Paralelamente à sua atividade como DJ, Piparo começou a trabalhar como produtor; produziu muitos sucessos e remixes de dance que alcançam o topo das paradas. Já ouviram falar do projeto De-Javu?. Àquele do single "I Can't Stop"!?. Tocou bastante na Jovem Pan em 2002. Foi lançado em 2001 como single de estreia e se tornou um dos sucessos do verão daquele ano em toda a Europa. "Never" também teve seu espaço nas rádios brasileiras. Pois então, Piparo esteve envolvido neste projeto.
Junto com os irmãos Antonio e Pietro Zarcone, fundou a LabMusic; a gravação e mixagem do projeto Made In Sicily foi o primeiro trabalho de destaque. Em 2002, em Nova York, ele conheceu o compositor londrino Jamie Hartman, também conhecido como Ben's Brother, tornando-se seu produtor. Houve um período em que ele deixou de lado o mundo da dance music para abraçar o mundo do pop acústico. Eros Ramazzotti, ao ouvir falar de Hartman, decidiu investir nele e o queria para abrir sua turnê em seus shows pelo mundo todo; mas no final as coisas não deram certo, porque Hartman havia assinado um contrato bem-sucedido com a Warner UK.
A relação com Ramazzotti e sua gravadora permaneceu inalterada; e de fato é justamente isso que propõe a Riccardo a colaboração com Tazenda, da qual Piparo produz um single, a produção do primeiro álbum de Andrea Febo (futuro autor da canção vencedora do "Festival de Sanremo 2018", “Non Mi Avete Fatto Niente”) e o cantor e compositor italiano Massaroni Pianoforti.
Treinado como produtor pop no famoso estúdio londrino Metropolis, seguido pela Abbey Road em Londres, Piparo também produziu a cantora e compositora de Palermo, Beatrice Visconti, que esteve entre as 12 finalistas do "Sanremo Giovani" em 2016, e a banda Tamuna, vencedora do "Prêmio De Andrè 2017", com o single “Accussì”.
Ele colaborou com os melhores engenheiros de som italianos, Pino Pischetola e Roberto Rosu, e músicos Francesco Buzzurro, especialmente o conhecido músico de jazz, Francesco Cafiso, com quem trabalhou em 4 álbuns feitos entre Londres, Nova York, Roma e Palermo. Em junho de 2019, nasceu o Cantieri 51, um estúdio de gravação de nova geração fundado por ele. Trata-se de um estúdio de vanguarda que nasceu com a colaboração de Francesco Leo (parceiro, produtor e músico) e Antonio e Pietro Zarcone (novamente eles, parceiros e músicos), com o desejo de dar nova vida musical ao atual cenário contemporâneo nacional e internacional. É composto por várias salas de gravação.
Abaixo, outras faixas escritas e produzidas por Riccardo Piparo:
Riccardo Piparo segue firme na música e, na imagem a seguir, vemos ele em 2024.
Grazie, Riccardo.
▶ THE BITCH HOTEL feat. RIVAZ - END OF TIME (Itália - 2004): Love me, touch me till the end of time...É assim que a décima primeira faixa começa. A música é um "housezinho" agradável de ouvir, com belos vocais masculinos; vocais que já ouvimos em uma outra faixa que tocou consideravelmente nas rádios brasileiras. Falarei mais sobre isso daqui a pouco. Não costumava ouvi-la excessivamente na época, no entanto, hoje entendo que ela tem seu valor.
"End Of Time" saiu em outubro de 2004 pela D:vision Records, e foi escrita pelos lendários e talentosos Davide Riva (Rivaz) e Stefano Gambarelli, com Vanessa Torri. O primeiro produziu a faixa. A música apresenta as seguintes versões: "Original Club", "Gambafreaks Vs. III Sound Academy Dub", "Gambafreaks Vs. III Sound Academy Club", "Original Radio", "BH Mix", "Extended Mix", "Alternative Mix" e "Gambafreaks vs. III Sound Academy Radio Edit". E qual delas é a versão que está na compilação da Jovem Pan?. Bom, a versão que está nela tem duração de 03:38 e, a que mais se aproxima desse tempo, é a "Original Radio", que tem 03:36. No entanto, há algumas pequenas diferenças entre as duas que, somente com muita atenção, serão percebidas. É a mesma, apenas algumas modificações foram feitas. Mas quem canta?. Os créditos foram para um tal de Mark-O (às vezes aparece como MarkO). E nos mesmos créditos aparece o nome de Marco Prati, responsável por tocar a guitarra eletrônica na faixa. Estarei sendo doida se disser que cogito ser ele o cantor?. A dance music me permite isso, oras. E claramente é um Marco nos vocais. Tentei obter alguma resposta dos envolvidos sobre isso e...estou no aguardo até agora.
Riva e Gambarelli produziram outras faixas no projeto The Bitch Hotel. "Bitch Hotel" saiu em 2001, com um "feat. Denise" no título. Mas destaco algo interessante aqui. Ouçam a "Guru Mix" desta música e percebam que a versão destacada serviu de base para a criação de outra música do projeto, curiosamente lançada no ano seguinte. Refiro-me ao single "Do U Wanna Dance". "Bitch Hotel (Guru Mix)" foi reaproveitada, retrabalhada e editada em pontos específicos, ganhando vocais masculinos e uma letra contagiante. Assim nasceu "Do U Wanna Dance", uma faixa que tocou consideravelmente nas rádios do Brasil, principalmente na Jovem Pan, e nas baladas. Conheci o projeto em 2003, através desta track. Amava ouvi-la no rádio. É minha favorita. Tem uma energia incrível. "End Of Time" e "Do U Wanna Dance" têm algo em comum, vocês sabem o quê?. Acertou quem disse: a voz. É o mesmo vocalista nas duas faixas. Em 2002, eles lançaram "C'mon". Desde então, o projeto não lançou mais nada.
Vamos conhecer um pouco sobre os responsáveis pelo projeto The Bitch Hotel?. Logicamente, estamos falando de dois lendários produtores/DJs com muitos anos de carreira. Tentei resumir o máximo possível. Começando com Gambarelli.
Stefano Gambarelli, nascido em Reggio Emilia (prefiro escrever o nome em italiano, pois Régio da Emília soa estranho para mim), na Emília-Romanha, é um dos DJs/produtores mais prolíficos e conhecidos da dance music. Muitos de seus discos foram verdadeiros sucessos em clubes de várias partes do mundo, e os artistas que foram remixados pelo DJ, são incontáveis. A mãe dele era professora de dança de salão e o pai "tocava música", como o próprio Stefano disse em uma entrevista.
Ele iniciou a carreira como DJ em 1982 e começou a produzir discos em 1989, colaborando também com o lendário Groove Groove Melody. Seu primeiro disco lançado foi "Everybody Pump", sob o pseudônimo "Steve G. DJ Power". Sem ser levada em consideração na Itália, a música acabou ficando no Top 20 das paradas europeias. O cara tocou sua música ao redor do mundo, nos principais clubes da Itália e da Europa. Produziu sob os nomes "Gambafreaks", "Ste.Ga.Shop", "Savage Spirits" e muitos outros projetos de gravação, como "The Bitch Hotel", "Daum DC", "Espirito", "Freaks Jam", "GC Orchestra", "Gambadubs", "Le Premier Prix De La Maison Du Groove", "Mhananana", "Oda-Main", "Pussy Dub Foundation", "Q Words", entre outros.
Desde que começou a trabalhar para a X-Energy Records, ele contribuiu para os projetos de eurodance Ann Lee e J.K., bem como Dhany, In-grid, KMC e muitos mais. Em 1997, usando o nome Gambafreaks, lançou "Instant Replay", com Paco Rivaz. Sabem quem é o "Paco"?. Ele mesmo...Davide Riva. No ano seguinte, Gambafreaks lançou o "Freaks E.P.", incluindo "Instant Replay", "Right There" e "Africk'A", e foi um sucesso enorme nos clubes de mais da metade do planeta, dominando as paradas de clubes e danceterias do mundo todo. Ainda em 1998, lançou "Relight My Fire E.P." e "Walterino vs. Gambafreaks E.P.". Em 1999, "Relight My Fire" alcançou o 1.º lugar na parada dance da Holanda, assim como "Down Down Down". Já no ano 2000, fundou o projeto Mhananana, com Alex Baraldi e Roberto Ruini. O primeiro lançamento do projeto foi intitulado "La Grève". Em 2003, começou a parceria entre Gambafreaks e a vocalista Nicole Sorace (não confundam com a jovem atriz italiana de mesmo nome) e a excelente "Natural Woman" foi lançada. Conheci o trabalho do Gambarelli, como Gambafreaks, através desta faixa, quando ganhei o CD "Na Balada Vol. 11", em 2005. É a 12.ª faixa do CD 1 e uma das minhas favoritas da compilação. Ouvi-a muito. A cantora colaborou com ele até 2008 e o mais estranho é que não há nada sobre ela na internet. Nada mesmo. Uma pena.
Stefano foi, por 26 anos, DJ residente do clube Villa delle Rose Riccione, 6 anos no Peter Pan Riccione, 4 anos no Paradiso Club Rimini, 1 ano no Space Ibiza, depois Cenerentola, Mazoom Club, Cocobeach, Matis Club, Epsylon Club, HollyWood e muitos outros. O homem, simplesmente, tem mais de 200 singles produzidos em mais de 30 anos, e mais de 100 Top 10 em várias paradas de clubes em todo o mundo. Suas músicas estão incluídas em mais de 2000 coletâneas, de 70 gravadoras diferentes. Eu fico atônita com este tipo de informação. Incrível como esses caras são geniais. Gambarelli é um deles. Icônico e lendário.
Ele também colaborou com rádios, sendo elas: Radio Deejay, m2o, Radio Studio Piu' (em Brescia), Radio Globo (em Roma) e Radio Play Studio (em Bolonha). Além de trabalhar como DJ e produtor há mais de 36 anos, Stefano é diretor artístico musical, organizador de eventos, concertos, exposições, desfiles de moda e consultoria para promoções e patrocínios para empresas ligadas ao mundo do entretenimento, design e grafismo, e blogueiro musical. Segundo o italiano, ele decidiu trabalhar com música por pura paixão, já que era fascinado pelos primeiros DJs do gênero afro funky, Mozart, Daniele Baldelli (um DJ italiano icônico), entre outros. Há anos, numa entrevista, o artista falou um pouco sobre seu trabalho:
"Tenho meu próprio estúdio onde faço as audições, enquanto colaboro com vários estúdios para a produção final. Tenho produzido constantemente há alguns anos com a D:vision, a marca da casa do grupo Energy, de Ugolini e Raimondi. Eu digo a vocês que 90% do que eu produzo é o que proponho durante minhas noites, mas isso não acontece com todos, pelo contrário.
Além do fato de a Energy ter um excelente escritório de promoção, da minha parte o sistema que utilizo é tocar e fazer com que meus produtos sejam tocados o máximo possível pelos DJs certos. Meu pai tocava música e minha mãe era professora de dança de salão. Classifico-me entre o suficiente e o justo. O desempenho de um profissional ultimamente, é condicionado por muitos fatores que às vezes não têm nada a ver com lançar ou produzir discos..."
Abaixo, alguns remixes feitos por Stefano Gambarelli:
Na sequência, destaco algumas de suas produções:
"Express" — Stefano Gambarelli & El Mambro, 2017; "Santos" — Gambafreaks vs. D. Ruberto, 2020; "Kuma" — Gambafreaks & Kinkilor, 2025.
A discografia do cara é insana. E a de seu parceiro musical não é diferente. É hora de falar sobre outro lendário e talentoso produtor, envolvido na faixa "End Of Time". Ele mesmo: Rivaz.
Davide Riva, também conhecido como Rivaz, assim como Gambarelli, vem de Reggio Emilia e é um dos talentos brilhantes da dance music italiana (e mundial). O italiano sempre teve um entusiasmo vertiginoso por house e dance, e acumula muitos anos de experiência, combinada na indústria de composição, e tocando em clubes. Ele gosta de descrever sua música como "dance music contemporânea".
O primeiro vinil que comprou foi "Face To Face - Heart To Heart", de 1982, do duo alemão The Twins. Ele é produtor desde 1992, designer de som, engenheiro de mixagem e DJ. Não estudou para ser produtor. Riva tinha um grupo musical e todos foram até a casa de Theo Spagna para fazer um disco. A partir daí, começou a entender e ver como funcionava, por exemplo, uma bateria eletrônica e todo o universo de um estúdio musical.
Ele era fascinado por eletrônica. Então, começou a trabalhar com uma banda de Milão, já que morava na cidade e, com essa banda, tocava em alguns clubes locais, todo fim de semana. Conheceu o grande Graziano Pegoraro e ele lhe falou sobre a Radio Deejay; Riva, então, passou a trabalhar lá.
Davide escreveu e produziu, junto a Larry Pignagnoli, todos os grandes sucessos daquele polêmico projeto que conhecemos: Whigfield. “Saturday Night”, “Another Day” e “Think Of You”, dominaram as paradas em todo o mundo nos anos 90 e colecionaram um número impressionante de discos de platina na Inglaterra, Alemanha e América do Sul. Um agradecimento a Annerley Gordon, que colaborou...cof cof, escrevendo para o projeto. Maravilhosa!. Há anos Riva produz e remixa para o histórico selo italiano D:vision. Nos últimos anos, ele foi a abertura oficial de todas as turnês de Benny Benassi. Ele tocou junto em shows com Tiësto, Laidback Luke, Nervo, Martin Garrix, Merk & Kremont, Daddy's Groove, para citar alguns. Além dos clubes italianos mais famosos como Cocoricò, Pineta e Muretto, ele também se apresentou em vários clubes internacionais muito conhecidos como LIV (Miami, EUA), Cavo Paradiso (Mykonos, Grécia), BCM (Palma de Maiorca, Espanha), Guvernment (Toronto, Canadá), entre outros.

Após muitos anos atuando somente como produtor em estúdio, Davide começou uma carreira como DJ, usando seu sobrenome Riva e acrescentando a letra "z" no final. Este nome artístico já existia antes do produtor se "aventurar" nas pickups. "End Of Time" nos mostra isso: The Bitch Hotel feat. Rivaz. Foi seu parceiro musical, Stefano Gambarelli, quem lhe deu a sugestão de usar o sobrenome e a inclusão do "z". Segundo Davide, para Gambarelli, soaria como um nome espanhol.
Quando vai trabalhar com outro produtor, Davide espera que o profissional tenha habilidade, ideias e instinto. Segundo o próprio, três de suas qualidades são: paciente, disponível e correto. Já seus três defeitos são: temperamental, atrasado e intolerante. "Billie Jean", de Michael Jackson, é uma música que, de acordo com ele, jamais irá esquecer. Para ele, Benny Benassi é o melhor artista com quem já trabalhou. Rivaz admira Steve Angello, Axwell e Eric Prydz, e gostaria de um dia poder trabalhar com The Weeknd. O melhor dia da vida dele foi o dia em que compôs "Saturday Night".
E agora, estão preparados para o desfile de algumas faixas que apresentam envolvimento de Davide Riva, seja na produção, composição, coprodução, produção executiva, etc?. Vamos juntos!.
"You Make Me Feel Good" — J.K., 1992. Primeira faixa de Riva em colaboração com Larry Pignagnoli. A fantástica Jenny B. novamente nos vocais; "My Radio" — J.K., 1995. Grande Sandy Chambers nos vocais; "The Lion Sleeps Tonight" — Ally & Jo, 1995. Música que cresci ouvindo, na minha fita K7 do "Ritmo das Pistas Vol. 2". Annerley Gordon não decepciona; "Nasty Girl" — Ally & Jo, 1997. Annerley Gordon nos vocais principais e Daniela Galli (Dhahy) nos backing vocals. Masterpiece; "Happy" — Square Heads, 2001. Esta música me traz emoção e lembranças de infância. Acompanhei o sucesso dela e testemunhei o quanto tocava nas rádios, na época. Uma das trilhas sonoras do meu 2002. Sempre tocava nas "7 Melhores" da Jovem Pan. Sempre mesmo!. Ouvi-la hoje me causa alegria, melancolia e saudade. Posso estar dançando ao som dela, mas meus olhos sempre estarão marejados. Lendária; "Canto de Orfeo" — Espirito, 2001. A cantora canta (ou tenta) em português. Provavelmente a ideia era dar uma "abrasileirada" na música, porém o português parece de Portugal (meio errado) com sotaque francês (?). É uma gringa que canta e creio que é italiana. A "Gambafreaks Mix", de 2003, é a melhor versão desta faixa; "Do U Wanna Dance" — The Bitch Hotel, 2002. Já mencionei esta música no início. Mais uma que bombou por aqui e que me traz boas lembranças. Fantástica; "Run To You" — Rivaz feat. Stenie Rayno, 2005. Faixa que ouvia no CD "Metronight Metropolitana 2005". Boa também; "Mama" — House Feller feat. Christine Moore, 2006. Faixa do CD "Planeta DJ 2007"; "Broken Wings" — Rivaz feat. Ronin, 2006. Faixa dos CDs "Dance Total 2007", "Vibe 97 Vol. 8", "Pista Máxima 2007" (da rádio Metropolitana FM) e "Remix JP"; "3G" — NS ConneXXion, 2012;
Pouca coisa, né?!. Brabíssimo!. Vemos alguns de seus remixes logo abaixo:
Dois excelentes e lendários produtores/DJs, que continuam trabalhando. Na imagem a seguir, vemos Stefano Gambarelli em 2024, e Davide Riva em 2022.

♫ You drive me crazy, when you look at me, it′s so amazing, you′re just like a dream, you give me sunshine, on a rainy day, you make me lose sight, I've never felt this way. Love me, touch me till the end of time, baby, can′t you see?. C'mon, love me, kiss me till the end of time, only you and me, love me, touch me till the end of time, every night and day. C′mon, love me, kiss me till the end of time...♫
"Você me deixa louco, quando você olha para mim, é tão incrível, você é como um sonho, você me dá luz do sol, em um dia chuvoso, você me faz perder de vista, eu nunca me senti assim. Me ame, me toque até o fim dos tempos, querida, você não consegue ver?. Vamos lá, me ame, me beije até o fim dos tempos, só você e eu, me ame, me toque até o fim dos tempos, todas as noites e dias. Vamos lá, me ame, me beije até o fim dos tempos..." ❤
Grazie mille, Gambafreaks e Rivaz.
▶ VILLAGE PEOPLE vs. DUB JAY - Y.M.C.A. (Itália - 2004): A décima segunda faixa é uma versão dançante de um grande clássico da música. Em 2004, eu já conhecia a versão original e gostava dela; quando ouvi a versão dance, adorei!. "Y.M.C.A." foi lançada originalmente em 1978, pelo grupo americano Village People e se tornou um enorme hit em todo mundo. Foi escrito por Jacques Morali (produtor do grupo) e Victor Willis (vocalista e letrista do grupo). Y.M.C.A. significa "Young Men's Christian Association", que em português é "Associação Cristã de Moços", uma organização sem fins lucrativos que oferece atividades para jovens e adultos, que tem como objetivo promover saúde, educação, inclusão social, e fortalecer comunidades.
As vozes originais do clássico disco foram mantidas na versão de 2004, que saiu pela Moremoney/Melodica Srl. A faixa foi produzida por Diego (Groff) Milesi e Natalino Longoni. Saiu com as versões "Extended", "Radio Edit" e "House". A "Radio Edit" é a que está na compilação. A música é um italodance delicioso de ouvir. Os responsáveis por esta, até então, nova roupagem, não estragaram um clássico, como muitos DJs e produtores, infelizmente, costumam fazer. A música aparece em algumas compilações dance, como: "DJ Selection 10 - Dance Invasion Vol. 3" (Do It Yourself Entertainment Strategic Marketing - Itália, 2004), "Super Italia - Future Sounds Of Italo Dance Vol. 14" (High N-R-G / Universal - Áustria, 2004), "Selected Dance News Vol. 5" (Magika - Itália, 2004), "Dance Party Spring 2004" (Universal - Itália, 2004), "Disco Estrella Vol. 7" (Vale Music - Espanha, 2004), "Super Hits Dance - On The Beach 2004" (Billo Music - Itália, 2004) e "CD Dance 68" (Jocks Music - Itália, 2004). Está também, além do "Planeta DJ 2004", nas nacionais "Só Se For Dance 12" (Rádio Cidade FM / Building Records) e "Pista Máxima 2004" (98.5 Metropolitana FM / Building Records). E também em um CD chamado "O Melhor das 7 Melhores - As 20 Mais", que tem uma mulher na capa. Ganhei este CD em 2004 e, provavelmente, trata-se de um piratinha. Mas é uma compilação muito boa; já a citei por aqui.
A versão italodance de "Y.M.C.A." é considerada por muitos uma faixa rara, e eu concordo. Não há muitas informações sobre ela, e é difícil encontrá-la. Além disso, encontrar informações sobre Natalino Longoni, um dos envolvidos nesse trabalho, também não é fácil. Sabe-se que ele fez outros trabalhos na dance music e produziu singles de Eddy Wata. Abaixo, algumas faixas produzidas e escritas por ele:
"In Your Mind" — Eddy Wata, 2004. Faixa da compilação que estamos relembrando hoje. Daqui a pouco, falarei sobre ela;
A mente por trás do projeto Dub Jay, que às vezes aparece como Dub-J, é Diego Groff. Quem é Diego Groff?. É o próprio Diego Milesi. Em breve, falarei um pouco sobre ele. Mas antes, vamos às outras faixas lançadas pelo projeto:
E Milesi?. O que se sabe sobre ele?.
Diego (Groff) Milesi nasceu em 4 de abril de 1967 em Romano, perto de Bérgamo, na Itália. Desde criança, ele sabia que a música teria grande influência em sua vida. Ao tocar violão, começou a entrar no mundo musical, mas o vinil se tornaria sua paixão.
Ele serviu no exército e, em 1987, começou a trabalhar com rádio. Sua carreira como DJ iniciou-se na Rádio Veronica, Key Music, Top Station 105.1 e Discoradio. Em 1994, graças ao DJ Boom Boom, envolveu-se com a equipe da rede de rádio RTL 102,5.
Paralelamente ao rádio, dedicou-se à produção musical e começou a trabalhar na gravadora italiana Media Records, localizada em Brescia. Trabalhou como DJ nos melhores clubes italianos e, em 2001, abriu seu próprio estúdio de gravação.
O primeiro grande sucesso veio logo produzindo em vários projetos, como "Ikeya Zhang", "Dub J", "Maverick" e "Under 4". Ele remixou faixas do grande artista italiano Vasco Rossi e alcançou sucesso em todas as paradas europeias com Eddy Wata.
Na sequência, algumas músicas escritas e produzidas pelo italiano:
"I Love My People" — Eddy Wata, 2005. A faixa saiu em 2005 pela EVO Records e, em 2008, pela Do It Yourself Entertainment. Nesse relançamento, a música alcançou o status de hit em diversos países. É, por exemplo, faixa do CD "Planeta DJ 2009";
Atualmente, Diego é compositor de música para cinema. Fundou uma equipe de pós-produção, chamada Movies Mania, com Maria Daniela Caruso, em 2018. A equipe oferece diversos serviços profissionais, como criação de trilhas sonoras, serviços de dublagem, legendagem e pós-produção de áudio e vídeo.
▶ MARKUS - SUPERLOVE (Itália - 2003): One love...Esta, meus amigos, é de fazer marejar os olhos. Uma das faixas mais bonitas que conheço e que mais ouvi nesta compilação. Sem dúvida, é mais uma bastante especial para mim. Escrever sobre ela, enquanto a ouço, faz-me engolir em seco. Ela me emociona, não somente por ter uma bela melodia, voz e letra, mas também por me trazer lembranças de um tempo bom que não volta mais. Um tempo que via tudo com certa "magia", talvez com um pouco de inocência também, afinal tinha 12 anos na época.
Ouvi "Superlove" pela primeira vez, se bem me lembro, no "Planeta DJ" (o programa mesmo), e me apaixonei por ela instantaneamente. Pouco tempo depois, ganhei o CD e ela estava lá, para a minha alegria. Lembro-me do Banana fazendo uma de suas brincadeiras com a faixa. Quando o carismático e lendário locutor anunciava ou desanunciava "Superlove", eu ria à beça. Se não me falha a memória, Hamilton Vessi, o Banana, é torcedor do Palmeiras e, naquela época, o alviverde paulista contava com o goleiro Marcos, chamado de "São Marcos" pelos torcedores (estou rindo antes de concluir). O ex-atleta costumava fazer grandes defesas e os narradores esportivos se esgoelavam nesses momentos, fosse no rádio ou na TV. Nosso querido Banana, inspirado nesses profissionais, uniu o "útil ao agradável" e, quando tocava a décima terceira faixa da compilação em seu programa, soltava um "MAAAARRRKUUUS", numa clara referência ao goleiro e aos narradores que, a cada defesa, gritavam "MAAAARRRCOOOS". Isso ficou gravado em minha mente. Até hoje dou largas risadas e, sempre que ouço a música, lembro desse fato. E eu vou dizer uma coisa: o nome do "projeto" era para ser Markus mesmo. Daqui a pouco vocês entenderão o motivo.
"Superlove" saiu pela Spy Rec/Time Records, em 2003. Sim, trata-se de mais uma belíssima produção "from Italy". Ah, esses italianos maravilhosos...sempre entregando obras-primas. A música foi escrita por Marco Alberto Bonoli, Aldo Valente e Roberto Guiotto; este último também contribuiu na produção, junto a Bonoli. Quando lançada, veio com duas versões, a "Extended Mix" e a "Radio Edit", além de "Stand By Me" e "La Marche De La Pantherè". A capa é bastante, hã, máscula, né!? haha. Enfim...E a voz, de quem é?. Chegarei lá. Primeiro...quem é Markus?. Este é um nome verdadeiro?. Não exatamente, mas também não fica muito longe disso. "Markus", na verdade, é um pseudônimo, um nome internacionalizado do produtor Marco Alberto Bonoli. Acompanhem e contem comigo, quantas vezes aparece o nome Marco por aqui, já incluindo o Bonoli. Seguimos. Pois bem, Bonoli começou a utilizar o nome Markus em 2000, quando lançou "Ce Soir" e "Lord Of Arabia". Seu single "Electronik", de 2001, obteve grande sucesso na Europa, principalmente na Itália e na Espanha. E attenzione!. Os vocais foram creditados para Marco Ferrero (mais um Marco para contar), mesmo nome que aparece no "special thanks" de "Superlove". Acredito que ele tenha feito os backing vocals, pois no refrão da última música citada (em "One love..."), percebe-se que a voz é parecida com a voz que está em "Electronik".
Markus seguiu com "Robotronik", "Once Upon A Time" e "My Musik". "Superlove" foi, infelizmente, a última faixa lançada por ele. Não há informações concretas sobre Marco Bonoli, porém sabe-se que ele também escreveu "So Ready", de Loft 17, lançado em 2007, e "Nobody's Sayin", de Maal, lançado em 2008. A informação mais "recente" é de que Bonoli deixou a música e se tornou proprietário de um supermercado em Turim. Procurei me aprofundar na informação e encontrei o nome do estabelecimento: Supermercato Metà. Segundo minhas apurações, são dois ou mais supermercados. Um fechou as portas por razões desconhecidas, o outro permanece aberto, mas com novo nome: Supermercato PAM Local. Também está localizado em Turim.
É um trabalho digno, e somente ele sabe a razão pela qual decidiu sair do mundo da música. No entanto, confesso que para mim é um pouco difícil "digerir" esse tipo de decisão, ainda mais quando a pessoa tem tanto talento. Acho um desperdício. Mas cada um sabe onde o calo aperta. Que Marco tenha sucesso e seja feliz à sua maneira.
Valente, outro que ajudou a escrever "Superlove", também terá destaque por aqui.
Aldo Valente, cujo nome verdadeiro é Cataldo, nasceu em 4 de julho de 1960, em Turim, e é um compositor, arranjador, autor, cantor, produtor e multi-instrumentista italiano. Aldo iniciou sua carreira musical muito jovem, colaborando com vários grupos e solistas como tecladista, arranjador, compositor e vocalista. Ele participou de inúmeras turnês e foi convidado para vários eventos, como "Festivalbar", "Bandiera Gialla", "Drive in", "Superflash", etc., bem como para prêmios de cinema e televisão, incluindo "Giardini Naxos", "Montecatini Terme", "Boario Terme", entre outros. Desde 1985 é consultor musical de diversas agências de publicidade, produtoras e editoras, com as quais criou inúmeras trilhas sonoras para Italgas, Fiat, Martini, Indesit, Ferrero, Iveco, Oasis, Riso Gallo, etc.
Em 1986, abriu um estúdio de gravação, o Rial Studio, onde continuou a trabalhar na indústria fonográfica, mas especialmente na publicidade, como já citado. Dois anos depois, em 1988, recebeu a "Palma de Ouro" pela trilha sonora "Civiltà delle macchine" (Fiat), feita junto com Luigi Antinucci para a Quazar Film & Tv Company. Naqueles anos, Aldo alternava essa atividade com a de músico de estúdio de vários músicos italianos.
Ele fez parte da equipe de músicos do estúdio G7 em Turim, como compositor, arranjador, cantor, criando diversas obras, tanto na área de gravação, quanto na área de publicidade. Ele teve o privilégio de trabalhar, ainda muito jovem, para alguns autores, atores e compositores que fizeram a história da televisão, do teatro e do cinema italianos.
Ele mudou seu estúdio para casa e, até 1998, continuou trabalhando em diversas frentes musicais, colaborando também com alguns DJs, incluindo Gigi D'Agostino, para quem escreveu e arranjou seis músicas em seu álbum homônimo (o primeiro de Gigi, que rendeu disco de ouro); escreveu e produziu as canções "Gigi's Violin" e "Fly". Valente também fez um remix para uma faixa do Fine Young Cannibals.
Lançou o primeiro álbum do Anno Domini, coral gospel dirigido pelo seu amigo Aurelio Pitino. Valente criou, ao longo dos anos, diversas músicas para eles. O canal Rai contratou Aldo para criar a música tema e as músicas de "La Melevisione", um programa transmitido pela Rai 3 e Rai YoYo. Em 2003, ele também começou a escrever e compor músicas para o programa "L'Albero Azzurro" (Rai 2), para o qual trabalhou durante três edições. A parceria com o DJ e produtor Marco Bonoli (Markus) também começou nessa época. Graças a isso, temos "Superlove".
Para a Rai Movie, ele criou a música tema do "Festival Internacional de Cinema de Roma". Foi jurado no "AC Voice Production" (2016 e 2017), "Beinasco's Got Talent" (2017/2018), "Torino Jam Contest", "Parco Dora Music Talent 2016", "Children's Festival 2014", "Festival Asti in Coro 2017", "Children's Festival 2015", "San Jorio Festival" (2014 e 2015) e "Junior Eurovision Song Contest 2018".
Compôs mais de 200 músicas, somente para programas infantis de TV. Agora, imaginem a quantidade de composições em geral!?. O cara sempre foi muito eclético como escritor e produtor, trabalhou com muita gente, em diversos gêneros musicais e gravadoras. Muita coisa mesmo. Aldo está com 65 anos e segue firme trabalhando. Tem uma empresa chamada Valente Audio. Seu filho Alessandro, trabalha com ele lá.
O rapaz formou-se em Composição e Produção Musical com especialização individual na BIMM London e na West London University e trabalha como produtor musical, engenheiro de mixagem e masterização para artistas em Londres e na Itália; e até dá aulas de música em escolas de ensino fundamental. Ele é um artista e trabalha em suas próprias músicas paralelamente aos trabalhos de estúdio. Toca violão e baixo para diferentes bandas no palco e como músico de estúdio. Toca usando afinações alternativas e técnicas de fingerstyle percussivo. Pai e filho estiveram envolvidos, recentemente, na produção da trilha sonora original de uma série da Netflix Itália.
Hora de destacar mais um cara envolvido na faixa "Superlove".
Roberto Guiotto é um DJ, produtor e compositor de Jesolo, Vêneto, província de Veneza, Itália. O cara contribuiu para muitos projetos dance, como "Art Nouveau", "Blender", "Blue Connection", "The Creatures", "Anaiss", "DJ Chico Do Forte", "Flowers' Deejays", "Love Groove", "Coast 2 Coast", "Mistery" e "Sharada House Gang". Tem mais de 30 anos de carreira. Guiotto também ajudou a escrever a letra de "Superlove" e colaborou nos arranjos da música.
Não é possível afirmar que o cara continua ativo no mundo da música e nem que ele deixou de trabalhar com isso. No entanto, atualmente, Roberto é CEO da SATEC Formazione, empresa italiana que oferece serviços de formação, segurança e higiene no trabalho, segurança e higiene alimentar, cursos de certificação de qualidade e segurança, e gestão energética para empresas e organismos públicos.
Abaixo, algumas músicas escritas e produzidas por Roberto Guiotto:
"Frederick" — Art Nouveau, 1994. Excelente cover de Patti Smith. A versão original de Smith chama-se "Frederick", porém na versão do projeto italiano, por várias vezes, aparece como "Frederik", sem o "c". Pode ter ocorrido um erro de digitação, pois em outras impressões em vinil, o nome saiu corretamente ("Frederick"). Vocais poderosos de Laura Samek; "Back For Good" — East Side Beat feat. Max, 1995. Cover de Take That, que faz parte da compilação "As 7 Melhores Volume 4" (1995); "Mad" — C.T. Groove feat. Manu, 1996;