de beat, dancehall e reggae de NYC. 

Entre seus maiores remixes estão o remix da música "Spin Spin Sugar", de Sneaker Pimps"The Bomb! (These Sounds Fall Into My Mind)", de The Bucketheads"Sugar Is Sweeter", de CJ Bolland, e "Professional Widow", de Tori Amos. O artista é amplamente considerado o pioneiro do gênero speed garage e continuou remixando vários nomes como Katy Perry, Van Halen, Daft Punk, Pharrell Williams, Britney Spears, Enrique Iglesias, David Guetta, Sam Smith, Janet Jackson, entre outros com este estilo musical. 

Armand nasceu de um pai indo, que é descendente de holandeses e indonésios, e de uma mãe de ascendência francesa e libanesa. Ele mudou várias vezes de residência, conhecendo o mundo quando criança, passando um tempo na Holanda, Letônia, Turquia e Itália, pois seu pai era membro da Força Aérea dos EUA. Aos 13 anos, ele comprou uma bateria eletrônica e começou a ser DJ dois anos depois. De 1986 a 1988, Van Helden esteve em um grupo de rap chamado Define, pois se consideravam "os melhores da região" e, portanto, "definiam" o rap. Seu nome era DJ AVH, junto com outros membros da equipe: Sir Beat e Lopoka. Eles se apresentaram pela Europa e ajudaram a aprimorar suas habilidades de DJ. 

O artista retornou a Boston em 1988, trabalhando como DJ em clubes locais. Ele cursou a faculdade na cidade e deixou seu emprego de revisão jurídica em 1991 para trabalhar como remixador sob a gestão de Neil Petricone e X-Mix. Ele assumiu uma residência de DJ no Loft, uma das principais casas noturnas de Boston na época e lançou seu primeiro single oficial, um mix de "Stay On My Mind", de Deep Creed, pela Nervous Records. Van Helden lançou "Move It To The Left", creditado a Sultans Of Swing, em 1992 pela gravadora Strictly Rhythm, que se tornou um hit moderado nas boates e levou a uma série de singles lançados sob vários nomes para esta gravadora. Sua primeira faixa a entrar na parada Billboard Hot Dance Music/Club Play foi "Witch Doktor", que chegou ao Top 5 em 1994 e o levou a ter a oportunidade de remixar artistas como New Order, Deep Forest, Jimmy Somerville, Deee-Lite e Faithless
No entanto, foi o remix de "Professional Widow" que estabeleceu o artista e se tornou um sucesso dance em todo o mundo, e um hit número 1 no Reino Unido. Van Helden declarou sobre sua compensação pelo remix: "Era como US$ 10.000, e isso era um pouco abaixo do que eu estava ganhando naquela época por um remix, mas eu tinha tempo.". Todavia, isso o levou a trabalhar remixando grandes nomes da musica, aumentando sua reputação como um dos melhores músicos de house music do mundo. Em 1996, ele colaborou com Thomas Bangalter, do Daft Punk, e Junior Sanchez (Da Mongoloids), lançando "Spark Da Meth", pelo selo Strictly Rhythm. Um ano depois, a faixa de Van Helden "Ten Minutes Of Funk", foi apresentada no álbum ao vivo do Daft Punk, "Alive 1997".

"Cha Cha" foi outro hit dance Top 10 do primeiro álbum de Van Helden, o "Old School Junkies: The Album", que foi lançado em 1996, junto com "The Funk Phenomena". Um álbum de grandes sucessos apareceu no ano seguinte, seguido por um outro de breakbeat mais tarde, em 1997"You Don't Know Me", com Duane Harden, lançado em 1998, foi um hit que alcançou o 2.º lugar na parada dance da Billboard, 1.º lugar no Reino Unido, e um single Top 20 nas paradas pop na Austrália e Canadá. A música foi a faixa de destaque de seu álbum "2Future4U", que foi lançado nos Estados Unidos pela própria gravadora de Armand, a Armed Records

Van Helden lançou o álbum "Killing Puritans" em 2000, também pela Armed Records, que continha o hit "Koochy". A faixa foi baseada no hit "Cars", de Gary Numan. Seu single "Why Can't You Free Some Time" chegou ao 34.º lugar no Reino Unido, em 2001. Seu álbum "New York: A Mix Odyssey", lançado em março de 2004, produziu dois sucessos: "Hear My Name", uma colaboração com Spalding Rockwell que alcançou o 7.º lugar na parada de dance da Billboard, 34.º lugar no Reino Unido e o Top 40 na Austrália; e "My My My", com Tara McDonald, que alcançou o 4.º lugar nas paradas mundiais da internet, 5.º nas paradas belgas e holandesas, 6.º na Austrália, 15.º no Reino Unido e Top 30 nas paradas mundiais de dance. Em abril de 2004, ele forneceu um mix para o programa "Essential Mix", da BBC Radio 1. Em 2005, Van Helden lançou o álbum "Nympho", com os singles "Into Your Eyes", "My My My", "Hear My Name" e "When The Lights Go Down", que alcançou o 52.º lugar nas paradas da ARIA na Austrália, e foi um sucesso nas danceterias e casas noturnas. O álbum alcançou o Top 30 na Austrália e o 48.º lugar no Reino Unido.

Em 2006, Van Helden relançou "My My My" com a cantora britânica Tara McDonald. Os remixes incluíram a "Funktuary Radio Mix" e "Stonebridge Remix". Em 2007, o cara lançou seu álbum, "Ghettoblaster", do qual lançou os singles "NYC Beat", que alcançou o 22.º lugar na parada do Reino Unido, e "I Want Your Soul", que alcançou o 19.º lugar. Em 2008, ele obteve mais sucesso comercial ao remixar "INSPIRE", um hit número 1 da estrela pop japonesa Ayumi Hamasaki. Este remix foi lançado no álbum "Ayu-mi-x 6: Gold". Também em 2008, lançou dois álbuns, "You Don't Know Me: The Best Of Armand Van Helden" e um álbum de mixagens intitulado "New York: a Mix Odyssey 2". Ao discutir essa mistura em uma entrevista de 2009 com 5mag.net, Armand disse: "Eu simplesmente voltei para o hip hop. Coloquei minha cabeça onde eu costumava estar quando tinha 19 anos. Foi uma explosão fazê-lo. O hip house era simplesmente ótimo".
 
Em maio de 2009, van Helden colaborou com o rapper britânico Dizzee Rascal em seu single "Bonkers". Ele atingiu o pico de número 1 no Reino Unido, onde permaneceu por duas semanas e se tornou o terceiro top-top do artista na Grã-Bretanha. Mais tarde, no mesmo ano, o cara trabalhou com A-Trak para criar "aNYway", que foi lançado em outubro sob o nome Duck Sauce
A dupla mais tarde teve sucesso nas paradas com a música "Barbra Streisand". Van Helden se uniu ao DJ/produtor americano Steve Aoki, em 2011, para produzir a música "Brrrat!". Em 2013, o Duck Sauce lançou a música "It's You", um sucesso nas pistas de dança em todo o mundo, e foi indicado ao "MTV Video Awards"
Em agosto de 2014, remixou "I'm Not The Only One", de Sam Smith. Avançando um pouco, em 2020, retornou com uma nova música, "Give Me Your Loving", com Lorne. Van Helden lançou, em 2024, a faixa "Photograph", cujo original é da banda de rock, Def Leppard. É muito boa. 
O artista se casou com Brittany Landstrom , que também é conhecida como Brittles, em uma cerimônia privada em Miami Beach, Flórida, em maio de 2024. A moça também é DJ e produtora e, junto com o marido e Ghost MC, lançou a ótima "Another Dimension". A faixa saiu no início de 2024 e tem uma vibe noventista incrível. Recomendo ouvi-la.

Agora que sabemos um pouco mais sobre o DJ e produtor, chegou a hora de conhecermos a dona da voz que ouvimos em "Everytime I Feel It": Tekitha.


Tekitha Washington é uma cantora, artista de rap, hip hop e soul, nascida na CalifórniaEstados Unidos. Alcançou fama e reconhecimento mundial como a voz feminina do Wu-Tang Clan. Por um tempo, essa talentosa vocalista assumiu o papel de cantora interna do grupo musical de hip hop americano e tocou em muitas faixas lendárias. Tekitha participou do premiado álbum "Wu-Tang Forever", no qual ela também teve uma faixa solo intitulada "Second Coming". A cantora apareceu no vídeo da canção de amor de Ghostface Killah, "All I Got Is You". Inicialmente, Tekitha assinou contrato com a Razor Sharp Records/Sony e continuou a fazer participações especiais em projetos do Wu-Tang, como o álbum "The Lex Diamond Story", de Raekwon e também colaborou com outros artistas de alto nível, incluindo KRS-One e o próprio Armand Van Helden. "Mother Earth", de Van Helden, se tornou um grande sucesso internacional em 1999alcançando o 1.º lugar nas paradas de dance do Reino Unido

A versatilidade da cantora permite que ela vá muito além do hip hop. Sua profundidade, bem como sua ampla gama de habilidades vocais, são surpreendentes, já que sua voz parece se misturar facilmente com muitos gêneros. Parece que ela pode enfrentar qualquer coisa, soando elegante e enérgica ao mesmo tempo, não importando as circunstâncias. 
Além de cantora, essa multitalentosa artista também compõe músicas. Ela é uma compositora aclamada e também sabe fazer rap, como pode ser ouvido em "Pump Your Fist", de Cappadonna, e "Mantis", de RZA. Em 2002, Tekitha lançou o single "You", produzido por RZA. Esta faixa teve que ser incluída em seu álbum de estreia, "Wisdom Body", que estava planejado e originalmente agendado para lançamento em 2004. O álbum foi eventualmente arquivado. 

Em 2003, Tekitha e Armand Van Helden lançaram o EP "Earth Rising", onde contém a faixa "Everytime I Feel It", como sob o nome de Sahara. A cantora lançou seu EP solo de estreia, com seis faixas, "The Prelude", em 2010. Nele contém todas as novas músicas originais de Tekitha, com produção de RZA, Armand Van Helden, Bdotforealla, do The Ahficionados e Jeff Jones/Joneszilla.

O projeto foi produzido executivamente por Tekitha, RZA e Jeff Jones, sob seu novo selo Wisdom Body Entertainment e distribuído pela Sony/The OrchardEm seu outro projeto, "Week Of The Phoenix", Tekitha mergulhou em um território novo e emocionante, trabalhando com o produtor, cantor e compositor Ahmed Soultan, do Marrocos

O premiado artista Soultan criou seu próprio estilo de música afrobiana, misturando progressivamente elementos africanos e árabes, com um toque contemporâneo. Em Marrocos, Tekitha encontrou um ambiente calmo e inspirador, a solidão do deserto e a energia das aldeias tradicionais centenárias que inspiraram as suas composições.
Tekitha e RZA têm uma filha, Prana Supreme Diggs, nascida em 2000, com quem ela criou um ato country, O.N.E The Duo"Blood Harmony", o álbum de estreia de mãe e filha, saiu em 2023, trazendo alguns singles, como "Stuck In The Middle""Feels Good""HoeDown""Til You Called My Name" "Hearts Like Mine".

Ouvi as faixas do álbum e me surpreendi com a qualidade apresentada. Por ser country, esperava o arranjo e a melodia característicos do gênero, mas encontrei uma mistura bacana e envolvente de country e hip hop. As batidas, somadas a uma boa pitada de country music e às doces vozes de Tekitha e Prana, resultaram em um trabalho muito bem produzido. A filha da intérprete de "Everytime I Feel It" tem tanto talento quanto a mãe. É dom de família mesmo. Recomendo ouvir o álbum "Blood Harmony". Abaixo, as duas juntas em uma bela foto.


Tanto Van Helden quanto Tekitha seguem ativos na música. A seguir, imagens dos dois em 2024


Everytime I feel it, I just can't let go, I just move my body and I'm out of control...
"Toda vez que sinto isso, eu simplesmente não consigo deixar ir, apenas movo meu corpo e fico fora de controle..." 

Agradecimentos a Armand Van Helden e Tekitha Washington pela ótima "Everytime I Feel It".

ANTOINE CLAMARAN feat. LULU HUQUES - FEEL IT (França - 2004): A nona faixa vem da França; assim como a sétima. Confesso que não costumava ouvi-la com frequência, mas isso não significa que seja ruim. Tem seu valor, obviamente. A música apresenta vocais principais e backing vocals poderosos. Porém, adianto que há um erro de grafia nesta faixa. "Feel It" foi lançada como "promo" em 19 de fevereiro de 2004, pela Ambassade Records, subselo da Pool e Music, gravadora do próprio Clamaran. Posteriormente, em junho, a faixa foi lançada como CD-Single em duas partes

Contém samples de "Self Control", cover de Laura Branigan para a faixa original de Raf, lançada em 1984. Foi escrita por Antoine Clamaran, Giancarlo BigazziRaffaele Riefoli, Steve PiccoloLaurent Pautrat e Lulu Hughes. Foi produzida pela Clap Productions. "Clap" é um anagrama das iniciais do sobrenome de Antoine Clamaran e Laurent Pautrat.

Joachim Garraud, Benjamin Balensi e François Lalonde também estiveram envolvidos na produção da música. Caroline Simard, Daon Cumberbatch e Kim Richardson fizeram os backing vocals. Nos vocais principais, ela: Lulu Hughes. Lembram do erro de grafia que falei no início?. Tem a ver com Lulu. Na compilação da Jovem Pan, o sobrenome da cantora aparece diferente. Ou melhor dizendo, aparece errado: Huques.

A faixa foi lançada com as seguintes versões: "Club Control Mix""Club Control Clap Mix""DJ Flex e Sandy W Remix""Club Control Dub Mix" "CD Single Edit", que é a versão presente no "Planeta DJ 2004".

Como dito anteriormente, a faixa tem duas partes. A segunda foi, obviamente, intitulada "Feel It (Part 2)" e saiu com as seguintes versões: "12' Vox Mix""Reprise", "Robbie Rivera Remix" e "Clap Elektro Mix". Em 2023, a música recebeu novas versões: "Rework 2k23" "Jay Vegas Classic House Mix".
A parceria entre Clamaran e Hughes não se limitou ao single "Feel It". Em 2002, dois anos antes do lançamento da faixa presente na compilação da Jovem Pan, saiu "Release Yourself", que também conta com os vocais de Lulu. Anos mais tarde, após o lançamento de "Feel It", eles voltaram a trabalhar juntos, resultando nas faixas: "Give Me Some Love" (colaboração com Mario Ochoa, 2007), "Feel So Good" (2009), "Haunt Me" (2009), "Man's World" (2009), "A Deeper Love" (colaboração com David Esse, 2011) e "Hallelujah" (2016); esta última contém uma parte do refrão de "Sing Hallelujah!", do Dr. Alban, cantada pelas backing vocals da faixa de Clamaran. No entanto, não se trata de um cover da mesma.

Vamos saber um pouco mais sobre o cara responsável por "Feel It"?. Venham comigo!.

Antoine Clamaran-Danzelle, nasceu em Neuilly-sur-Seine, em 8 de novembro de 1964, e é um produtor, DJ e remixer francês de house music. No início da década de 1990, sua fama local despertou o interesse da Maximum FM, a principal estação de rádio de dance de Paris na época. Impressionado com seu talento para mixagem, Clamaran conquistou um grande público e começou a ser contratado para festas. Tornou-se residente no lendário clube parisiense Palace, mas a sede do clube pediu que ele comandasse o mítico Gay Tea Dance aos domingos, em vez do ícone francês Laurent Garnier

Em 1992, Clamaran, ansioso por se envolver na produção, juntou-se a Laurent Pautrat. Sua primeira produção, "I've Got The Music In Me", de 400 HZ, o tornou um dos produtores franceses mais promissores. Lançada pela House Trade Records, esta faixa foi licenciada pela BMG France e vendeu mais de 100.000 unidades. Então, as gravadoras começaram a inundar Clamaran com pedidos de remixes como: "Fonky Muzik", de Calvin Stones II"Oxygene", de Jean Michel Jarre e "You Spin Me Round (Like A Record)", de Dead Or AliveSuas produções sob os nomes de Carayca, 400 HZ, D Plac, LAC, Unchain e House Train sempre estiveram no topo das playlists de DJs, mas foi somente em 1998 que ele voltou a figurar entre os 50 mais vendidos da França. Como DJ, mudou sua residência do Palace para o Le Queen
Durante 1998, ele produziu três sucessos de clubes sob o nome O Mega"Dreaming Of A Better World""Peace & Harmony" e "The Mission". Todas alcançaram disco de ouro na França, mas não obtiveram sucesso comercial em outros países. Em 1999, Clamaran alcançou o sucesso em seu país, mas optou por retornar à house music, abandonando o caminho comercial que lhe havia sido traçado. 

Decidiu produzir faixas em nome próprio e voltadas para o mercado internacional. Suas primeiras produções foram: "Do The Funk", "Get Up" e "After". Estas faixas foram licenciadas pelo selo norte-americano Filtered Records e lançadas no EP "Discoland". O disco se tornou indispensável para a maioria dos principais DJs do mundo, incluindo Boris Duglosch, Erick Morillo, Pete Tong, Danny Rampling e Robbie Rivera. Com a façanha, "We Come To Party", que contém os vocais de Blue James, o estilo de Clamaran, tornou-se um trunfo para a comunidade house.
Em 1999, poucos dias antes do réveillon, a produção Clap, Clamaran e Pautrat, fundiu-se com a Penso Positivo, empresa de outro DJ famoso na França: Claude Monnet. Assim, Antoine passou a gerenciar quatro selos como produtor e A&R dentro da Penso Positivo: Academy, North Club, House Trade Records e Basic Traxx. Em 2000, ele alcançou sucesso nas paradas com Vibration INC. Antoine Clamaran atuou como residente nos dois maiores clubes parisienses: Les Bains Douches e Le Queen, este último já mencionado. Em 2001, lançou "Sound Of Africa Slowly". Em 2002, saiu "Alert", mesmo ano de lançamento da faixa e álbum, "Release Yourself"

Ainda teve "Dance 2", que contém samples de "Dance (Disco Heat)", de Sylvester. No ano de 2007, o francês lançou sua compilação "Inside: The Best Of Antoine Clamaran". Após os lançamentos com vocais de Lulu, Clamaram veio com "Get Down", "Cancun Paradise", parceria com o DJ e produtor Tristan Garner, e "Spotlight", com vocais de Duane Harden. O álbum homônimo saiu em 2009 e seu principal single foi "Gold", que conta com os vocais de Shamel Shepherd; a música alcançou o 5.º lugar na Rússia e liderou a parada Airplay de Moscou. É, deveras, muito boa.

Do mesmo álbum, ainda saíram os singles "Reach For The Stars" "When The Sun Goes Down". Logo após, Clamaran iniciou uma parceria com a cantora espanhola Soraya Arnelas, resultando em três faixas, sendo elas: "Live Your Dreams""Feeling You" "Stick Shift". Em 2013, ele lançou a bela "This Is My Goodbye". Já em 2018, foi a vez de "I Say A Bitch" e, no ano seguinte, "You Got The Love". Ano passado, uma nova versão de "Cancun Paradise" foi lançada e intitulada "Cancun Paradise 2024". Antoine lançou recentemente "Zilwa", single que tem a participação de Ibrahim Cissé. Mais recentemente ainda, em março de 2025, saiu a ótima "Feeling Good" e, em maio, "Para Para" e "You Got The Love 2025" (com The Cube Guys e Jaren)

Antoine Clamaran tem 60 anos e, como bem vimos, segue em atividade. Agora é hora de falar sobre a dona da voz que ouvimos na nona faixa do CD 2. Vamos conhecê-la. 

Louise "Lulu" Hugues nasceu em 14 de maio de 1967, em Quebec, no Canadá, e é uma cantora de R'n'B, rock e blues, e também atriz. É trilíngue e fala francês, inglês e alemão. Seu pai era descendente de irlandeses e sua mãe descendente de italianos. Ambos eram músicos. Quando seu pai morreu, quando ela era criança, morava com a mãe e seus três irmãos, incluindo Rick Hughes, que também é cantor, e Dan Hughes, que é baterista. Reconhecida por sua voz poderosa e impressionante, iniciou sua carreira como vocalista do grupo Soul What, que misturava funk, R'n'B, rock e blues, percorrendo os bares musicais da província. Ela se destacou na cena local liderando sua própria banda, ganhando comparações frequentes com Janis Joplin.

Foi notada pelo programa de televisão "Beautiful And Hot", onde sua participação se tornou regular. Ela também trabalhou por vários anos como solista para o "Montreal Jubilation Gospel Choir", bem como para a companhia de teatro "Carbone 14", mas permaneceu desconhecida do público em geral. 
Tornou-se conhecida graças ao seu talento como backing vocal de vários artistas, canadenses e americanos, incluindo Dan Bigras, Roch Voisine, Barry White e, especialmente, Too Many Cooks para quem trabalhou por 8 anos. Em 1999, após fazer campanhas publicitárias para a Coca-Cola, McDonald's e Toyota, foi escolhida para interpretar o papel de Marie-Jeanne na produção "Starmania", um musical inspirado em David Bowie, que durou até 2001

A publicidade que a acompanhou garantiu seu forte interesse pela gravadora no final de seu período de dois anos com a produção e, em 2002, lançou seu primeiro álbum autointitulado "Musicomptor", ficando conhecida graças ao sucesso do single "Rock With Me". Como bem sabemos, a cantora colaborou com Antoine Clamaran e gravou várias faixas, citadas anteriormente, para ele. Ela participou do último disco de Daniel Desnoyers, "In Da House Vol. 4", cantando "Call Me Love". Lulu lançou seu segundo álbum "Crazy Mama", em 2006. Este último disco foi retirado das prateleiras muito rapidamente devido ao caso de Guy Cloutier, que havia sido acusado e condenado por abuso de menores, e era seu empresário. Sua gravadora fechou as portas após essa história.
 
Ela também é conhecida por seu talento como atriz nos filmes de Dan Bigras, como "La Rage de l'ange", no qual interpretou Sandra, uma menina de rua, e em "Suzie", de Micheline Lanctot, onde viveu uma policial. Também trabalhou com o grupo Porn Flakes, com seus velhos amigos, Dan Goergesco e Mike Plant.

Em 18 de março de 2010, nasceu Melody Victoria, filha de Lulu. Em agosto de 2016, a artista participou da gravação do programa "En direct de l'univers", de Céline Dion, que foi transmitido em setembro pela ICI Radio-Canada Première. No mesmo ano, Lulu anunciou que sofria de um câncer virulento, mas não incurável. Ela apareceu no meio de tratamentos de quimioterapia no set de "Belle & Bum", no inverno de 2017, enquanto cantava diversas músicas populares. A partir daí, voltou aos palcos e continuou colaborando com o grupo Porn Flakes. Desde 2017, Lulu é embaixadora da empresa Corpa Flora Inc (empresa sem financiamento, sediada em Montreal, que fabrica produtos para a pele). Ela faz parceria com a Corpa Flora para arrecadar dinheiro para várias associações, incluindo o câncer de mama em Quebec. Colaborou com a empresa na criação de dois produtos: Tangerine Tango e Sweet Orange Bleue.

Ela é porta-voz do Ride de Filles desde 2018, evento que arrecada fundos para a Quebec Breast Cancer Foundation (Fundação de Câncer de Mama de Quebec)Após lutar contra um terceiro câncer em 2020, Lulu Hughes lançou seu quarto álbum, "Build Near The Water", sua obra mais pessoal, notadamente com a faixa "Who's Gonna Love Me", dedicada à morte de sua mãe. O álbum inclui músicas originais e um cover da música dos Bee Gees"How Can You Mend A Broken Heart".
 
Para este álbum, a autora-compositora cercou-se de artistas experientes, como seu irmão Rick Hughes. Após recuperar a saúde, Lulu fez seu grande retorno aos palcos, cercada por suas amigas de longa data, Luce Dufault e Kim Richardson, para um show intitulado "ELLES"

Um reencontro esperado desde 2016, mas que teve que esperar por causa do câncer e da pandemia. A turnê começou em março de 2025. A cantora e suas companheiras seguirão em turnê até o fim do ano, mas farão uma pausa no verão do Canadá e, durante um período, estará no elenco de "Les Belles-Sœurs Symphonique". Hughes também se reunirá com seu grupo, Too Many Cooks. A artista ama os palcos e seus fãs, mas se considera quieta e não gosta de multidões. Foi o que ela disse em uma entrevista recente: 
"Quando não estou me apresentando, sou extremamente selvagem. Preciso de solidão. No palco, gosto quando somos muitos, quando é algo coletivo. Isso me eleva. Mas eu não gosto de multidões. Jantares com muita gente e música alta me incomodam. Sou muito calma, quase chata. Sou do tipo que diz para a minha filha abaixar o volume." 
A loira enfrentou, com muita bravura, três tipos de cânceres e falou sobre suas batalhas, em uma outra entrevista. Quando perguntada se a doença a fez valorizar mais a vida, Lulu respondeu sinceramente: 
"Sim, porque viver é um privilégio. Amanhã, tudo pode parar. Eu poderia sair daqui e ser atropelada por um carro. Mas não sinto que vou morrer jovem. Acho que vou ficar aqui por mais um tempo. Quero viver momentos lindos. Não tenho medo de morrer, mas não quero morrer. Quero fazer muito mais coisas. Aqueles que têm medo de morrer, geralmente têm medo de viver..."
A guerreira Lulu Hughes tem 58 anos e segue na música.

Na imagem abaixo, vemos Clamaran em 2024 e Hughes em 2023


Can you feel it?. Feel it coming. No more sorrow, no more tears...I can feel it
"Você pode sentir isso?. Sinta isso chegando. Sem mais tristeza, sem mais lágrimas...Eu posso sentir isso" 

Merci beaucoup, Antoine Clamaran e Lulu Hughes

▶ KTF - FROM HELL TO HEAVEN (Itália - 2004): Chegamos na décima faixaEu tinha um certo medo da voz desta música na época e não a ouvia muito. Talvez tenha sido por esse motivo. Risos. Bom, acredito que esse era o propósito, já que o título entrega: “Do Inferno ao Céu”. A voz é meio demoníaca, de fato, mas a faixa é inegavelmente boa e tem um ritmo que nos faz dançar. 
Trata-se mais uma produção italiana e foi lançada em 1.º de setembro de 2004, pela Rise/Time Records. "From Hell To Heaven" foi produzida no Bluett Studio, localizado em Mussomeli, Sicília, Itália, administrado por Riccardo Piparo; este escreveu a música com Michele Giambra, e também a produziu. Saiu como KTF presents NY SAX.

Mas, qual é o significado da sigla KTF?. Alguém sabe?. Bem, KTF significa Kiss The Funk. Outras faixas foram lançadas com este nome e daqui a pouco falarei sobre isso. 

A música saiu com as versões "KTF Main Mix" "KTF Dub"ambas têm 07:32 de duração. A "KTF Main Mix" é a versão que está na compilação brasileira, porém editada, mais curta, com 04:13Ela foi devidamente creditada no CD. Vamos voltar lá no nome do projeto e as outras faixas lançadas?. Sigam-me!. 
No mesmo ano de 2004, saiu "Back Together", faixa que contém a participação da cantora americana Sandy B., sob o nome "Kiss The Funk", e "Mamakossa", como Back To Basics vs. KTFDepois vieram "All Around The World", de 2005, e "Bang Bang (My Baby Shot Me Down)", de 2011; ambas como KTF.
 
Vamos saber um pouco sobre o responsável por esta faixa?. Venham comigo!. 

Riccardo Piparo nasceu em Agrigento, na Sicília, em 14 de setembro de 1971. Ele é produtor artístico, DJ e engenheiro de som. Após uma educação musical predominantemente clássica, começou a trabalhar como DJ aos 17 anos, o que ao longo dos anos o levou a tocar nos clubes mais importantes da Europa. Aos 18 anos, por proposta de Vincenzo Callea, ele se juntou a uma equipe de produção formada por Daniele Tignino e Vincenzo Graci. Então, as primeiras produções de dance começaram.

Em 1993, nasceu o TI.PI.CAL, das iniciais dos sobrenomes dos integrantes do grupo: Daniele Tignino, Riccardo Piparo e Vincenzo Callea, em parceria com o cantor americano Josh Colow. O auge do sucesso veio no ano seguinte com "The Colour Inside", canção com a qual participaram do "Festivalbar" e que consagrou a equipe siciliana na história da música pop-dance, confirmando-se por 12 semanas consecutivas no topo do Hit Parade; um recorde que permanece inigualável até hoje. 

O projeto lançou outras faixas: "It Hurts" (1995), "I Would Like" (1996)"Hidden Passion", que conta com vocais da cantora e atriz britânica Kimara Lawson (hoje conhecida como Maria Lawson), e que foi lançada em 1997"Live For Today" (do mesmo ano)"Follow Your Heart" (1998) e "Music Is My Life" (1999), também foram cantadas por Kimara. Em 2001, veio "Is This The Love", novamente com os vocais de Josh e, 10 anos depois, eles se reuniram de novo e lançaram "Stars""Could Be You" saiu em 2012, trazendo os vocais dele mais uma vez. 
Paralelamente à sua atividade como DJ, Piparo começou a trabalhar como produtor; produziu muitos sucessos e remixes de dance que alcançam o topo das paradas. Já ouviram falar do projeto De-Javu?. Àquele do single "I Can't Stop"!?. Tocou bastante na Jovem Pan em 2002. Foi lançado em 2001 como single de estreia e se tornou um dos sucessos do verão daquele ano em toda a Europa. "Never" também teve seu espaço nas rádios brasileiras. Pois então, Piparo esteve envolvido neste projeto. 

Junto com os irmãos Antonio e Pietro Zarcone, fundou a LabMusic; a gravação e mixagem do projeto Made In Sicily foi o primeiro trabalho de destaque. Em 2002, em Nova York, ele conheceu o compositor londrino Jamie Hartman, também conhecido como Ben's Brother, tornando-se seu produtor. Houve um período em que ele deixou de lado o mundo da dance music para abraçar o mundo do pop acústico. Eros Ramazzotti, ao ouvir falar de Hartman, decidiu investir nele e o queria para abrir sua turnê em seus shows pelo mundo todo; mas no final as coisas não deram certo, porque Hartman havia assinado um contrato bem-sucedido com a Warner UK.

A relação com Ramazzotti e sua gravadora permaneceu inalterada; e de fato é justamente isso que propõe a Riccardo a colaboração com Tazenda, da qual Piparo produz um single, a produção do primeiro álbum de Andrea Febo (futuro autor da canção vencedora do "Festival de Sanremo 2018", “Non Mi Avete Fatto Niente”) e o cantor e compositor italiano Massaroni Pianoforti.
 
Treinado como produtor pop no famoso estúdio londrino Metropolis, seguido pela Abbey Road em Londres, Piparo também produziu a cantora e compositora de Palermo, Beatrice Visconti, que esteve entre as 12 finalistas do "Sanremo Giovani" em 2016, e a banda Tamuna, vencedora do "Prêmio De Andrè 2017", com o single “Accussì”

Ele colaborou com os melhores engenheiros de som italianos, Pino Pischetola e Roberto Rosu, e músicos Francesco Buzzurro, especialmente o conhecido músico de jazz, Francesco Cafiso, com quem trabalhou em 4 álbuns feitos entre Londres, Nova York, Roma e Palermo. Em junho de 2019, nasceu o Cantieri 51, um estúdio de gravação de nova geração fundado por ele. Trata-se de um estúdio de vanguarda que nasceu com a colaboração de Francesco Leo (parceiro, produtor e músico) e Antonio e Pietro Zarcone (novamente eles, parceiros e músicos), com o desejo de dar nova vida musical ao atual cenário contemporâneo nacional e internacional. É composto por várias salas de gravação. 

Abaixo, outras faixas escritas e produzidas por Riccardo Piparo:

"Village Stories" — Entroterra, 1994;
"Gimme Love" — Kasto, 1996;
"Desire" — The 3angle, 1997;
"Ever Try" — Double Impact, 1999;
"Don't Leave Me" — Piparo, 2000;
"The Choir" — Wonderland2000;
"Belly Dance"  Snake, 2001;
"The Colour Inside" — Piparo feat. John Biancale, 2010;
"Work It Out" Riccardo Piparo feat. Tyree Hernandez, 2010.

Riccardo Piparo segue firme na música e, na imagem a seguir, vemos ele em 2024.


Grazie, Riccardo.

▶ THE BITCH HOTEL feat. RIVAZ - END OF TIME (Itália - 2004): Love me, touch me till the end of time...É assim que a décima primeira faixa começa. A música é um "housezinho" agradável de ouvir, com belos vocais masculinos; vocais que já ouvimos em uma outra faixa que tocou consideravelmente nas rádios brasileiras. Falarei mais sobre isso daqui a pouco. Não costumava ouvi-la excessivamente na época, no entanto, hoje entendo que ela tem seu valor. 

"End Of Time" saiu em outubro de 2004 pela D:vision Records, e foi escrita pelos lendários e talentosos Davide Riva (Rivaz) e Stefano Gambarelli, com Vanessa Torri. O primeiro produziu a faixa. A música apresenta as seguintes versões: "Original Club", "Gambafreaks Vs. III Sound Academy Dub""Gambafreaks Vs. III Sound Academy Club""Original Radio", "BH Mix", "Extended Mix", "Alternative Mix" e "Gambafreaks vs. III Sound Academy Radio Edit". E qual delas é a versão que está na compilação da Jovem Pan?. Bom, a versão que está nela tem duração de 03:38 e, a que mais se aproxima desse tempo, é a "Original Radio", que tem 03:36. No entanto, há algumas pequenas diferenças entre as duas que, somente com muita atenção, serão percebidas. É a mesma, apenas algumas modificações foram feitas. Mas quem canta?. Os créditos foram para um tal de Mark-O (às vezes aparece como MarkO). E nos mesmos créditos aparece o nome de Marco Prati, responsável por tocar a guitarra eletrônica na faixa. Estarei sendo doida se disser que cogito ser ele o cantor?. A dance music me permite isso, oras. E claramente é um Marco nos vocais. Tentei obter alguma resposta dos envolvidos sobre isso e...estou no aguardo até agora

Riva e Gambarelli produziram outras faixas no projeto The Bitch Hotel. "Bitch Hotel" saiu em 2001, com um "feat. Denise" no título. Mas destaco algo interessante aqui. Ouçam a "Guru Mix" desta música e percebam que a versão destacada serviu de base para a criação de outra música do projeto, curiosamente lançada no ano seguinte. Refiro-me ao single "Do U Wanna Dance". "Bitch Hotel (Guru Mix)" foi reaproveitada, retrabalhada e editada em pontos específicos, ganhando vocais masculinos e uma letra contagiante. Assim nasceu "Do U Wanna Dance", uma faixa que tocou consideravelmente nas rádios do Brasil, principalmente na Jovem Pan, e nas baladas. Conheci o projeto em 2003, através desta track. Amava ouvi-la no rádio. É minha favorita. Tem uma energia incrível. "End Of Time" e "Do U Wanna Dance" têm algo em comum, vocês sabem o quê?. Acertou quem disse: a voz. É o mesmo vocalista nas duas faixas. Em 2002, eles lançaram "C'mon". Desde então, o projeto não lançou mais nada. 

Vamos conhecer um pouco sobre os responsáveis pelo projeto The Bitch Hotel?. Logicamente, estamos falando de dois lendários produtores/DJs com muitos anos de carreira. Tentei resumir o máximo possível. Começando com Gambarelli. 

Stefano Gambarelli, nascido em Reggio Emilia (prefiro escrever o nome em italiano, pois Régio da Emília soa estranho para mim), na Emília-Romanha, é um dos DJs/produtores mais prolíficos e conhecidos da dance music. Muitos de seus discos foram verdadeiros sucessos em clubes de várias partes do mundo, e os artistas que foram remixados pelo DJ, são incontáveis. A mãe dele era professora de dança de salão e o pai "tocava música", como o próprio Stefano disse em uma entrevista. 

Ele iniciou a carreira como DJ em 1982 e começou a produzir discos em 1989, colaborando também com o lendário Groove Groove Melody. Seu primeiro disco lançado foi "Everybody Pump", sob o pseudônimo "Steve G. DJ Power". Sem ser levada em consideração na Itália, a música acabou ficando no Top 20 das paradas europeias. O cara tocou sua música ao redor do mundo, nos principais clubes da Itália e da Europa. Produziu sob os nomes "Gambafreaks", "Ste.Ga.Shop", "Savage Spirits" e muitos outros projetos de gravação, como "The Bitch Hotel", "Daum DC", "Espirito", "Freaks Jam", "GC Orchestra""Gambadubs", "Le Premier Prix De La Maison Du Groove", "Mhananana", "Oda-Main", "Pussy Dub Foundation", "Q Words", entre outros. 

Desde que começou a trabalhar para a X-Energy Records, ele contribuiu para os projetos de eurodance Ann Lee e J.K., bem como Dhany, In-grid, KMC e muitos mais. Em 1997, usando o nome Gambafreaks, lançou "Instant Replay", com Paco Rivaz. Sabem quem é o "Paco"?. Ele mesmo...Davide Riva. No ano seguinte, Gambafreaks lançou o "Freaks E.P.", incluindo "Instant Replay""Right There" e "Africk'A", e foi um sucesso enorme nos clubes de mais da metade do planeta, dominando as paradas de clubes e danceterias do mundo todo. Ainda em 1998, lançou "Relight My Fire E.P." e "Walterino vs. Gambafreaks E.P.". Em 1999"Relight My Fire" alcançou o 1.º lugar na parada dance da Holanda, assim como "Down Down Down". Já no ano 2000, fundou o projeto Mhananana, com Alex Baraldi e Roberto Ruini. O primeiro lançamento do projeto foi intitulado "La Grève".

Em 2003, começou a parceria entre Gambafreaks e a vocalista Nicole Sorace (não confundam com a jovem atriz italiana de mesmo nome) e a excelente "Natural Woman" foi lançada. Conheci o trabalho do Gambarelli, como Gambafreaks, através desta faixa, quando ganhei o CD "Na Balada Vol. 11", em 2005. É a 12.ª faixa do CD 1 e uma das minhas favoritas da compilação. Ouvi-a muito. A cantora colaborou com ele até 2008 e o mais estranho é que não há nada sobre ela na internet. Nada mesmo. Uma pena. 

Stefano foi, por 26 anos, DJ residente do clube Villa delle Rose Riccione, 6 anos no Peter Pan Riccione, 4 anos no Paradiso Club Rimini, 1 ano no Space Ibiza, depois Cenerentola, Mazoom Club, Cocobeach, Matis Club, Epsylon Club, HollyWood e muitos outros. O homem, simplesmente, tem mais de 200 singles produzidos em mais de 30 anos, e mais de 100 Top 10 em várias paradas de clubes em todo o mundo. Suas músicas estão incluídas em mais de 2000 coletâneas, de 70 gravadoras diferentes. Eu fico atônita com este tipo de informação. Incrível como esses caras são geniais. Gambarelli é um deles. Icônico e lendário. 
Ele também colaborou com rádios, sendo elas: Radio Deejay, m2o, Radio Studio Piu' (em Brescia), Radio Globo (em Roma) e Radio Play Studio (em Bolonha). Além de trabalhar como DJ e produtor há mais de 36 anos, Stefano é diretor artístico musical, organizador de eventos, concertos, exposições, desfiles de moda e consultoria para promoções e patrocínios para empresas ligadas ao mundo do entretenimento, design e grafismo, e blogueiro musical. Segundo o italiano, ele decidiu trabalhar com música por pura paixão, já que era fascinado pelos primeiros DJs do gênero afro funky, Mozart, Daniele Baldelli (um DJ italiano icônico), entre outros. Há anos, numa entrevista, o artista falou um pouco sobre seu trabalho: 
"Tenho meu próprio estúdio onde faço as audições, enquanto colaboro com vários estúdios para a produção final. Tenho produzido constantemente há alguns anos com a D:vision, a marca da casa do grupo Energy, de Ugolini e Raimondi. Eu digo a vocês que 90% do que eu produzo é o que proponho durante minhas noites, mas isso não acontece com todos, pelo contrário. 
Além do fato de a Energy ter um excelente escritório de promoção, da minha parte o sistema que utilizo é tocar e fazer com que meus produtos sejam tocados o máximo possível pelos DJs certos. Meu pai tocava música e minha mãe era professora de dança de salão. Classifico-me entre o suficiente e o justo. O desempenho de um profissional ultimamente, é condicionado por muitos fatores que às vezes não têm nada a ver com lançar ou produzir discos..."
Abaixo, alguns remixes feitos por Stefano Gambarelli:

"Open Your Eyes"  Blackbox, 1991;
"2 Times (Gamba Club)" — Ann Lee, 1998;
"Lovin You"  Oda main, 1998;
"Waitin (G.F.S. 70' Mix)"  Bitter Fruits1999;
"Rithmoo"  Bitter Fruits, 2000;
"Love, Peace And Drums"  Ethnosonique, 2000;
"Able To Love (G. Freaks Deep Mix)"  Benny Benassi, 2002;
"Love, Sex"  Nefer, 2002;
"Frequency"  Motel De Luxe, 2002;

Na sequência, destaco algumas de suas produções:

"Do You Feel Alright"  Steve G. D.J. Power, 1992;
"Jump To The Pump"  DJ Power, 1993;
"Megafreak"  Walterino vs. Gambafreaks, 1998;
"Afrodite"  Savage Spirits, 1998;
"One More Time"  Gambafreaks, 1999;
"What Do You Say"  Ethnosonique, 1999;
"Feel The Rhythm"  Ethnosonique, 2000;
"Voice"  Mhananana, 2001;
"Ipadan"  Mhananana, 2002;
"Feel It"  Ethnosonique, 2002;
"Make The World Go Round"  Pussy Dub Foundation, 2002;
"Stand Up"  Pussy Dub Foundation, 2003;
"Freedom"  Gambafreaks feat. Nicole, 2004;
"Subtravel"  Farolfi vs. Gambafreaks, 2004;
"A Style Suite"  Farolfi & Gambafreaks vs. Moloko, 2005;
"Struggle For Pleasure"  Pussy Dub Foundation, 2006;
"Never Say Never"  Gambafreaks feat. Nicole, 2006;
"The Power Of Love"  Deelay vs. Gambarelli, 2006;
"Everybody Love"  Gambafreaks feat. Nicole, 2008;
"Land Of Mars"  Stefano Gambarelli vs. Pochill, 2014;
"Island Chorus"  Stefano Gambarell & Mappa, 2016;
"Express"  Stefano Gambarelli & El Mambro, 2017;
"Let The Drums Speak"  Gambafreaks vs. Sergio Matina & Gabry Sangineto, 2019;
"Santos"  Gambafreaks vs. D. Ruberto, 2020;
"Kuma"  Gambafreaks & Kinkilor, 2025

A discografia do cara é insana. E a de seu parceiro musical não é diferente. É hora de falar sobre outro lendário e talentoso produtor, envolvido na faixa "End Of Time". Ele mesmo: Rivaz. 

Davide Riva, também conhecido como Rivaz, assim como Gambarelli, vem de Reggio Emilia e é um dos talentos brilhantes da dance music italiana (e mundial). O italiano sempre teve um entusiasmo vertiginoso por house e dance, e acumula muitos anos de experiência, combinada na indústria de composição, e tocando em clubes. Ele gosta de descrever sua música como "dance music contemporânea"

O primeiro vinil que comprou foi "Face To Face - Heart To Heart", de 1982, do duo alemão The Twins. Ele é produtor desde 1992, designer de som, engenheiro de mixagem e DJ. Não estudou para ser produtor. Riva tinha um grupo musical e todos foram até a casa de Theo Spagna para fazer um disco. A partir daí, começou a entender e ver como funcionava, por exemplo, uma bateria eletrônica e todo o universo de um estúdio musical. 

Ele era fascinado por eletrônica. Então, começou a trabalhar com uma banda de Milão, já que morava na cidade e, com essa banda, tocava em alguns clubes locais, todo fim de semana. Conheceu o grande Graziano Pegoraro e ele lhe falou sobre a Radio Deejay; Riva, então, passou a trabalhar lá. 

Davide escreveu e produziu, junto a Larry Pignagnoli, todos os grandes sucessos daquele polêmico projeto que conhecemos: Whigfield. “Saturday Night”, “Another Day” e “Think Of You”, dominaram as paradas em todo o mundo nos anos 90 e colecionaram um número impressionante de discos de platina na Inglaterra, Alemanha e América do Sul. Um agradecimento a Annerley Gordon, que colaborou...cof cof, escrevendo para o projeto. Maravilhosa!. 
Há anos Riva produz e remixa para o histórico selo italiano D:vision. Nos últimos anos, ele foi a abertura oficial de todas as turnês de Benny Benassi. Ele tocou junto em shows com Tiësto, Laidback Luke, Nervo, Martin Garrix, Merk & Kremont, Daddy's Groove, para citar alguns. Além dos clubes italianos mais famosos como Cocoricò, Pineta e Muretto, ele também se apresentou em vários clubes internacionais muito conhecidos como LIV (Miami, EUA), Cavo Paradiso (Mykonos, Grécia), BCM (Palma de Maiorca, Espanha), Guvernment (Toronto, Canadá), entre outros.

Após muitos anos atuando somente como produtor em estúdio, Davide começou uma carreira como DJ, usando seu sobrenome Riva e acrescentando a letra "z" no final. Este nome artístico já existia antes do produtor se "aventurar" nas pickups. "End Of Time" nos mostra isso: The Bitch Hotel feat. Rivaz. Foi seu parceiro musical, Stefano Gambarelli, quem lhe deu a sugestão de usar o sobrenome e a inclusão do "z". Segundo Davide, para Gambarelli, soaria como um nome espanhol

Quando vai trabalhar com outro produtor, Davide espera que o profissional tenha habilidade, ideias e instinto. Segundo o próprio, três de suas qualidades são: paciente, disponível e correto. Já seus três defeitos são: temperamental, atrasado e intolerante. "Billie Jean", de Michael Jackson, é uma música que, de acordo com ele, jamais irá esquecer. Para ele, Benny Benassi é o melhor artista com quem já trabalhou. Rivaz admira Steve Angello, Axwell e Eric Prydz, e gostaria de um dia poder trabalhar com The Weeknd. O melhor dia da vida dele foi o dia em que compôs "Saturday Night". 

E agora, estão preparados para o desfile de algumas faixas que apresentam envolvimento de Davide Riva, seja na produção, composição, coprodução, produção executiva, etc?. Vamos juntos!. 

"Together"  Lalene, 1992. Jenny B. na área;
"You Make Me Feel Good"  J.K., 1992. Primeira faixa de Riva em colaboração com Larry Pignagnoli. A fantástica Jenny B. novamente nos vocais; 
"Wanna Get Your Love"  Jenny Bee, 1992. Sim, é Giovanna Bersola de novo;
"Beat It"  J.K., 1993;
"I'm In Love" Melrose Ave, 1993;
"I Always Dream About You"  Spagna, 1993;
"Let Me Take You Higher"  Positivity, 1993;
"Get Up And Move"  Foot Control, 1993;
"You & I"  J.K., 1994;
"The Best"  Lalene, 1994;
"Shake It"  Q-Base, 1994;
"Whiggle In Line"  Black Duck, 1994;
"I'm Needin' You"  Fun Fun, 1994;
"Somebody To Touch Me"  KMC feat. Dhany, 1995;
"Close To You"  Whigfield, 1995;
"I Want To Love"  Whigfield, 1995;
"My Radio"  J.K., 1995. Grande Sandy Chambers nos vocais;
"Shine On Me"  Orlando Johnson, 1995;
"The Lion Sleeps Tonight"  Ally & Jo, 1995. Música que cresci ouvindo, na minha fita K7 do "Ritmo das Pistas Vol. 2". Annerley Gordon não decepciona;
"Holding You"  Ally & Jo, 1996. Ela de novo;
"Nasty Girl"  Ally & Jo, 1997. Annerley Gordon nos vocais principais e Daniela Galli (Dhahy) nos backing vocals. Masterpiece;
"No Tears To Cry"  Whigfield, 1997;
"Dha Dha Tune"  Dhany, 1998;
"Go On"  J.K., 1998;
"Gonna Get Your Love"  S-Sense feat. Jenny B., 1999;
"I Wanna Be Free"  Mumm vs. Dhany, 2000;
"Body 2 Body"  DJ Kaos, 2001;
"Happy"  Square Heads, 2001. Esta música me traz emoção e lembranças de infância. Acompanhei o sucesso dela e testemunhei o quanto tocava nas rádios, na época. Uma das trilhas sonoras do meu 2002. Sempre tocava nas "7 Melhores" da Jovem Pan. Sempre mesmo!. Ouvi-la hoje me causa alegria, melancolia e saudade. Posso estar dançando ao som dela, mas meus olhos sempre estarão marejados. Lendária;
"Canto de Orfeo"  Espirito, 2001. A cantora canta (ou tenta) em português. Provavelmente a ideia era dar uma "abrasileirada" na música, porém o português parece de Portugal (meio errado) com sotaque francês (?). É uma gringa que canta e creio que é italiana. A "Gambafreaks Mix", de 2003, é a melhor versão desta faixa;
"Love Is The Music"  F.R. (Francesco Rossi) feat. Jenny B., 2002;
"Do U Wanna Dance"  The Bitch Hotel, 2002Já mencionei esta música no início. Mais uma que bombou por aqui e que me traz boas lembranças. Fantástica;
"Never Say You Love Me..."  Spagna, 2002;
"Run To You"  Rivaz feat. Stenie Rayno, 2005Faixa que ouvia no CD "Metronight Metropolitana 2005". Boa também;
"Elektro Pump"  Simioli vs. Rivaz, 2005;
"Mama"  House Feller feat. Christine Moore, 2006. Faixa do CD "Planeta DJ 2007";
"Broken Wings"  Rivaz feat. Ronin, 2006. Faixa dos CDs "Dance Total 2007", "Vibe 97 Vol. 8", "Pista Máxima 2007" (da rádio Metropolitana FM) e "Remix JP";
"Stop And Smell The Roses"  S-Sense, 2008;
"Who Da Fuck"  Schenetti vs. Rivaz feat. The HB Gang, 2009;
"Everybody Dance!"  Rivaz feat Laurent N, 2010;
"3G"  NS ConneXXion, 2012;
"Tell Me Twice (Ultra Music Festival Anthem)"  Rivaz & Benny Benassi feat. Heather Bright, 2013;
"#1 [Colors]"  Rivaz, 2013;
"Died In Your Arms Tonight" Nicola Schenetti & Rivaz, 2024

Pouca coisa, né?!. Brabíssimo!. Vemos alguns de seus remixes logo abaixo:

"Spaceship (Rivaz Remix)" Benny Benassi, 2010;
"The Rhythm Is Magic (Rivaz Remix)" Rudeejay & Freaks Jam feat. Jenny B., 2011;
"Boom Boom (Rivaz Remix)" Ray Foxx, 2013;
"I’m your Sacrifice (Rivaz Remix)" Ozark Henry, 2013;
"Wasted Love (Rivaz Remix)" Steve Angello, 2014;
"Let The Night (Rivaz Remix)" Dirty Vegas, 2014;

Dois excelentes e lendários produtores/DJs, que continuam trabalhando. Na imagem a seguir, vemos Stefano Gambarelli em 2024, e Davide Riva em 2022.


You drive me crazy, when you look at me, it′s so amazing, you′re just like a dream, you give me sunshine, on a rainy day, you make me lose sight, I've never felt this way. Love me, touch me till the end of time, baby, can′t you see?. C'mon, love me, kiss me till the end of time, only you and me, love me, touch me till the end of time, every night and day. C′mon, love me, kiss me till the end of time...
"Você me deixa louco, quando você olha para mim, é tão incrível, você é como um sonho, você me dá luz do sol, em um dia chuvoso, você me faz perder de vista, eu nunca me senti assim. Me ame, me toque até o fim dos tempos, querida, você não consegue ver?. Vamos lá, me ame, me beije até o fim dos tempos, só você e eu, me ame, me toque até o fim dos tempos, todas as noites e dias. Vamos lá, me ame, me beije até o fim dos tempos..." 

Grazie mille, Gambafreaks e Rivaz

 VILLAGE PEOPLE vs. DUB JAY - Y.M.C.A. (Itália - 2004): A décima segunda faixa é uma versão dançante de um grande clássico da música. Em 2004eu já conhecia a versão original e gostava dela; quando ouvi a versão dance, adorei!. "Y.M.C.A." foi lançada originalmente em 1978, pelo grupo americano Village People e se tornou um enorme hit em todo mundo. Foi escrito por Jacques Morali (produtor do grupo) e Victor Willis (vocalista e letrista do grupo). Y.M.C.A. significa "Young Men's Christian Association", que em português é "Associação Cristã de Moços", uma organização sem fins lucrativos que oferece atividades para jovens e adultos, que tem como objetivo promover saúde, educação, inclusão social, e fortalecer comunidades. 

As vozes originais do clássico disco foram mantidas na versão de 2004, que saiu pela Moremoney/Melodica Srl. A faixa foi produzida por Diego (Groff) Milesi e Natalino Longoni. Saiu com as versões "Extended""Radio Edit" e "House"A "Radio Edit" é a que está na compilação. A música é um italodance delicioso de ouvir. Os responsáveis por esta, até então, nova roupagem, não estragaram um clássico, como muitos DJs e produtores, infelizmente, costumam fazer. 

A música aparece em algumas compilações dance, como: "DJ Selection 10 - Dance Invasion Vol. 3" (Do It Yourself Entertainment Strategic Marketing - Itália, 2004), "Super Italia - Future Sounds Of Italo Dance Vol. 14" (High N-R-G / Universal - Áustria, 2004)"Selected Dance News Vol. 5" (Magika - Itália, 2004), "Dance Party Spring 2004" (Universal - Itália, 2004), "Disco Estrella Vol. 7" (Vale Music - Espanha, 2004), "Super Hits Dance - On The Beach 2004" (Billo Music - Itália, 2004) "CD Dance 68" (Jocks Music - Itália, 2004). Está também, além do "Planeta DJ 2004", nas nacionais "Só Se For Dance 12" (Rádio Cidade FM / Building Records) e "Pista Máxima 2004" (98.5 Metropolitana FM / Building Records). E também em um CD chamado "O Melhor das 7 Melhores - As 20 Mais", que tem uma mulher na capa. Ganhei este CD em 2004 e, provavelmente, trata-se de um piratinha. Mas é uma compilação muito boa; já a citei por aqui. 

A versão italodance de "Y.M.C.A." é considerada por muitos uma faixa rara, e eu concordo. Não há muitas informações sobre ela, e é difícil encontrá-la. Além disso, encontrar informações sobre Natalino Longoni, um dos envolvidos nesse trabalho, também não é fácil. Sabe-se que ele fez outros trabalhos na dance music e produziu singles de Eddy Wata. Abaixo, algumas faixas produzidas e escritas por ele: 
 
"We Gotta Do It" Deeper X, 2001;
"Gimme More" Fool Groovers feat. Eddie, 2001;
"The Night" Ikeya Zhang, 2002;
"Tell Me" Ikeya Zhang, 2002;
"Jam" Eddy Wata, 2003;
"Words" Dub-J, 2003;
"In Your Mind" Eddy Wata, 2004. Faixa da compilação que estamos relembrando hoje. Daqui a pouco, falarei sobre ela;
"La Bomba" Eddy Wata, 2005.

A mente por trás do projeto Dub Jay, que às vezes aparece como Dub-J, é Diego Groff. Quem é Diego Groff?. É o próprio Diego Milesi. Em breve, falarei um pouco sobre ele. Mas antes, vamos às outras faixas lançadas pelo projeto: 

"Con Il Nastro Rosa" Dub-J feat. David Too, 2002;
"Non L'hai Mica Capito" Vasco Rossi vs. Dub-J, 2003;
"Salta Medley With Non Ti Fermare"  Dub-J vs. DJ Francesco, 2003.

E Milesi?. O que se sabe sobre ele?. 

Diego (Groff) Milesi nasceu em 4 de abril de 1967 em Romano, perto de Bérgamo, na Itália. Desde criança, ele sabia que a música teria grande influência em sua vida. Ao tocar violão, começou a entrar no mundo musical, mas o vinil se tornaria sua paixão. 

Ele serviu no exército e, em 1987, começou a trabalhar com rádio. Sua carreira como DJ iniciou-se na Rádio Veronica, Key Music, Top Station 105.1 e Discoradio. Em 1994, graças ao DJ Boom Boom, envolveu-se com a equipe da rede de rádio RTL 102,5

Paralelamente ao rádio, dedicou-se à produção musical e começou a trabalhar na gravadora italiana Media Records, localizada em Brescia. Trabalhou como DJ nos melhores clubes italianos e, em 2001, abriu seu próprio estúdio de gravação.
O primeiro grande sucesso veio logo produzindo em vários projetos, como "Ikeya Zhang", "Dub J", "Maverick" e "Under 4". Ele remixou faixas do grande artista italiano Vasco Rossi e alcançou sucesso em todas as paradas europeias com Eddy Wata.

Na sequência, algumas músicas escritas e produzidas pelo italiano: 

"I Just Move Around" Manola, 1997;
"Happy Song" Party People, 1999;
"Give Love A Try" A.T. Sound, 2002;
"Bring Me To Life" Mixtery feat. E.W., 2003;
"Everybody" Wave Sound, 2003;
"Love Is..." Claudio Lancini, 2003;
"Life Is Like This" Easyplay, 2003;
"Live Is Life" E.V. Sound, 2003;
"Lies" Under 4, 2003;
"Life" Beatmakers, 2003;
"My Light" Midory, 2003;
"Larila Song" Origami, 2004;
"Feel The Rhythm" Maverick, 2004;
"Vodka Fisa" Lesi Ortestral, 2004;
"Lonely Star"  Maverick, 2004;
"Kiamami"  Angel 81, 2004;
"Shining For Love" 2 Small DJ's, 2005;
"I Love My People" Eddy Wata, 2005. A faixa saiu em 2005 pela EVO Records e, em 2008, pela Do It Yourself Entertainment. Nesse relançamento, a música alcançou o status de hit em diversos países. É, por exemplo, faixa do CD "Planeta DJ 2009"
"Shine On You Crazy" Under 4, 2005

Atualmente, Diego é compositor de música para cinema. Fundou uma equipe de pós-produção, chamada Movies Mania, com Maria Daniela Caruso, em 2018. A equipe oferece diversos serviços profissionais, como criação de trilhas sonoras, serviços de dublagem, legendagem e pós-produção de áudio e vídeo.


▶ MARKUS - SUPERLOVE (Itália - 2003): One love...Esta, meus amigos, é de fazer marejar os olhos. Uma das faixas mais bonitas que conheço e que mais ouvi nesta compilação. Sem dúvida, é mais uma bastante especial para mim. Escrever sobre ela, enquanto a ouço, faz-me engolir em seco. Ela me emociona, não somente por ter uma bela melodia, voz e letra, mas também por me trazer lembranças de um tempo bom que não volta mais. Um tempo que via tudo com certa "magia", talvez com um pouco de inocência também, afinal tinha 12 anos na época. 

Ouvi "Superlove" pela primeira vez, se bem me lembro, no "Planeta DJ" (o programa mesmo), e me apaixonei por ela instantaneamente. Pouco tempo depois, ganhei o CD e ela estava lá, para a minha alegria. Lembro-me do Banana fazendo uma de suas brincadeiras com a faixa. Quando o carismático e lendário locutor anunciava ou desanunciava "Superlove", eu ria à beça. Se não me falha a memória, Hamilton Vessi, o Banana, é torcedor do Palmeiras e, naquela época, o alviverde paulista contava com o goleiro Marcos, chamado de "São Marcos" pelos torcedores (estou rindo antes de concluir). 

O ex-atleta costumava fazer grandes defesas e os narradores esportivos se esgoelavam nesses momentos, fosse no rádio ou na TV. Nosso querido Banana, inspirado nesses profissionais, uniu o "útil ao agradável" e, quando tocava a décima terceira faixa da compilação em seu programa, soltava um "MAAAARRRKUUUS", numa clara referência ao goleiro e aos narradores que, a cada defesa, gritavam "MAAAARRRCOOOS". Isso ficou gravado em minha mente. Até hoje dou largas risadas e, sempre que ouço a música, lembro desse fato. E eu vou dizer uma coisa: o nome do "projeto" era para ser Markus mesmo. Daqui a pouco vocês entenderão o motivo. 

"Superlove" saiu pela Spy Rec/Time Records, em 2003. Sim, trata-se de mais uma belíssima produção "from Italy". Ah, esses italianos maravilhosos...sempre entregando obras-primas. A música foi escrita por Marco Alberto Bonoli, Aldo Valente e Roberto Guiotto; este último também contribuiu na produção, junto a Bonoli. Quando lançada, veio com duas versões, a "Extended Mix" e a "Radio Edit", além de "Stand By Me" e "La Marche De La Pantherè". A capa é bastante, hã, máscula, né!? haha. Enfim...E a voz, de quem é?. Chegarei lá. Primeiro...quem é Markus?. Este é um nome verdadeiro?. Não exatamente, mas também não fica muito longe disso. "Markus", na verdade, é um pseudônimo, um nome internacionalizado do produtor Marco Alberto Bonoli. Acompanhem e contem comigo, quantas vezes aparece o nome Marco por aqui, já incluindo o Bonoli. Seguimos. 

Pois bem, Bonoli começou a utilizar o nome Markus em 2000, quando lançou "Ce Soir" e "Lord Of Arabia". Seu single "Electronik", de 2001, obteve grande sucesso na Europa, principalmente na Itália e na Espanha. E attenzione!. Os vocais foram creditados para Marco Ferrero (mais um Marco para contar), mesmo nome que aparece no "special thanks" de "Superlove". Acredito que ele tenha feito os backing vocals, pois no refrão da última música citada (em "One love..."), percebe-se que a voz é parecida com a voz que está em "Electronik". 

Markus seguiu com "Robotronik", "Once Upon A Time" e "My Musik". "Superlove" foi, infelizmente, a última faixa lançada por ele. Não há informações concretas sobre Marco Bonoli, porém sabe-se que ele também escreveu "So Ready", de Loft 17, lançado em 2007, e "Nobody's Sayin", de Maal, lançado em 2008. A informação mais "recente" é de que Bonoli deixou a música e se tornou proprietário de um supermercado em Turim. Procurei me aprofundar na informação e encontrei o nome do estabelecimento: Supermercato Metà. Segundo minhas apurações, são dois ou mais supermercados. Um fechou as portas por razões desconhecidas, o outro permanece aberto, mas com novo nome: Supermercato PAM Local. Também está localizado em Turim. 

É um trabalho digno, e somente ele sabe a razão pela qual decidiu sair do mundo da música. No entanto, confesso que para mim é um pouco difícil "digerir" esse tipo de decisão, ainda mais quando a pessoa tem tanto talento. Acho um desperdício. Mas cada um sabe onde o calo aperta. Que Marco tenha sucesso e seja feliz à sua maneira. 

Valente, outro que ajudou a escrever "Superlove", também terá destaque por aqui.  

Aldo Valente, cujo nome verdadeiro é Cataldo, nasceu em 4 de julho de 1960, em Turim, e é um compositor, arranjador, autor, cantor, produtor e multi-instrumentista italiano. Aldo iniciou sua carreira musical muito jovem, colaborando com vários grupos e solistas como tecladista, arranjador, compositor e vocalista. Ele participou de inúmeras turnês e foi convidado para vários eventos, como "Festivalbar", "Bandiera Gialla", "Drive in", "Superflash", etc., bem como para prêmios de cinema e televisão, incluindo "Giardini Naxos""Montecatini Terme", "Boario Terme", entre outros. Desde 1985 é consultor musical de diversas agências de publicidade, produtoras e editoras, com as quais criou inúmeras trilhas sonoras para Italgas, Fiat, Martini, Indesit, Ferrero, Iveco, Oasis, Riso Gallo, etc.

Em 1986, abriu um estúdio de gravação, o Rial Studio, onde continuou a trabalhar na indústria fonográfica, mas especialmente na publicidade, como já citado. Dois anos depois, em 1988, recebeu a "Palma de Ouro" pela trilha sonora "Civiltà delle macchine" (Fiat), feita junto com Luigi Antinucci para a Quazar Film & Tv Company. Naqueles anos, Aldo alternava essa atividade com a de músico de estúdio de vários músicos italianos. 

Ele fez parte da equipe de músicos do estúdio G7 em Turim, como compositor, arranjador, cantor, criando diversas obras, tanto na área de gravação, quanto na área de publicidade. Ele teve o privilégio de trabalhar, ainda muito jovem, para alguns autores, atores e compositores que fizeram a história da televisão, do teatro e do cinema italianos. 
Ele mudou seu estúdio para casa e, até 1998, continuou trabalhando em diversas frentes musicais, colaborando também com alguns DJs, incluindo Gigi D'Agostino, para quem escreveu e arranjou seis músicas em seu álbum homônimo (o primeiro de Gigi, que rendeu disco de ouro); escreveu e produziu as canções "Gigi's Violin" "Fly". Valente também fez um remix para uma faixa do Fine Young Cannibals

Lançou o primeiro álbum do Anno Domini, coral gospel dirigido pelo seu amigo Aurelio Pitino. Valente criou, ao longo dos anos, diversas músicas para eles. O canal Rai contratou Aldo para criar a música tema e as músicas de "La Melevisione", um programa transmitido pela Rai 3 e Rai YoYo. Em 2003, ele também começou a escrever e compor músicas para o programa "L'Albero Azzurro" (Rai 2), para o qual trabalhou durante três edições. A parceria com o DJ e produtor Marco Bonoli (Markus) também começou nessa época. Graças a isso, temos "Superlove". 
Para a Rai Movie, ele criou a música tema do "Festival Internacional de Cinema de Roma". Foi jurado no "AC Voice Production" (2016 e 2017), "Beinasco's Got Talent" (2017/2018), "Torino Jam Contest", "Parco Dora Music Talent 2016", "Children's Festival 2014", "Festival Asti in Coro 2017", "Children's Festival 2015", "San Jorio Festival" (2014 e 2015) e "Junior Eurovision Song Contest 2018".

Compôs mais de 200 músicas, somente para programas infantis de TV. Agora, imaginem a quantidade de composições em geral!?. O cara sempre foi muito eclético como escritor e produtor, trabalhou com muita gente, em diversos gêneros musicais e gravadoras. Muita coisa mesmo. Aldo está com 65 anos e segue firme trabalhando. Tem uma empresa chamada Valente Audio. Seu filho Alessandro, trabalha com ele lá. 

O rapaz formou-se em Composição e Produção Musical com especialização individual na BIMM London e na West London University e trabalha como produtor musical, engenheiro de mixagem e masterização para artistas em Londres e na Itália; e até dá aulas de música em escolas de ensino fundamental. Ele é um artista e trabalha em suas próprias músicas paralelamente aos trabalhos de estúdio. Toca violão e baixo para diferentes bandas no palco e como músico de estúdio. Toca usando afinações alternativas e técnicas de fingerstyle percussivo. Pai e filho estiveram envolvidos, recentemente, na produção da trilha sonora original de uma série da Netflix Itália.  

Hora de destacar mais um cara envolvido na faixa "Superlove". 


Roberto Guiotto é um DJ, produtor e compositor de Jesolo, Vêneto, província de Veneza, Itália. O cara contribuiu para muitos projetos dance, como "Art Nouveau", "Blender", "Blue Connection", "The Creatures", "Anaiss", "DJ Chico Do Forte", "Flowers' Deejays", "Love Groove", "Coast 2 Coast", "Mistery" e "Sharada House Gang". Tem mais de 30 anos de carreira. Guiotto também ajudou a escrever a letra de "Superlove" e colaborou nos arranjos da música. 
Não é possível afirmar que o cara continua ativo no mundo da música e nem que ele deixou de trabalhar com isso. No entanto, atualmente, Roberto é CEO da SATEC Formazione, empresa italiana que oferece serviços de formação, segurança e higiene no trabalho, segurança e higiene alimentar, cursos de certificação de qualidade e segurança, e gestão energética para empresas e organismos públicos.  

Abaixo, algumas músicas escritas e produzidas por Roberto Guiotto: 

"Remember" — Mistiness, 1992;
"Trouble Jazz" Blender, 1993;
"It's Start Time" Mistery, 1993;
"Back The Feeling" Blender, 1993;
"Feel The Power"  Linda Ray feat. DJ Pierre, 1993;
"Sex" Spirits, 1993;
"Frederick" Art Nouveau, 1994. Excelente cover de Patti Smith. A versão original de Smith chama-se "Frederick", porém na versão do projeto italiano, por várias vezes, aparece como "Frederik", sem o "c". Pode ter ocorrido um erro de digitação, pois em outras impressões em vinil, o nome saiu corretamente ("Frederick"). Vocais poderosos de Laura Samek;
"Run Baby Run" Coast 2 Coast, 1994;
"Come On" Anaiss, 1994;
"Deliver Me" Martha E, 1994;
"We Used To Party" Bobby T., 1994;
"Back For Good" East Side Beat feat. Max, 1995. Cover de Take That, que faz parte da compilação "As 7 Melhores Volume 4" (1995);
"Take Your Time" Laura Samek, 1995;
"Call Me" The Creatures, 1995;
"All I Got" Diana, 1995;
"Party Time" The Housestatic, 1995;
"Baby, I'm Yours" 49ers, 1996;
"Body 2 Body" Mario Scalambrin feat. Reggie, 1996;
"Mad" C.T. Groove feat. Manu, 1996;
"Gin Tonic" Gigi D'Agostino, 1997;
"I Got It" 49ers, 1997;
"Gipsy Boy"  Sharada House Gang, 1997;
"Be My Baby" Cappella, 1997;
"Sexy Rhythm" Mario Più, 1998;
"Real Love" Sharada House Gang, 1998;
"Touch The Sky" Blue Connection, 1998;
"Love Affair" Anita K, 1998;
"All Together Now" Ta-Mar, 1999;
"You Got The Key" Zen, 1999.

Falta falar de mais um envolvido na bela "Superlove". E é o cantor. A suave e melódica voz que ouvimos na faixa é de...

Marco Martina (anotem mais um Marco aí!) nasceu em 23 de outubro de 1960, em Turim, na ItáliaMartina fez parte de uma banda de rock italiana, chamada Meat PuppetsEle era o vocalista. Mais um roqueiro que entrou para o mundo da dance music. A banda, da cidade natal de Marco, ficou ativa de 1977 a 1984. Ele entrou na Meat Puppets em 1982 e permaneceu até o fim da mesma. No ano de 1983, ele e seus companheiros alcançaram o 3.º lugar na parada de rádio francesa, com a música "It's Another Day", que faz parte do álbum "Gold" (1983). Foram incluídos a faixa homônima e "Look At Yourself", ambas de 1982, no álbum. 
Depois que a banda acabou, Marco iniciou uma carreira solo. Ele, então, mudou de estilo; saiu do rock e se aventurou no italodisco, que estava em grande evidência na época, principalmente na Itália. "Venture In My Heart" foi sua primeira faixa, lançada em 1986Ele ainda lançou "Fortune Teller" no ano seguinte, e "Ticket To Shanghai"em 1988Ainda em '88, saiu "Just An Illusion", um cover do sucesso de Imaginatio, de 1982A música também conta com samples de "Le Freak", da banda Chic, de 1978Em 1990, lançou "I Want You", sob o nome de Mark MontanaEm 2003, colaborou com o produtor Marco Bonoli e gravou a lindíssima "Superlove". Seu nome foi "creditado" na parte "agradecimentos" no vinil/CD-Single. Escreveu e esteve envolvido nas seguintes produções: 

"Andromeda" Flashsystem, 1989. Música produzida por Marco Martina e Franco Diaferia. Os dois escreveram a letra com...Aldo Valente. Sim, o mesmo que também escreveu "Superlove";
"Day By Day" Max, 1989;
"Hey Mr. D.J." L.A.N.D.R.O. & Co., 1989. Música escrita por Marco Martina, Franco Diaferia e Fabrizio Rizzolo (é ele mesmo, Brian Ice, do sucesso "Talking To The Night"). Produzida por Pippo Landro;
"Wonderful City" Marika, 1989;
"Open Your Heart" Jessica, 1989;
"Music Is Music" Marika, 1989;
"L'Amour" Flashsystem, 1989;
"Tell Me The Way"  The Sensitives, 1995.
 
Marco Martina tem 64 anos e ainda reside em Turim. Em 2019, começou a gravar com o produtor Libero Bovolenta. Fizeram algumas músicas, principalmente covers de sucessos, muitos dos anos 80. As canções foram compartilhadas nas redes sociais de Marco e Libero.

"Happy Children" — cover do clássico de P. Lion (1983);
"Carrie" — cover de Europe (1986).

O nome de Marco Martina foi descoberto pelo sempre competente Rikardo Rocha. Ele fez uma publicação sobre Markus em 2019, que vocês podem conferir clicando aqui. Obrigada, Rikardo, por mais esta descoberta. 

Sempre gostei da letra de "Superlove" e lembro quando a vi pela primeira vez na internet. Lembro de vê-la escrita de uma forma, mas com o passar dos anos, percebi que houve alterações. De cabeça, recordo de algumas pontuais. Por exemplo, "Kissing your lips, whisper of love", mudando para "Kissing your lips, whispering love". A segunda forma parece ser a mais correta. No refrão, tenho a sensação de que ele canta: "One love and is living in my mind", diferente de "One love, is still in my mind". Claramente, para mim, ele coloca um "and" e uma palavra terminando em "ing" antes de "in my mind". Tenho minhas dúvidas também em "I let you go, can't stop, you fill my heart again". A pronúncia do "can't stop" não me parece clara. Talvez ele tenha cantado rápido demais, mas não sei. Para mim, há erros nesta letra disponibilizada na internet. De qualquer forma, é linda. 

One love   -   Um amor
And is living in my mind   -   E está vivendo em minha mente
One love   -   Um amor
And is burning inside   -   E está queimando por dentro
One love   -   Um amor
I believe in love     Eu acredito no amor
Loving you   -   Amando você
Loving you   -   Amando você

One love   -   Um amor
One love   -   Um amor
I believe in love     Eu acredito no amor

Why?   -   Por quê?
I don't know why     Eu não sei porquê
I let you go     Eu deixei você ir
I let you take the morning train    Eu deixei você pegar o trem da manhã
Leave me alone     Me deixe em paz
With my broken heart   -   Com meu coração partido
Tell me why     Me diga por quê

I don't know why   -   Eu não sei porquê
I let you go   -   Eu deixei você ir
Can't stop   -   Não consigo parar
You fill my heart again   -   Você preenche meu coração novamente
Kissing your lips   -   Beijando seus lábios
Whispering love   -   Sussurrando amor
I love you   -   Eu te amo

One love   -   Um amor
And is living in my mind E está vivendo em minha mente
One love   -   Um amor
And is burning inside   -  E está queimando por dentro
One love   -   Um amor
I believe in love   -   Eu acredito no amor
Loving you   -  Amando você
Loving you  Amando você (2x)

Loving you  -  Amando você
Why?   -  Por quê?
I don't you know why   -   Eu não sei porquê
After so long   -   Depois de tanto tempo
And you're so far away from me   -   E você está tão longe de mim
And all around   -   E ao redor
There's only dark   -   Só há escuridão
Where are you?   -   Onde você está?

After so long   -   Depois de tanto tempo
Feel deep inside   -   Sinto profundamente
Ohh stay together   -   Ohh, fique junto
Was so good   -   Foi tão bom
Oh baby c'mon   -   Oh, querida, vamos lá
I just wanna say   -   Eu só quero dizer
I love you   -   Eu te amo

One love   -   Um amor
And is living in my mind  -  E está vivendo em minha mente
One love   -   Um amor
And is burning inside  -  E está queimando por dentro
One love   -   Um amor
I believe in love  -   Eu acredito no amor
Loving you   -  Amando você
Loving you  -  Amando você (2x)

One love   -  Um amor
One love   -  Um amor

Contaram os Marco's?. Foram três: o produtor Marco Antonio Bonoli, o responsável pelos backing vocals, Marco Ferrero, e o cantor Marco Martina. Incrível!. 
Abaixo, vemos três dos envolvidos em "Superlove", atualmente. Marco Martina em 2023, Roberto Guiotto em 2022 e Aldo Valente em 2025


Meus sinceros agradecimentos a todos estes talentosos músicos, por criarem obras-primas da dance music, especialmente "Superlove". Grazie mille, Bonoli, Guiotto, Valente, Ferrero e Martina

▶ MAGNOLIA - IT'S ALL VAIN (Itália - 2004): Eu sempre pulava esta faixa. O motivo?. Posso dizer que não era muito interessante para mim, nem tão atrativa, e não me chamou atenção. Anos depois, conheci a versão original, que é bem diferente desta do CD. Passei a apreciar esta versão (da compilação)Com todo o respeito, a original é, na minha opinião, medonha. Desculpe quem gosta, mas eu não. A versão escolhida para ser a antepenúltima faixa do CD 2 do "Planeta DJ 2004" parece uma obra-prima perto da outra. Como disse, passei a pensar assim após ouvir aquilo. Surpreende-me muito (negativamente, infelizmente), pois é uma produção italiana, e os italianos são conhecidos por fazerem excelentes trabalhos. 

"It's All Vain" saiu pela Motivo Productions, em 2004. Foi escrita por Nick Ferrando e Simona Barbieri McKenzie. Nick foi o produtor e Simona fez os vocais. A faixa foi lançada com as seguintes versões: "Original Radio Edit""Innervisions Radio Edit""Original Mix", "Innervisions Mix", "Steve Angello Remix""Innervisions Overload Mix", "Sticky's Refix""Ian Knowles Remix" e "Dogzilla's Atomic Acid Remix".
A versão que se encontra na compilação é a "Innervisions Radio Edit". Ainda bem, pois é uma versão muuuuito melhor (junto à "Innervisions Mix", que é mais longa). Então, foi produzido um videoclipe e a escolhida...bom, foi a "Original Radio Edit". Aquela. Jesus!. Para variar, a verdadeira cantora não aparece no vídeo. Uma mulher chamada Kate Eloise Whitfield dubla Simona nele. Ele está no DVD "Planet Pop Vol. 9". Bem, como de costume, é hora de conhecermos um pouco os envolvidos na música. Começando pelo produtor e compositor de "It's All Vain". 

Nicola "Nick" Ferrando (sempre me confundo e penso ser "Fernando") nasceu em 2 de agosto de 1981. Há a informação de que ele foi radicado na Itália. Em suas redes sociais, consta Bréscia como sua cidade natal e local de residência. É filho de mãe americana e pai italiano. É produtor e compositor de dance music. Já trabalhou com vários produtores, mas se destaca ainda mais pela parceria com Rossano Prini.

Sim, ele mesmo: DJ Ross. Em 1997, Nick ingressou na lendária gravadora Time Records, onde realizou uma quantidade significativa de trabalhos como produtor musical. 
Os dois, Ferrando e Prini, compuseram e produziram muitas músicas juntos. Um exemplo?. "I Wanna Mmm..."
, do The Lawyer, que fez bastante sucesso na Europa (não sei como). 

É pura poesia...só que não!. Desculpem-me a sinceridade, mas é uma música danada de chata. Eu não me conformo haha. Perdão, Nick e Rossano. Atualmente, Nick Ferrando é diretor geral na Wondermark, que é uma empresa italiana que vende e promove músicas, filmes e livros por meio de uma rede de mais de 400 lojas e canais digitais em mais de 100 países. E também é presidente da Fondazione Alessio Beltrami. O cara produziu, escreveu e remixou músicas legais também, como as que estão abaixo: 

"Ring My Bell" Star System, 1997;
"All I Need" Virtual Girl, 1997. Música boa. Você não dá nada para ela no início, parece que vai sair algo lento, mas ela surpreende muito positivamente e, quando você menos espera, está balançando o esqueleto;
"Give It Up" Cheryl Porter, 1998;
"Give It To Me" Starfish feat. Michael Procter, 1999;
"Prepare Yourself" E. Magic feat. Nancy, 1999;
"Stop" E-Magic feat. Nancy, 1999;
"I Love To Dance" Datura feat. Ben, 1999;
"We're Going To Ibiza! (Beach Extended Mix)" Vengaboys, 1999Remix de Nick Ferrando e Rossano Prini, para o sucesso do Vengaboys;
"Go!"  E.Magic feat. Nancy, 2000;
"Sweet Love (Nick'O'Ross Rmx)" Horizon feat. Debora Kool, 2001Lindo remix de Nick e Ross. É simplesmente belíssima, fantástica. Fizeram um excelente trabalho aqui. Música para ouvir mil vezes e repetir mais mil vezes;
"Shhh"  Innervisions, 2003;
"Never Been Kissed" Volta, 2005;
"Half A World" Volta, 2005.

E a cantora?. Vamos conhecê-la um pouco. 

Simona Barbieri Mckenzie é uma cantoracompositora, diretora de arte, produtora e musicoterapeuta ítalo-escocesa. De ascendência escocesa, ela canta e compõe canções com influências do folk celta desde os onze anos de idade. O trabalho de seu pai obrigou sua família a se mudar constantemente para diferentes países estrangeiros. Um enriquecimento constante que a levou a falar quatro línguas estrangeiras: inglês, espanhol, francês e norueguês.

Sua pesquisa musical a levou a Oslo, Noruega, onde colaborou com artistas locais, estudou na universidade e compôs canções inspiradas pela aurora boreal. Ela trabalhou com produtores e estúdios de gravação para a realização de jingles publicitários e músicas pop/dance/trance para o mercado externo. 
Também trabalha como topliner (compositor musical que se concentra principalmente em escrever a melodia vocal e, na maioria dos casos, a letra de uma obra musical) para produtores, gravadoras e DJs de pop, trance, dubstep, folk e hip hop, além de trilhas sonoras para filmes, teatro, comerciais de TV, jingles para rádio e muito mais. Tem seu projeto solo em estúdio, mas também gosta de tocar ao vivo no palco. Já trabalhou para a Universal Music Itália, Armada, Spinnin' Records e Ministry Of Sound. Simona vive com seus gatos, na Itália. Algumas de suas colaborações e faixas solo: 

"It's How You Live (Our Life Is Gonna Change)" 2008. Bela música, que foi usada no comercial da Divani&Divani (empresa italiana na indústria de móveis que produz cadeiras, sofás, mesas e acessórios). Poderia ser trilha sonora de um personagem de novela ou filme, sem dúvida. Lindíssima; 
"Light To Lies" Fabio XB & Andrea Mazza, 2009;
"Close To The Stars" Fabio XB feat. Yves De Lacroix, 2010;
"Flash Of Life" Fabio XB feat. Simona Barbieri, 2011;
"Universe Of Love" Fabio XB feat. Yves De Lacroix, 2011;
"Escape" 2013. Trabalho solo da artista. Faixa do álbum "Ridatemi le nuvole";
"You R" 2013;
"Sirio"  Lele Troniq feat. Simona Barbieri, 2013;
"We Believe" Retrohandz feat. Simona Barbieri, 2013;
"Say Why" Headless feat. Simona Barbieri McKenzie, 2015;
"Premonition" 2019. Trabalho solo. Faixa do álbum "Nelipot";

Na imagem abaixo, Nicola "Nick" Ferrando em 2023 e Simona Barbieri McKenzie em 2021


You fall and I rise, just a little wonder, you and I, you and I, it's all so vain. I fall and you rise, just a little wonder, you and I, you and I, feel so vain. I fall and I rise, with a little wonder, you and I, you and I, crawling to still survive, you fall and you rise, with a little wonder, you and I, you and I, no need to say goodbye...
"Você cai e eu me levanto, só uma pequena maravilha, você e eu, você e eu, é tudo tão vão. Eu caio e você se levanta, só uma pequena maravilha, você e eu, você e eu, nos sentimos tão vaidosos. Eu caio e me levanto, com um pouco de admiração, você e eu, você e eu, rastejando para sobreviver, você cai e se levanta, com um pouco de admiração, você e eu, você e eu, não precisamos dizer adeus..."

 EDDY WATA - IN YOUR MIND (Itália - 2004): Ooh mamma mia!. Chegamos na penúltima faixa. E trata-se de mais uma que vem da linda Itália. Esta era bastante reproduzida. Sempre a ouvia. É um potente italodance misturado com uns elementos de reggae. Cada vez que apertava o play, os alto-falantes do meu rádio vibravam. E, como na faixa anterior, a melhor versão está na compilação da Jovem Pan. Não que a original seja ruim. Não é. Até que é legalzinha. No entanto, a do CD é, na minha opinião, muito melhor. É "pancada" da boa. Logo chegarei nas versões. 

"In Your Mind" é uma faixa do "Mr. Selecta", Eddy Wata, que foi lançada em 2004 pela Moremoney/Melodica Srl. Foi escrita e produzida por Diego (Groff) Milesi e Natalino Longoni. Estão lembrados destes nomes?. Voltem três casas. Ou melhor, voltem três faixas. Eles apareceram na faixa 12: "Village People vs. Dub Jay - Y.M.C.A.". Os mesmos caras, o mesmo selo/gravadora e o mesmo ano. Ainda mencionei o Wata, na ocasião. Eles estão de volta!. Agora, vamos passar pelas versões. 
A música saiu com as seguintes versões: "Radio Edit""Extended Mix" , "Techno-Fast Mix", "Roberto Molinaro Club Concept", "Raggae Original Mix", "Roberto Molinaro FM Concept, além de "Stop That Train". A poderosa que está no CD, é a "Roberto Molinaro FM Concept"Grazie, Molinaro!. Volto a repetir, é a melhor versão...de todas!. Excelente trabalho. Foi gravado um vídeo para "In Your Mind" e, obviamente, foi utilizada a "Radio Edit" nele. O detalhe interessante a ser destacado é que Diego (Groff) Milesi, o produtor, faz uma participação no vídeo. Sim, ele aparece lá, com suas madeixas longas e cacheadas haha. Bacana. Bom, bora conhecer um pouco mais do "Mr. Selecta"?. Sigam-me e vamos nessa!. 

Kingsley Omoruyi, mais conhecido como Eddy Wata, é um cantor nigeriano de dance music. É filho de mãe nigeriana e pai jamaicano. Nasceu em 3 de março de 1976, na cidade de Benin, estado de Edo, Nigéria, e começou a tocar teclado a pilhas e bateria, ainda muito jovem. Ele ouvia artistas jamaicanos, o que contribuiu para sua paixão pelo reggaeEle compunha suas músicas de acordo com as influências de sua terra. Com 18 anos de idade, decidiu morar na Jamaica e ficou por lá durante 4 anos. Lá, conheceu vários artistas. Voltou à Nigéria com a ideia de criar um novo grupo de reggae para continuar sua carreira. Após muitas aparições na mídia com seu grupo, Eddy fez uma turnê pela Europa, em 2001, onde conheceu seus novos produtores, Natalino Longoni e Diego (Groff) Milesi. 
Após um dos shows, seus produtores o levaram à Itália. Lá, conheceu muitos DJs e produtores que o fizeram tomar a decisão de alterar seu estilo de produção musical para a dance music. Ainda bem, não é mesmo!?. Em 2001, saiu "Gimme More", do projeto Fool Groovers, uma produção de Milesi e Longoni. Nos vocais, um tal de "Eddie". E sim, trata-se dele mesmo: Eddy Wata. No ano seguinte, saiu "Flex", do projeto United Groovers, outra com produção dos dois e vocais de Wata. O boom de Eddy e seus produtores veio no ano de 2003, quando foi lançada a música “Jam”, aí sim utilizando o nome Eddy Wata. Com um ritmo fixo e agradável, ele mostrou todo o seu potencial musical para o mundo inteiro. A faixa alcançou boas posições nos Tops do mundo todo, e o single teve milhares de vendas. Com o sucesso, ele se tornou muito famoso. 

Ainda no mesmo ano, o projeto Mixtery lançou "Bring Me To Life", um cover de Evanescence, e "Space", com participação dele. Seu nome apareceu abreviado: "feat. E.W.". Como bem vimos, ele lançou "In Your Mind" em 2004 e, no mesmo ano, colaborou com outro grande nome da dance music: Gabry Ponte. "A Silvia" entrou no álbum de Gabry, "Dr. Jekyll And Mr. DJ" e também se tornou um sucesso. O ano seguinte também trouxe a Eddy, outro êxito: a faixa “La Bomba”. A canção faz parte, por exemplo, da compilação "Na Balada Vol.10", da Jovem Pan. 

A faixa "I Love My People" foi gravada no Evolution Studio, em Bréscia, e saiu em julho de 2005, pela EVO Records. Ela foi licenciada para a Do It Yourself Entertainment, em 2008 e...vou chegar lá. "Wamba Jambalaa" (do mesmo EP de "I Love My People), e "What A Boy" (de 2006 e faixa da compilação "Metro Night 2007"), também foram lançadas. Após uma breve pausa após seu sucesso instantâneo como o "Rei do ragga dance", Eddy voltou no verão de 2008, com "I Love My People". 
Lembram o que disse há pouco, sobre a música ter sido licenciada?. Foi o que aconteceu. O resultado?. Mais um grande sucesso. A faixa foi lançada (pela Do It Yourself Entertainment) em 16 países e se tornou sucesso na França, Espanha, Canadá, Brasil, Polônia, Romênia, Rússia, Bulgária, Turquia, Grécia, Finlândia e Israel e, a partir daí, ele foi convidado para se apresentar em várias partes do mundo. Aqui no Brasil, a música saiu, por exemplo, nas compilações "Planeta DJ 2009" e "SuperPop Vol.2", da Luciana Gimenez

Durante o outono/inverno de 2008, Eddy gravou várias faixas, o suficiente para compilar um álbum e, após uma reunião entre a gerência e sua gravadora, decidiu-se lançar "The Light" como sucessora de "I Love My People". "My Dream" foi lançada a tempo para o verão de 2009 e foi licenciada para Romênia, Bulgária, Turquia, Polônia, Israel, Rússia, Finlândia, Brasil, Espanha, Ucrânia, Grécia e África do Sul, Alemanha, Áustria e Austrália. Graças ao bom momento, o cantor fez apresentações em clubes e promoções na Romênia, Espanha, França, Grécia, Bulgária, Polônia, Albânia, Israel e Turquia. Além de uma extensa turnê em clubes durante o verão de 2009, ele se apresentou no festival "Hity Na Csazie", na Polônia, e sua apresentação no programa o lançou ao estrelato por lá, bem como na maioria dos países do Leste Europeu. Em 2010, saiu "I Like The Way". Em poucos dias, a resposta ao single foi unânime e a música foi licenciada nos seguintes territórios: Polônia, África do Sul, Ucrânia, Grécia, Israel, Turquia, Bulgária, República Tcheca e Eslováquia, Espanha, Benelux, Escandinávia, Finlândia, Rússia, Austrália e Nova Zelândia, Brasil, Tailândia, Coreia, Cingapura, Taiwan, Indonésia, Filipinas, Portugal e Romênia.

Lembro quando ela foi lançada. Quando a ouvi pela primeira vez, gostei, na segunda, gostei bastante e, na terceira, viciei haha. É muito boa. Naquele momento, se tornou o maior sucesso de Eddy, chegando ao Top 10 em 20 países"I Wanna Dance" foi lançada e ele gravou um videoclipe para a música. Ao mesmo tempo, decidiu gravar também um para "I Like The Way", já que não havia um para ela. Em 2010/2011, Wata esteve constantemente na estrada, com mais de 100 shows realizados na Romênia, Israel, Líbano, Eslováquia, Rússia, Azerbaijão, Turquia, Chipre, Noruega, Polônia, Albânia, Espanha, Bulgária e Grécia. No verão de 2011, por motivos artísticos e falta de criatividade, Wata se separou de seu produtor e gravou algumas músicas novas com Agostino Carollo. Eu já falei sobre ele por aqui. Monday night, to the club... Ele mesmo: Spankox. A então nova colaboração rendeu o single "Señorita", que se tornou o single de Eddy com o maior número de países "a bordo": mais de 40. O single original foi lançado em outubro de 2011 e licenciado para Israel, Polônia, Escandinávia, Finlândia, Espanha, Canadá, Brasil, Coreia do Sul, Tailândia, Cingapura/Malásia, Rússia, República Tcheca, Eslováquia, Grécia, Chipre, Índia, Sri Lanka, Turquia, Colômbia, Venezuela, Peru, Equador, Arábia e Oriente Médio, Hungria, França e Romênia. 

Em janeiro de 2012, o single ganhou um pacote de remixes, incluindo remixes da Itália, Canadá, Israel, Egito e Romênia. O cantor fez turnês constantes, mas devido ao longo prazo para lançar um single novo, decidiu, novamente, trocar de produtor. A nova estratégia foi trabalhar com produtores diferentes em faixas diferentes para ter mais sucesso. Fabio Cozzi, um outro produtor, levou apenas alguns dias para entregar "Superstar", que foi lançado na Itália em outubro de 2012, enquanto a maioria dos outros países o lançou no início de 2013. A faixa foi foi licenciada para França, Escandinávia e Finlândia, Polônia, Hungria, República Tcheca e Eslováquia, Bulgária, Turquia, Grécia, Chipre, Israel, Arábia/Oriente Médio, Coreia do Sul, Tailândia, Índia, Espanha, Canadá, Cingapura/Malásia, Rússia e Colômbia. 
Além de "My Season", single de Dor Dekel & Itay Kalderon, que contou com a participação de Wata, foram gravadas pelo menos 10 faixas, mas apenas 5 foram escolhidas para completar o álbum "My Dream", lançado na Itália em julho de 2013. Ainda em 2012, foi lançado o álbum "Jam Collection", trazendo seus grandes sucessos, incluindo "In Your Mind". 
O cantor promoveu constantemente seu então novo álbum, fez turnês e escreveu músicas para outros artistas. O single "I Wa Le Wa" foi lançado e recebeu um vídeo. Nele, vemos o "Mr. Selecta" durante a gravação do álbum. Foi filmado pelo produtor Fabio Cozzi, que pensou em transformar as imagens em um vídeo para promover o single. Em março de 2015, saiu "Shake Your Bom Bom". Já em 2017, veio "Africa". A agradável "Summer Of Love", produzida por Spankox, foi lançada em 2018. "Party With Me", em parceria com o turco Can Demir, veio em 2019

Eddy Wata segue em atividade. Abaixo, uma foto do cantor no evento Energy 2000 Przytkowice, na Polônia, em maio de 2025

I can give you my mind, is it love I have find?. Next my feeling, really gets high. In your mind, is it love I have find?. Next you really, raising my life...
"Eu posso te dar minha mente, é amor que eu encontrei?. Logo meu sentimento, realmente sobe. Na sua mente, é amor que eu encontrei?. Logo você realmente está elevando minha vida..." 

Grazie, Wata, Milesi e Longoni

▶ N-GELS feat. ESTELLE DESANGES – SEX MACHINE (França - 2003): Chegamos, finalmente, à última faixa. O que posso dizer sobre ela?. Ela é, hum...quente (estou usando um termo sutil). Não a ouvia com muita frequência, mas sabia que tinha um ritmo legalzinho. O som lembra as produções do italiano Benny Benassi. No entanto, não se trata de uma faixa da Itália (não desta vez). 

Em 2004, não costumava utilizar fones de ouvido para ouvir música. Até os tinha, porém, eram pouco usados. Por esta razão, eu tinha dificuldades ao ouvir a décima sexta faixa. Explico. Muitas vezes, colocava o CD para tocar enquanto fazia tarefas escolares ou/e fazia faxina em casa. E, quando chegava nesta música, eu ficava constrangida, disfarçava e tirava o CD para colocar outro, ou voltava o mesmo no começo. Por favor, como deixar os gemidos da mulher, em alto e bom som, para os vizinhos ouvirem!?. Eu tinha 12 anos, mas sabia o significado daquilo. A vergonha que sentia...Pai amado!. 😅 

"Sex Machine" foi lançada pelo projeto francês N-Gels e saiu pela Hypetraxx Records, extinta gravadora independente francesa de electro e dance, em 2003. Foi escrita por Sébastien Santovito e Yohann Verrecchia. Os vocais eró...cof cof, digo, sensuais, são de Estelle Desanges. A faixa saiu com as versões: "Radio Edit""Short Mix""Joy Mix""Orgasm Mix" e "No Voice Mix". A versão creditada no CD 2 é a "Orgasm Mix", mas isso não está correto. Além de a versão ser diferente, ela ainda é longa: 06:17. A que ouvimos na compilação, tem uma duração de 03:34, e vocês sabem qual versão tem este tempo?. A "Radio Edit", que é exatamente a mesma do CD 2. Mais um erro no encarte. 
Além de "Sex Machine", o projeto lançou "On Fire", que também conta com a voz de Estelle. A faixa foi lançada em 2005 e foi a segunda e última faixa lançada por eles. N-Gels nasceu do encontro entre três artistas, sendo dois produtores e músicos já mencionados: Sébastien Santovito (também conhecido como DJ Fou), Yohann Verrecchia (também conhecido como Yo e Henry Petter) e a personalidade da TV francesa Estelle Desanges. Em 2004, Erick Dere, também conhecido como DJ Erick, juntou-se ao projeto como DJ oficial da turnê; ele fez shows com Estelle em discotecas, usando o nome N-Gels.

A faixa da compilação da Jovem Pan ganhou um videoclipe e, como não poderia ser diferente, é sensualíssimo. Desanges aparece sensualizando em uma barra de pole dance, com muito cabelos ao vento, flashes, mãozinha lá nas partes baixas e lambida...na barra de pole dance!. Em 2006, ganhei um DVD com 92 videoclipes e, entre eles, o vídeo de "Sex Machine". No vídeo, tinha até a logo do canal francês M6 (Music Club). Quando assistia o DVD e tinha alguém na sala comigo, tratava logo de pular o vídeo. Se ouvir a música alta, com todos aqueles gemidos, já era um problema, imagine ver o clipe!?. Eu era uma tímida donzela. 😄 Abaixo, a "máquina do sécsu", Estelle Desanges, nos bastidores do videoclipe. 

Agora, vamos conhecer um pouco de cada um. Começando pelo "DJ Maluco"

Sébastien Raffaele Santovito nasceu em 2 de setembro de 1972, em Creusot, na região administrativa de Borgonha-Franco-Condado, no departamento de Saône et Loire, França. Seu pai o apresentou à música quando ele era muito jovem. Rapidamente, começou a lidar com isso. Assumiu o apelido de DJ Fou em 1988Fou é uma palavra francesa, que significa maluco, louco, doido, em português. Vocês logo entenderão a razão do nome. Ele residiu em clubes por 10 anos, particularmente no sudoeste da França, onde foi notado pelo apresentador do campeonato francês de DJs de 1997, Jean-Marc Bayard. Em 1998, lançou "Je Mets Le Waï", pelo selo Podis, da PolyGram. Em julho de 1999, a música foi licenciada para a Universal, que assinou com o DJ e lhe ofereceu um álbum. A música recebeu um remix dos alemães do 666, vendeu quase 100.000 cópias, permaneceu no Top 50 por mais de 20 semanas e é tocada em casas noturnas francesas até hoje. Jean-Marc Bayard se tornou seu produtor e empresário.

Por que "DJ Maluco"?. Porque seus shows são únicos: ele mixa, mistura gêneros, mistura estilos, faz malabarismos entre seus decks, seu microfone, sua percussão e suas trocas de figurino. O cara dá tudo de si pelo seu público. DJ Fou recebeu vários prêmios. Em 1999, veio o "Troféu de Ouro" (Trophée D’or) para o artista mais programado em clubes. Em 2000, o "DJ de Ouro" para melhor criação musical e, em 2003, o "DJ Platinum", pelo brilho de toda sua carreira. “Donne-Moi Le Tempo” foi o segundo single a ser lançado, acompanhado de “Nyctalopie”, seu álbum conceitual. Ainda lançou "Arrête De Te La Jouer", que faz parte do mesmo álbum, e "Fait Peté", em 2003

Durante vários sets, galas e encontros de DJs, ele conheceu o DJ e cantor Soma Riba (Claude José Somarriba). Entre os dois DJs, em extremos opostos, mas em harmonia na paixão e no profissionalismo, nasceu uma amizade. Quando Soma Riba começou seu álbum, faltava-lhe um toque de loucura artística. Foi aí que começou a aventura com DJ Fou. DJ Fou esteve envolvido no projeto e coescreveu uma faixa do álbum: "Soma Zouk"No Studio Condorcet, em Toulouse, ele gravou suas performances de ragga na faixa "Yaka Dansé", para energizar este primeiro single. Eles ainda lançaram "Femme Libérée", "Les Démons De Minuit" e "Vacances J'oublie Tout"
Em 2009, a França descobriu um novo grupo, Collectif Métissé, e o público dançou durante todo o verão ao som do single intitulado "Laisse-Toi Aller Bébé". Desde então, os sucessos se sucederam, de "Debout Pour Danser" ao megahit "Laisse Tomber Tes Problèmes", em 2011. Os sucessos se acumularam ano após ano, ganharam 3 discos de ouro e fizeram mais de 1.000 shows. DJ Fou ficou no grupo por três anos. Ele segue trabalhando e vive atualmente em Montauban, capital do departamento de Tarn-et-Garonne, na região de Occitânia, sudoeste da França. 

Não há grandes informações sobre Yohann François Verrecchia, somente é de conhecimento geral que ele utilizava os nomes Yo e Henry Petter. Esteve envolvido nos seguintes trabalhos: "Music In Me", de Yoko; "Léïli" (Lembram desta?. Tocou muito no Brasil em 2005. Produção de Sébastien Santovito, o DJ Fou), de Mokka, "Face 2 Face (This Is The Way It Has To Be)", do DJ Erick (Dere)"Here We Go", de Fernando Spiaggia

O DJ e produtor parisiense Erick Dere começou nas rádios locais da capital em 1985 (Voltage, Radio Show, Electric FM...) antes de despontar em 1987, nos toca-discos de casas noturnas, primeiro em Paris e depois no sul dos Pirenéus, como no Villa Garden em Toulouse, no Roll's em Castres e na Ferme de Riquet, de 1996 a 2001
Há mais de 30 anos, Erick percorre as casas noturnas e sua paixão pela música lhe permitiu ter encontros enriquecedores, como em 2004, quando se juntou ao projeto N-Gels com Estelle Desanges, e também com os produtores DJ Fou e Yo (Yohann François Verrecchia). Ele produziu seus próprios maxis, como o já mencionado "Face 2 Face", pelo selo Hypetraxx"He's My Man". Lançou também "Keep On Movin And Groovin" e fez o remix de "Stomp", de Brothers Johnson/Yane Solöne. Em 2014, lançou "Without You", com MagooErick Dere é solteiro, continua em atividade e atualmente reside em Cap D'Agde, na região de Languedoc-Roussillon.

Estelle Desanges, cujo nome verdadeiro seria Stéphanie Bucher, nasceu em 8 de março de 1977, em Château-Gontier, Mayenne (hoje Château-Gontier-sur-Mayenne), França. Ela é...attention!...uma ex-atriz pornô, apresentadora e personalidade de TV. Sim, meus caros. Uma atriz pornô se aventurou e gravou dance. Ah, essa nossa dance music inclusiva, louca e (quase) surpreendente...

Ela começou como stripper antes dos filmes adultos. Seus shows em clubes e casas noturnas eram feitos ao som de Jocelyn Brown e trance/progressive techno. A moça tinha um bom gosto musical, afinal. Durante a década de 2000, ela foi uma das atrizes pornô mais populares da França. Começou a trabalhar em filmes adultos em 1999, principalmente em filmes produzidos por Fred Coppula. Em 2001, Desanges começou a trabalhar com a VCV Communication e, naquele ano, ganhou o prêmio "Hot d'Or" de Melhor Atriz Coadjuvante Europeia

Em 2002, saiu uma compilação chamada "French Kiss - La Sélection Érotique d'Estelle Desanges", com músicas escolhidas por ela e com a mesma na capa. No ano seguinte, saiu "French Kiss Volume 2 - La Sélection Glamour d'Estelle Desanges". Na época, ela falou sobre isso, em uma entrevista:
"A ​​coletânea 'French Kiss' é um sucesso. Estou orgulhosa disso. Esta compilação foi oferecida a mim pela empresa E-FrenchSound. Quando me pediram para fazer uma seleção musical, gostei imediatamente. Gosto de adoração e pelo menos foi uma mudança em relação a outros projetos em que queriam que eu cantasse, mesmo não sabendo cantar."
Esta declaração foi dada em 2002, ou seja, dois anos antes de Estelle gravar "Sex Machine", mostrando que envolvidos na música, possivelmente, já estavam procurando por ela para gravar alguma faixa. E, no fim das contas, mesmo não sabendo cantar, ela acabou aceitando ir para um estúdio de produção musical. 

Em 2004, ela se afastou gradualmente dos sets de filmagem para se dedicar aos shows em casas noturnas e às webcams em seu site, e começou a trabalhar em marketing para a V. Communications, seguida por ser apresentadora do HNN, o site de notícias online da revista Hot Vidéo
Estelle também fez aparições ocasionais em filmes pornôs softcore (não explícito). No início de 2010, ela encerrou esta atividade para se dedicar à vida familiar. Não é de conhecimento o que Desanges faz hoje, nem onde reside. Não há sequer um perfil em rede social, nem com seu nome artístico, tampouco com seu nome verdadeiro. Se houver, é provável que esteja com um nome diferente. Na entrevista de 2002, a pessoa perguntou a ela qual era seu nome real. Ela se negou a dizer. Compreensível. Por esta razão, escrevi no início: "cujo nome verdadeiro seria Stéphanie Bucher", pois não há uma certeza de que seja este, seu nome verdadeiro. 

Abaixo, Sébastien Santovito (DJ Fou) e Erick Dere em 2025


Come to me, play with me, can't you see that i am just a sex machine
"Venha até mim, brinque comigo, você não vê que eu sou apenas uma máquina de sexo?" 🔞🔥

E ela era mesmo.  

Adoro a maioria das faixas, tanto as do CD 1 quanto as do CD 2. No entanto, tenho aquelas que guardo no coração com muito carinho, que são: 

Royal Gigolos - California Dreamin' (CD 1);
O-Zone - Dragostea Din Tei (CD 1);
DJ Ross - Floating In Love (CD 1);
Grenada - (My) First Love (CD 1);
Jan Wayne feat. Charlene - Here I Am (Send Me An Angel) (CD 1);
Starsplash feat. Daisy Dee - Fly Away (Owner Of Your Heart) (CD 1);
Paper Boy - Step By Step (CD 1);
Erika - Right Or Wrong (CD 2);
LMC vs. U2 - Take Me To The Clouds Above (CD 2);
Rythme Fatal feat. Redd-Angel - Man In The Mirror (CD 2);
Despina Vandi - Opa Opa (CD 2);
Markus - Superlove (CD 2). 

Músicas para sempre. 

Guardo as lembranças desta compilação com amor. Fico feliz e emocionada quando vejo outras pessoas demonstrando o mesmo sentimento ao falar sobre essa seleção de músicas inesquecíveis. E são muitas, ainda bem. 

Após falar com emoção sobre cada faixa e seus envolvidos, chegou o momento de ouvi-las e relembrá-las. É hora de aumentar o volume e deixar as boas recordações fazer morada em cada um de nós. Vamos curtir o ótimo CD 2!. 


Desde 2021 escrevendo, pesquisando, apagando, escrevendo de novo. Editei este post inúmeras vezes. Demorou quatro anos para ficar pronto. Pensei que nunca o entregaria. A compilação completou 20 anos ano passado e não havia terminado tudo. Completou 21 em 2025. E agora...eu terminei!
"Por que você se submete a fazer um trabalho tão longo?. Alguém vai parar para ler tudo isso aqui?", alguns podem pensar. Eu faço porque sinto prazer em fazê-lo e sei que sim, haverá alguém que vai parar e vai ler tudo o que aqui foi escrito. Por quê?. Porque isto é informação, opinião, trabalho e faz parte da história da dance music. Sempre que alguém quiser saber sobre alguma destas faixas, irá procurá-la e "cairá" aqui. Ficará publicado para a posteridade. Para quem quiser ver. A qualquer hora. Para histórico. Para que o eterno amante das pistas saiba de coisas que até então não sabia. É um trabalho feito para mim. Para você aí do outro lado da tela. Um trabalho feito para todos que amam dance music, em especial, esta compilação. 

A compilação "Planeta DJ 2004" é uma das melhores lançadas pela Jovem Pan e Building Records. Ela marcou minha vida e foi minha companheira em vários momentos. Era (e ainda é) muito mais que um simples CD duplo para mim. Era uma diversão, uma alegria, um passatempo maravilhoso. Um escape. A Ana Paula de hoje olha para a Ana Paula de 12 anos e sorri, emocionada e com imensa saudade. Com um imenso desejo de poder voltar no tempo e viver tudo aquilo de novo. Reviver os melhores momentos, como deitar na cama, trazer meu rádio/CD Player da CCE, com visor vermelho, para perto de mim, fechar os olhos, relaxar e ouvir as 32 faixas desta obra-prima musical. 
Preparar-me para ir ao colégio, colocá-la para tocar enquanto me arrumo e almoço. Ao chegar em casa, ainda uniformizada, tocá-la novamente enquanto faço as tarefas. Ir para um pequeno quartinho de passar roupas, conjugado com a cozinha, colocar meu rádio em cima da mesa, com uma pilha de CDs ao lado (sendo o "Planeta DJ 2004" o primeiro deles), pegar uma cadeira, sentar para curtir o momento e seguir boa parte do dia assim. Mas não é possível. Mesmo que as lembranças estejam incrivelmente nítidas em minha mente, só me resta compartilhá-las com um pequeno aperto no peito e com profunda nostalgia, por saber que aquele tempo não volta mais

Mesmo engolindo em seco e com os olhos marejados por alguns momentos durante a criação deste post, eu precisava fazê-lo. Pela compilação em si, pela minha história com ela e por muitos que a levam no coração, assim como eu. Foi muito trabalhoso, demorado e exaustivo. Parei de editar por várias vezes devido a motivos pessoais, falta de tempo, falta de criatividade e cansaço. No entanto, eis as duas partes deste post especial. Meus agradecimentos aos artistas que me atenderam e responderam às minhas perguntas quando os contatei. Agradecimentos também a todos que estiveram envolvidos na criação, seleção de repertório e produção do CD duplo: Banana, Pringles, Jovem Pan, Building Records. Vocês fizeram história e ajudaram a escrever a minha. Muito obrigada

Todas as referências usadas na criação deste post e redes sociais dos artistas: 

ERIKA

LMC vs. U2

HARLEM HUSTLERS

RYTHME FATAL feat. REDD-ANGEL


DESPINA VANDI

LAURENT WOLF

ARMAND VAN HELDEN pres. SAHARA

ANTOINE CLAMARAN feat. LULU HUGHES

KTF

THE BITCH HOTEL feat. RIVAZ

VILLAGE PEOPLE vs. DUB JAY

MARKUS

MAGNOLIA

EDDY WATA

N-GELS feat. ESTELLE DESANGES

Colhi o máximo de informações que consegui. No entanto, sei que ainda fiquei devendo algumas coisas. Peço desculpas por isso. 

Esta foi a minha história com a compilação "Planeta DJ 2004". Lembranças vindas da minha mente e do meu coração, descritas em palavras sinceras, com riqueza de detalhes e compartilhadas com vocês. Minhas recordações, emoções e opiniões (e informações também). E é com imensa alegria e sentimento de dever cumprido, que finalmente termino estas duas partes de um post mais que especial. Por ser tão marcante, tão poderosa e maravilhosa em minha vida, ela está entre as minhas compilações favoritas de dance

Muito obrigada por conferirem mais este longo trabalho. E não se esqueçam: mantenham as lembranças e a boa e velha dance music vivas!. Vemo-nos em breve. Até mais, amigos!.